Madame H. P. Blavatsky |
No seu estudo Le Théosophisme: histoire d'une pseudo-religion, publicado em 1921, o filósofo René Guénon mostra-se profeta. Ele vê aumentarem os perigos por detrás da teosofia e os grupos iniciáticos neopagãos mais ou menos ligados à seita de Madame Blavatsky.
Escreve:
René Guénon |
É também a época em que uma extraordinária personagem, Rudolph Steiner, desenvolve na Suiça uma sociedade de investigações que se baseia na ideia de que o Universo inteiro está contido no espírito humano e que esse espírito é capaz de uma actividade sem nada de comum com o que a esse respeito nos diz a psicologia oficial. De facto, certas descobertas steinerianas, na biologia (os adubos que não destroem o solo), na medicina (utilização dos metais que alteram o metabolismo) e sobretudo em pedagogia (funcionam hoje na Europa numerosas escolas steinerianas), enriqueceram consideravelmente a humanidade. Rudolph Steiner pensava que há uma forma negra e uma forma branca de investigação «mágica». Achava que o teosofismo e as diversas sociedades neopagãs provinham do grande mundo subterrâneo do Mal e anunciavam uma era demoníaca. Apressava-se a estabelecer, no âmago do seu próprio ensinamento, uma doutrina moral incitando os «iniciados» a só utilizarem forças benéficas. Ele pretendia criar uma sociedade de benevolentes.
Não vamos pôr a questão de saber se Steiner tinha ou não razão, se era ou não senhor da verdade. O que nos impressiona é que as primeiras equipas nazis parecem ter considerado Steiner o seu inimigo número um. Logo de início, os seus agentes dispersam por meio da violência as reuniões de Steinerianos, ameaçam de morte os discípulos, obrigam-nos a fugir da Alemanha e, em 1924, na Suíça, em Dornach, deitam fogo ao centro edificado por Steiner. Os arquivos ardem, Steiner já não está em condições de trabalhar e morre de desgosto um ano mais tarde (in ob. cit., pp. 307-309).
Goetheanum |
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