quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Um antónimo 'sui generis' (ii)

Escrito por Álvaro Ribeiro





Leonardo Coimbra




«Se a obra do pensador nunca foi analisada ou refutada numa competente crítica filosófica, porque os discordantes não ousavam opor os argumentos estafados pela rotina à cultura sempre actualizada e à expressão  fluente e vigorosa do filósofo português, a personalidade de Leonardo Coimbra sofreu a injúria de ser discutida pela casuística daquela moral assaz mesquinha que sempre se encontra ao alcance dos ignaros.

A luta política, ardente e devastadora nos partidos mais opostos, não respeitava a idiossincrasia do pensador que procurasse resolver qualquer problema social fora das fórmulas de combate; ora, Leonardo Coimbra, mais fiel ao pensamento filosófico do que à rectidão pragmática, manifestava por vezes atitudes de rebeldia que causavam profundo desagrado; o desgosto público acentuou-se a ponto de ferir a reputação moral do pensador, cujo comportamento mostrava não corresponder aos prejuízos alheios. A acusação de imoralidade, por qualquer forma que revista, tem sempre por secreto fim a cruel ex-comunhão; ditada pela simpleza dos medíocres, não testemunha espírito de humana fraternidade; exclui a possibilidade de compreensão afectuosa, mas impede também a crítica mais justiceira. Se alguns conterrâneos e contemporâneos de Leonardo Coimbra se atreveram a julgá-lo do ponto de vista da moralidade, relativa ao meio social, muitos puderam apreciá-lo do ponto de vista da eticidade, referida à fidelidade espiritual. Quando jazerem, incapazes de sugestão emotiva, as transitórias expressões da política contemporânea (se antes não for possível vencer a antipática resistência), admitir-se-á que o discutido pensador procedeu sempre de boa-fé, de calma esperança e de activa caridade, ao cumprir a sua missão nacional e humana de acordo com o preceito trágico de Antígona: "Associo-me para amar, mas não para odiar"».

Álvaro Ribeiro («Leonardo Coimbra»).





Um antónimo sui generis


Entre a opinião pública circulava a nota de que a extinção da Faculdade de Letras da Universidade do Porto visava principalmente a ferir a figura distinta de Leonardo Coimbra, um dos raros professores que, sem fazer «política nas aulas», tentava formar discípulos ou continuadores, para que a sua filosofia lograsse expansão nacional. Não era um didacta de rotina que preparasse alunos paras as provas dos exames estabelecidos segundo os programas oficiais: - era um orador que usava do seu talento para despertar ou desenvolver o espírito de invenção, de hipótese e de dialéctica que jaz ínsito nas almas românticas dos adolescentes. De nenhum outro professor universitário ficaram registados tantos testemunhos de gratidão como de Leonardo Coimbra, pela docência recebida como verdadeiro mestre, respeitado e admirado.

O facto, se por um lado causou profundo desgosto aos admiradores do Mestre, por outro agradou secretamente a quantos mal julgavam o filósofo pela obra literária, pela acção didáctica e pela doutrinação religiosa. Homem superior, Leonardo Coimbra haveria de ser discutido e difamado até à hora da morte dos seus inimigos. Poucas foram as entidades responsáveis que se manifestaram em defesa da Faculdade de Letras, como poucas foram as diligências públicas no propósito de restaurar as integridade da Universidade do Porto.






Tal opinião foi sendo confirmada na medida em que, ao longo dos anos, iam sendo restabelecidas ou transformadas as escolas apressadamente extintas pelo decreto número 15365. Leonardo Coimbra faleceu em 1936. Mas a Universidade do Porto teve de esperar até 1961 pelo momento propício ao restabelecimento da sua Faculdade de Letras.

