sexta-feira, 16 de março de 2012

O Ouro dos Templários (i)

Escrito por Maurício Guinguand




Castelo de Tomar




Torre de Vigia




Cidade de Tomar


«Tomar - segunda província dos Templários - estava destinada a ser a sede da Ordem em Portugal. E conserva esta prerrogativa no decorrer dos séculos seguintes: depois de ter sido o berço da Ordem dos Templários vem a ser o da Ordem dos Cavaleiros de Cristo.

(...) os maiores "milagres" da Idade Média só se deram em santuários situados sobre filões benéficos e, sempre, a Virgem das Forças Terrestres se manteve associada a estes favores celestes sobrenaturais.

No curso dos séculos seguintes, os fenómenos excepcionais seguiram a deslocação sísmica das Serpentes subterrâneas e as aparições, bastante numerosas, do século XIX acentuam estes desvios geográficos. E assim os antigos santuários de Marsat, de Saint-Antoine, de Héas, para só citar alguns, deram lugar a novos centros, Paray-le-Monial, La Salette, Lourdes.

Em Portugal, é sobre o filão telúrico, em Fátima, que as aparições foram acompanhadas, em 1917, de fenómenos solares. A Virgem, que continua a ser uma imagem sagrada da ligação fluídica que liga o Céu com a Terra, repetiu mais uma vez em Fátima os seus conselhos, as suas exortações e a sua dolorosa compaixão maternal».


Maurício Guinguand («O Ouro dos Templários»).





UM SANTO INSPIRADO


Cerca de dezanove períodos de trinta e quatro anos depois da implantação visigótica e dez períodos de trinta e quatro anos depois da batalha de Poitiers, dando o sinal de regresso árabe para sul, encaminha-se para a Península Ibérica uma nova vaga de estandartes multicolores.

Os recém-chegados são muito judiciosos. Iniciam a guerra santa contra os infiéis, seguindo o mesmo caminho que os bárbaros godos então esquecidos.

O seu ímpeto e ardor são recompensados e, para alguns, a bravura valerá uma coroa.

Constituem a primeira vaga de combatentes da fé que passaram os Pirenéus para lançarem cavaleiros hábeis e envergando armaduras reluzentes nessas grandes cavalgadas, nessas «algaradas» brilhantes a que as vastas planícies de Castela oferecem a tela de fundo ideal. Alguns irão em escapadas loucas até ao coração da Andaluzia saciar a sede de aventura e dar livre curso ao seu ardor sagrado.

Mas os ardores da fé e o instinto cavalheiresco não são os únicos motivos que levam senhores e cavaleiros a lançarem-se nestas aventuras audaciosas. Nos tempos perturbados da Idade Média reinava uma desordem indescritível em todas as províncias do antigo Império de Carlos Magno. As lutas feudais permanentes, as incursões estrangeiras, as anexações territoriais, seladas por alianças políticas ou uniões matrimoniais, vão-se desenrolando sem ter em conta a miséria do povo esgotado pelas crises de fome, pelas epidemias, pelas violências permanentes e pela pilhagem, sujeito a todos os terrores e angústias, incluindo o pavor de assistir ao fim do mundo com a aproximação do ano 1000.

Para a nobreza feudal, que se arruína devido às suas rivalidades e sonha com um ideal de contornos imprecisos, a luta em Espanha contra os infiéis constitui o ensaio geral da próxima epopeia das cruzadas na Terra Santa.




Desesperada, aproveita estas oportunidades inesperadas de tentar a sorte sob novos horizontes onde os instintos podem seguir livre curso. Porque, nesta luta feita em nome de Deus contra os hereges, todos os golpes são permitidos. O Papa, representante temporal da vontade divina e dispensador de indulgências e absolvições, é o primeiro a encorajar e até a reclamar esta luta.

A Igreja, feliz por poder ter ao seu serviço este mundo turbulento e sempre em efervescência, não perde a menor ocasião para orientar o ímpeto belicoso dos senhores feudais, que consegue assim orientar em seu benefício. Não tarda em aumentar os seus esforços de propaganda e exortar à guerra santa.

Por intermédio dos monges clunistas a Igreja tenta envolver de perspectivas aliciantes a ajuda que é necessário prestar aos reis cristãos da Península Ibérica na luta que mantêm contra os Mouros. Assim, estes soberanos vêem chegar em breve uma corte de cavaleiros, vencidos pela atracção da aventura, pela esperança de recompensas valiosas, pela promessa de indulgências que uma guerra levada a cabo contra os inimigos da fé não pode deixar de merecer.