A personalidade de Leonardo Coimbra, tal como temos procurado descrevê-la, era, por assim dizer, a antítese, ou o antónimo, da personalidade de Oliveira Salazar. No pensamento, na linguagem, na oratória, na didáctica formavam uma oposição inconciliável e diametral. Cremos que esta verdade pode ser garantida pela leitura dos depoimentos e dos documentos, independentemente de outros juízos já formulados acerca dos dois homens públicos.

A vocação e a devoção de Leonardo Coimbra resumiam-se no propósito de «tornar mais inteligentes os adolescentes». Não lhe interessava muito transmitir ou facilitar doutrina, pois em suas lições magistrais afirmava que «vulgarizar é degradar». Esforçava-se, sim, por prestar, a quem o escutava os degraus necessários para a ascenção à mais alta sabedoria, ou sofia, e para isso acumulava as dificuldades proporcionadas ao desporto inteligente das almas moças.

A sua docência não obedecia a um programa metódico ou sistemático da disciplina universitária, mas à auscultação simpática das curiosidades em quem se considerasse pobre de Espírito. Fisiognomista e caracterólogo, o professor de psicologia geral estava atento a todas as crises mentais que observava nos alunos universitários, e dialogava na intenção de libertar o pensamento adulto, refutando o cepticismo, o pessimismo e o nihilismo que seduzem ou ameaçam os pensadores durante os anos de juventude. Sabia que a inquietação intelectual se traduz na procura do argumento capaz de provar a existência de Deus, e pelo discernimento certo do silogismo propositado e adequado conseguia refutar sempre o ateísmo de cada um dos seus interlocutores.

Filósofo, Leonardo Coimbra não poderia professar o ateísmo nem o antiteísmo teórico que predominavam na sociedade portuguesa, e desde a adolescência se preocupou com o problema de Deus em termos de consciência social, síntese subjectiva, espírito universal. A suprema mensagem religiosa era, para Leonardo Coimbra, o mistério evangélico. O pensador interpretava livremente as parábolas e as alegorias que os textos sagrados conservam, e praticava uma hermenêutica transcendente para além do formulário dogmático, nem sempre bem entendido pelos cristãos.

Já em A Alegria, a Dor e a Graça apelava por um cristianismo renovado ou rejuvenescido que não se limitasse a tratar por irmãos só os crentes, mas que dirigisse também as saudações fraternais a todos os filhos de Deus, infiéis ou descrentes, mas famintos de espírito divino e de amor humano. Sem a mútua confiança e a explícita concordância dos que professam diferentes confissões religiosas não pode haver solidariedade social que condicione a pacificação política; mas os cristãos portugueses, tementes de inimigos reais ou fictícios, não prezavam devidamente o convívio com o próximo ou semelhante. O amor dadivoso, o auxílio mútuo e o trabalho repartido eram, para Leonardo Coimbra, as noções integráveis na propedêutica da reorganização cristã da sociedade.

Oliveira Salazar não era um filósofo, não praticava a arte de filosofar. O douto professor universitário aprofundou os dados da política portuguesa e da religião católica sem confundir a filosofia livre com a apologia escolástica. Na clareza da sua exposição estilística nunca tornou evidentes os mais íntimos segredos da sua alma de pensador.



Oliveira Salazar



Se tivesse sido um filósofo, o legislador Oliveira Salazar nunca teria permitido que os programas do curso dos liceus omitissem a metafísica tradicional e as respectivas conclusões. Efectivamente o ateísmo era professado no ensino público por interpretação errónea da «neutralidade em matéria religiosa», exibida em 1911 pela Constituição da República. Leonardo Coimbra, livre-pensador, protestou contra tal confusão estimada pelos materialistas, procurou dissipá-la quando ministro, mas foi vencido pela opressão das circunstâncias sociais.

A neutralidade significa liberdade e respeito de todos os cultos e ritos que aparecem concorrentemente no País, enquanto a educação humana, verdadeiramente filosófica, tem por fim auxiliar a conhecer, amar e servir a Deus. Tal preceito de legislação sobre o ensino público não foi inscrito em 1933 na Constituição da República. O pensamento jurídico de Oliveira Salazar propendia a afastar-se da especulação sobre o Absoluto.

O tempo torna cada vez mais difícil a recensão dos princípios humanistas e das teses pragmatistas que nortearam a acção de um pensador independente da sistematização doutrinária. Durante toda a sua carreira defendeu sempre as mesmas teses, ou os mesmos juízos, com coerência intelectual e consistência moral que causaram a admiração dos seus partidários e dos seus adversários. A tese é, porém, um juízo conclusivo, apela por um termo mediador que construa o silogismo, e Oliveira Salazar tomou por vezes a liberdade estilística de substituir uma ou outra premissa, por lúcido oportunismo, conforme poderemos verificar pela análise lógica dos seus discursos modelares, e conforme é lícito conjecturar através do relato histórico dos acontecimentos políticos.

Muito prudente perante as pretensões conservadoras do militarismo e do clericalismo, o sábio governante manifestava a predilecção aristocrática pelos professores universitários, como se comparasse a hierarquia civil do Estado ao trono dos graus académicos, com honras, distinções e privilégios. Ora o professor universitário, quando lhe é dada por missão ensinar uma técnica superior mas assaz especializada, está longe de ser um educador, porque se dirige a adultos, ou a alunos que mal ou bem já saíram da adolescência. Ignorando o fenómeno e o processo da articulação da inteligência até à perfeição dos vinte e cinco anos de idade, o professor universitário não é a pessoa competente para dominar o ministério da educação dos homens e dos povos.

Trocando a ficção jurídica pela verdade histórica, a partir de 27 de Julho de 1928, diremos que Oliveira Salazar foi durante quarenta anos chefe do Estado, se por Estado entendermos o poder executivo dos ministros e do funcionalismo público. O Estado Novo, prestigiado pelo silêncio imposto, pela ordem estabelecida e pelas obras realizadas, merecia a confiança e alimentava a esperança de quantos pensavam que o equilíbrio financeiro antecedia o planeamento económico, precursor do socialismo. Os discursos e as notas políticas que o inteligente estadista escrevia e lia correctamente não eram inteiramente recebidas pelas Nação que assimilava de preferência certas e experimentadas doutrinas alemãs e italianas.

Figura modelar de estadista, isto é, de homem capaz de realizar um programa político através dos serviços do Estado, actuando prudentemente ao abrigo da legislação constitucional, dos costumes e das tradições, Oliveira Salazar contou principalmente com o funcionalismo civil que desejaria disciplinado, obediente e militante. O exercício normal do poder executivo, fazendo do hábito uma segunda natureza, estabilizava as funções do Presidente do Conselho num regime que mais parecia uma burocracia do que uma democracia. A sua indecisão especulativa, contrária às posições extremistas das ideologias dominantes no século XX, caracterizou a mediania do pensamento organizador, tão afastado do universal legislativo como da inspiração filosófica.

Era na burocracia que Oliveira Salazar enquadrava a democracia orgânica mas representativa, mediante a qual alcançavam posições relevantes os homens gradualmente diplomados pelos serviços do Estado. A mentalidade dominante nas instituições públicas era a de certeza e de rotina, em detrimento da imaginação inventiva e da pesquisa da verdade. As escolas recebiam o apoio financeiro do Estado Novo; os arquivos, as bibliotecas, os museus, fábricas indispensáveis de cultura superior, gozavam de legislação decente; mas a vida do pensamento espontâneo, inspirado e livre, reflectido nas artes da palavra ou nas artes gráficas, era desdenhada pelo empirismo positivista que não sabia intuir nos movimentos as forças que os pressupõem, nem ver nas obras as consequências que se desenvolveriam em actos.