Neste assunto continua a desempenhar um papel de primeiro plano uma casa senhorial do Ocidente muito poderosa – a Casa de Borgonha. O casamento de Afonso VI, rei de Leão e de Castela, com uma princesa borgonhesa tinha criado laços fortes e os senhores borgonheses viriam a ser os mais fortes defensores, e ao mesmo tempo os principais beneficiários da cruzada quase permanente que será feita contra os Árabes.

Assim são recompensados os feitos de armas de Raimundo de Borgonha, que se vê herdeiro de Afonso VI, com cuja filha legítima, Urraca, vem a casar, e de Henrique de Borgonha, seu primo, que recebe o condado «Portucalense», dote de Teresa, também princesa real (1). Como consequência do casamento, este descendente dos Capetos vem a ser o fundador da primeira dinastia monárquica portuguesa. Seu filho, Afonso Henriques, será efectivamente o primeiro soberano de um novo reino cristão arrebatado aos infiéis.

Nada disto desagrada a São Bernardo, cuja personalidade domina o mundo cristão.



O Abade de Claraval



O eminente abade de Clairvaux tem numerosos objectivos e, a par da sua actividade incansável que desenvolve para o progresso da sua ordem monástica, não se poupa a esforços em favor da expansão religiosa e do florescimento da Cristandade nesta parte do Ocidente.

Em trinta anos, sob o impulso do abade Bernardo, a Ordem Cisterciense sofre efectivamente um impulso espectacular. Os seus mosteiros multiplicam-se por toda a Europa. Borgonhês de nascimento, São Bernardo mantém os laços que o unem aos compatriotas da península e põe toda a eloquência ao serviço da causa, encorajando a luta contra os Árabes na primeira frente da Cristandade.

Possuidor de um sentido da realidade muito agudo, apoia as ideias novas que sabe serem indispensáveis a uma geração ávida de renovação intelectual e espiritual.

Movido por uma vontade ardente de europeização, de universalização, este diplomata apoia a sua acção sobre uma visão muito vasta e muito clara do futuro.

É dentro desta óptica que é sem dúvida necessário situar a sua acção a favor da futura Ordem dos Cavaleiros do Templo, na qual não vê simplesmente os defensores do mundo cristão e os protectores da segurança dos bens monásticos. Sabendo medir a amplidão da iniciativa e o interesse de que se reveste, é provavelmente o único, no seu tempo, que consegue pressentir a projecção que esta Ordem terá no futuro.

A jovem Milícia de Cristo, fundada na Terra Santa por nove cavaleiros, não era mais do que o instrumento da vontade de São Bernardo, por conta de quem desempenhava uma missão especial. Só por este preço conseguiria obter o apoio necessário para ser reconhecida oficialmente.

Membros da Ordem de Santo Agostinho, Hugues de Payns, Godefroi de Saint-Omer, André de Montbard (2), Gundomar, Godefron, Roral, Geoffroy Bisol, Nisard de Montsésir e Archambaud de Saint-Aignan fundam uma ordem de monges-soldados e, durante cerca de dez anos, ficam ao serviço dos reis de Jerusalém, garantindo a protecção das estradas, defendendo os peregrinos e participando na luta contra os muçulmanos.

Ao assumirem um papel que lhes foi oficialmente confiado com uma fé e um ardor inabaláveis, os cavaleiros não perderam de vista a sua missão secreta.


UMA MISSÃO IMPORTANTE


Em 1096, iniciou-se a partida maciça para o Oriente. Urbano II e Pedro, o Eremita, deram o sinal das cruzadas e uma multidão tão disparatada quanto mal organizada precipitou-se em direcção à Terra Santa.

As verdadeiras forças combatentes juntam-se a este grupo dois anos mais tarde. Mas é em 1118, devido a um facto aparentemente banal, que o destino provoca o desenrolar de circunstâncias cujo encadeamento durará dois séculos.

Bernardo de Clairvaux viu no pequeno grupo escolhido que então parte para Jerusalém, e cujos membros conhece, os emissários capazes de servirem os seus objectivos.