Habilitado por uma vontade muito bem educada, Oliveira Salazar disse a alguém que nos seus colaboradores apreciava muito mais a obediência do que a inteligência. Tal se notava no elenco da composição dos ministérios executivos. Os políticos começavam a sua carreira pelo modo sacerdotal de citar as frases do Mestre, que consideravam sagradas, mas arbitrando as premissas de silogismos divergentes e contraditórios conseguiam defender a mínima liberdade das iniciativas consentidas no domínio particular de cada ministério.

(...) Ao autor de O Criacionismo, e A Razão Experimental, que não fazia política nas aulas, foi por um decreto vedado ensinar filosofia portuguesa. Cessava assim a acção maiêutica que Leonardo Coimbra exercia sobre os alunos adolescentes da Faculdade de Letras que iriam perpetuar a graça e a glória de um mestrado excepcional. Nem como professor do liceu poderia Leonardo Coimbra expor, comunicar ou transmitir o seu pensamento nacional e original, porque a disciplina de filosofia, complementar e unificadora da educação média, era confiada só a docentes habilitados para esse grupo didáctico, segundo a legislação em vigor.

Após a extinção da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, poderia Leonardo Coimbra repetir aos políticos seus contemporâneos o que dez anos antes havia declarado aos deputados seus inimigos. «Concebi uma escola de filosofia para onde a atracção da beleza chamasse as almas incertas da gente moça do meu país. Eu quiz hospedar na Universidade Portuguesa, casa cerimoniosa e pesada, a própria Alegria, para que uma manhã os claustros ressoassem ressurreição e vida, como se a primavera tivesse metido pelas janelas partidas, ramos de flores, frescura, cor, alacridade (2).

Nos três anos lectivos de extinção da Faculdade de Letras (1928-1931), Leonardo Coimbra foi a pouco e pouco perdendo a esperança de ver anulada a injustiça do decreto número 15365, que o Governo da Nação estava a revogar parcialmente, por atenção ao senso-comum e ao bem-comum. As revoltas armadas contra a ditadura militar eram então facilmente reprimidas, e a vitória do Exército soberano provava a impossibilidade de restaurar o espírito civilista das instituições republicanas. A amarga resignação de um homem cujo optimismo havia sido já submetido a outros exames era sublimada por uma ou outra acidentada explosão de ironia libertadora, porque o filósofo cristão nem por defesa nem por desagravo recorria à maledicência fácil, própria e característica das almas inferiores.

Leonardo Coimbra não acreditava na educação de adultos, e verificava que até os diplomados por cursos superiores se mostram contumazes no erro e incapazes de mobilidade intelectual. O intelecto acaba por ser um esqueleto. A comparação é lícita, porque cada homem alcança aos vinte e cinco anos a perfeição morfológica na sua capacidade de julgar com reduzido número de adjectivos.

Há espécies de almas e, se admitirmos um paralelismo psicofísico, poderemos aceitar aquela doutrina tipológica ou caracterológica segundo a qual «a zoologia é um comentário à antropologia. Todos conhecemos tipos evidentes de mocho, bode, urso, peixe; femininos tipos, de antílope, de garça, de ofídio, etc. E como comentários à psicologia humana não se pode ignorar o cão, a raposa, o abutre, o cavalo, etc» (3).

Da ironia platónica, - que não socrática, - recebera Leonardo Coimbra a lição fecunda. Leitor do Timeu, que citava nas aulas, o Mestre tinha em mente a hipótese curiosa de que dos homens degenerados são provenientes as inferiores espécies animais: mamíferos, aves, répteis e peixes. Vale a pena consultar o texto gracioso e precioso que figura no término do diálogo clássico.



Leonardo Coimbra




Cada espécie zoológica pode servir também de símbolo figurativo de virtudes ou de vícios, conforme se observa na representação certa da heráldica, mas também na mais simples linguagem das fábulas morais. As indumentárias profissionais, por vezes tão significativas, também prestam configuração zoológica aos homens que as vestem ou revestem. Nesta imagética Leonardo Coimbra construía a apreciação dos seus contemporâneos mais evidentes no professorado, na política e na literatura, quando se propunha tornar mais alegre, ou mais amena, a conversação interrompida por pessoas menos inteligentes.