Assim que os chefes da Primeira Cruzada chegaram à Ásia Menor, as relações com o Imperador do Oriente, Aleixo I Comneno, revelaram-se difíceis (3).

Apesar da falta de simpatia testemunhada pela corte bizantina, onde reinam o fausto e a etiqueta e onde, como é relatado na «Aleixada» (4), os cruzados fazem figura de «rústicos e bárbaros», São Bernardo recomendou os seus émulos que estreitassem laços sólidos.



Cerco de Antioquia



Com efeito, Clairvaux interessa-se especialmente por esta corte requintada onde as artes e as ciências de todo o Oriente são objecto de uma curiosidade apaixonada. A filha de Aleixo, Ana Comneno, conhecida pela sua ciência e versatilidade em todas as ciências antigas, reuniu à sua volta tudo o que o mundo oriental pode oferecer como especialistas em ciências ocultas. Astrólogos, astrónomos, sábios e eruditos encontram o melhor acolhimento junto de Ana.

A filha de Aleixo demonstra igualmente grande interesse em conhecer a ideologia nascente, pregada pelos nove cavaleiros e seus discípulos, que se distinguem da corte cosmopolita da Terra Santa.

Por seu lado, estes não deixam de se informar sobre tudo o que é susceptível de esclarecer as questões cujas respostas vieram procurar, respostas essas que os séculos anteriores não conseguiram fornecer.

Entretanto, são forçados a ajudar o novo rei de Jerusalém, Balduíno II, que, ameaçado por perigos sempre crescentes, é forçado a combater contra turcos e árabes numa frente perpétua móvel.

Graças à instituição da Ordem dos Templários (5), a força da Síria franca aumenta consideravelmente. É rapidamente constituído um exército cujos efectivos são muito mais numerosos do que aqueles que os senhores seriam capazes de alistar.

O seu zelo e a sua fé só podem ser comparados com a bravura que demonstram, mas é também devido à familiaridade rápida com a guerra muçulmana que poderão prestar serviços à causa franca. Antioche Edesse, Kharpout, Ascalon, Tiro e Alep são as primeiras epopeias a que a Ordem do Templo prestou a sua contribuição valiosa.

A tudo isto junta-se a organização metódica dos socorros a prestar aos peregrinos, aos cruzados e até aos infiéis miseráveis que encontram.

O renome da cruzada cresce e São Bernardo não deixa de a apoiar, exaltando a coragem, a eficiência e a dedicação que demonstram pela causa da Cristandade e pela causa do Papa. É assim que, em 1126, antes de a Ordem ter sido oficialmente constituída, já goza de grande notoriedade e, na Península Ibérica, Teresa, viúva de Henrique de Borgonha, certamente instigada pelo abade Bernardo, na esperança de obter a sua ajuda, oferece a Hugues de Payns um castelo em Portugal.

Castelo de Soure


Em 1128, a Ordem passa igualmente a beneficiar do «castelo e da honra de Soure na margem do rio Mondego». Esta doação e a precedente são o ponto de partida para a implantação dos Templários em Portugal e a sua importância, aliás considerável para a própria Ordem, serve simultaneamente os interesses cistercienses e os pensamentos secretos do abade borgonhês.

Em Clairvaux sabe-se há muito que os frades da Ordem de «l’aumône» (6) – que mais tarde fundarão a Ordem dos Antoninos – têm um segredo importante.

Este segredo parece ter sido trazido de Constantinopla cerca de cinquenta anos antes, ao mesmo tempo que as relíquias de Santo António, ermita do deserto egípcio. Julga-se que herdaram esse segredo dos Coptas, que se consideravam herdeiros de certas tradições egípcias e afirmavam possuir conhecimentos preciosos, colhidos junto dos árabes que tinham sido os primeiros profanadores da Pirâmide de Quéope, no tempo de Harun-al-Raschid.

Mas os futuros monges Antoninos podem também ter colhido esse segredo junto da própria corte bizantina que lhes doou as relíquias de Santo António como recompensa pela sua ajuda prestada pelos cavaleiros delfineses contra o inimigo.

Os emissários de São Bernardo têm portanto o maior interesse em manter relações corteses com a corte bizantina, mesmo quando as circunstâncias políticas e diplomáticas não parecem ser especialmente propícias.

Por outro lado, apesar da luta que é travada na Palestina, foi possível o nascimento de simpatias e relações cordiais entre certos soberanos islâmicos e alguns senhores feudais francos ou membros de várias ordens.