A doença profunda que começava a roer a alma de Leonardo Coimbra tinha por sintomas a lentidão melancólica no andamento da conversa e a desvalorização progressiva nas intenções culturais: ensinar, escrever, publicar. Nós, últimos alunos da Faculdade de Letras, notávamos que o Mestre já não dava as suas lições com o entusiasmo fogoso dos primeiros anos de docência, mas exprimia os resultados de uma meditação fria sobre a crise intelectual e moral da filosofia dominante na Europa. Fora das aulas, Leonardo Coimbra continuava a ser o comentador atento às produções literárias das gerações mais novas, nomeadamente ao grupo da Presença.

A liberdade do orador, do conferencista, do professor, era então ameaçada pela presença dos representantes da autoridade militar nas assembleias públicas, e a liberdade do publicista era limitada pelos executantes da censura prévia à imprensa. Travada a expressão verbal do pensamento criacionista, a reflexão convida à autognose, exalta o mistério e aconselha o misticismo, factores que estiveram na origem de uma permutação profunda na alma do pensador. A partir de 1931, Leonardo Coimbra foi perdendo os seus melhores conviventes de tertúlia, os antigos colegas e os antigos alunos, chamados estes a exercerem as suas actividades profissionais fora da cidade do Porto.

A «Renascença Portuguesa», renascida das cinzas, que durante dez anos havia sido a imagem do seu fogo animador da República, perdia a colaboração da Faculdade de Letras, entrava em sério declínio e a própria revista A Águia alterou a sua mensagem artística, política e filosófica. O novo decénio mostrava-se significativamente hostil ao nacionalismo teórico dos decénios antecedentes. A palavra República já nada dizia às novas gerações, porque dissociada da noção de Pátria.

Leonardo Coimbra desinteressou-se da direcção de A Águia que tão brilhante havia sido na terceira série, e a revista deixou de ser fiel ao idealismo criacionista na ciência, na arte e na religião. A colaboração de escritores presencistas e de políticos seareiros permitia mostrar que a «Renascença Portuguesa» se manifestava aberta às correntes internacionalistas dos novos tempos, sedentos de justiça social. Uma crise dos valores noéticos, éticos e estéticos vulnerava mortalmente as novas mentalidades.

A «Renascença Portuguesa» chegou a editar um modesto quinzenário que pretendeu exprimir as relações da nova cultura com a nova política. A essa revista efémera foi dado o significativo título de «Princípio», na qual a esquecida palavra «República» era substituída pela palavra «Democracia», termo de incerteza semântica nas discussões dos políticos de tendências várias e contraditórias. No quarto e último número deste periódico, visado pela censura militar, ainda foi inserto um esperançoso anúncio do boletim francês da «Sociedade das Relações Culturais entre a URSS e o Estrangeiro» (4).






Leonardo Coimbra absteve-se de dar a colaboração prometida ao novo periódico de renovação democrática. Não concordava com os tópicos de uma doutrina extremista, assimilada facilmente por adolescentes sem experiência política. Amenamente fazia a crítica de alguns artigos que considerava teoricamente adversos à distinção entre o Mal e o Bem, pólos recíprocos da libertação e da justiça (ob. cit., pp. 26-37).


Notas:

(2) Leonardo Coimbra, A Questão Universitária, Lisboa, 1919.

(3) Leonardo Coimbra, A Alegria, a Dor e a Graça, Porto, 1916, p. 44. Ver também O Criacionismo, Porto, 1916, p. 292.

(4) PRINCÍPIO, publicação de cultura e política, Maio a Julho de 1930, Edição da Renascença Portuguesa. Direcção de Álvaro Ribeiro, Casais Monteiro e Maia Pinto.


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