A Síria franca é com Alepo o ponto de reunião de todo o Oriente. Os «latinos» aproximam-se do mundo bizantino, dos Turcos, dos Árabes, dos Egípcios e até dos Mongóis. Os Templários não vão deixar de aproveitar esta oportunidade para alargar os seus conhecimentos e completar as suas informações.

Porque as fontes orientais ainda não foram realmente sondadas pelo Ocidente. São de interesse capital e susceptíveis de fornecerem a resposta às questões que se põem e que a teologia ortodoxa não consegue esclarecer convenientemente.

Os elementos foram colhidos onde era possível; junto dos Bizantinos, dos Muçulmanos, dos Turcos, dos Coptas e até junto de certos representantes de seitas, como a dos Ashohasins – termo que originou a palavra assassino – de iniciação ismaelita. As vestes brancas com faixas vermelhas, que usavam, inspiraram a escolha do vestuário da Ordem dos Templários.

Às novas fontes vêm juntar-se os novos instrumentos de investigação intelectual dos Árabes: astronomia, álgebra, geometria, trigonometria, uma numeração nova e a alquimia, mãe da química moderna.

Os investigadores têm hoje em dia a possibilidade de efectuar a síntese de quase todo o saber antigo trazido do Oriente, integrando nessa síntese a cosmogonia celta cujas tradições eram conhecidas por São Bernardo, visto que, segundo reza a história, foi druida dos Gauleses (7).

Estes estudos permitiram aos iniciados da época orientar os destinos da Europa, alargando os limites dos horizontes abertos.

Na sua visão premonitória, o abade de Clairvaux pressentia que as religiões pagãs deviam possuir uma noção mais ou menos precisa e profunda do sagrado. Sabia que devia ser possível extrair dessas religiões uma síntese proveitosa, em função de uma tradição inicial.


NO SEGREDO DOS CONVENTOS


Tinham passado nove anos quando, em 1127, os cavaleiros do Templo trouxeram da Palestina as mensagens de Balduíno II.


A primeira deve ser entregue em Roma ao Papa Honório, a quem Balduíno pede constantemente que promova uma segunda cruzada para defender o reino de Jerusalém, ameaçado por todos os lados.

Bernardo de Clairvaux é o destinatário de uma segunda mensagem, pela qual o soberano franco solicita a sua intervenção junto do Papa para que a nova Ordem seja urgentemente reconhecida e ajudada para se manter ao serviço do reino de Jerusalém.

Isto corresponde a pedir ao eminente abade que convoque a reunião imediata de um concílio que confira à Ordem da Milícia de Cristo os estatutos necessários à sua acção e que lhe permita proceder sem demora ao recrutamento de efectivos através de todo o ocidente cristão.

Os factos ocorrem muito depressa e São Bernardo precipita-os. O próprio São Bernardo preside ao Concílio de Troyes, que se reúne, para este efeito, no dia 14 de Janeiro de 1128.

Quanto às informações trazidas do oriente pelos nove cavaleiros, essas, formarão a base de certos estudos monásticos secretos.

À semelhança dos Beneditinos a partir dos séculos VII e IX, os Cistercienses dão um lugar de relevo ao trabalho manual. Contribuem não só para a revalorização rural europeia mas também para favorecer o melhor que podem a eclosão artística.

Esta missão educativa dos Cistercienses alcançará a sua finalidade e dará frutos quando começarem a erguer-se as magníficas catedrais góticas que foram a glória deste século prestigioso.

O desenvolvimento espectacular da ordem cisterciense através da Europa não passou de um primeiro passo, religioso e espiritual, num sentido que os Templários, filhos de São Bernardo, não deixarão de seguir: o de uma Europa unida, tanto no plano religioso – sob a supremacia da Igreja romana – como no plano social e económico, o que, para a época, é perfeitamente revolucionário.

Veremos mais adiante até que grau de perfeição foram levadas, nos diversos pormenores, as aplicações da nova cosmogonia que foi elaborada com a preocupação constante de permanecer fiel ao respeito da imagem de um todo universalizado.

O que não excluía os dogmas da Igreja cristã mas, ao contrário, os incorporava num conjunto ao mesmo tempo mais vasto e preciso.

Os Cistercienses em breve sabem muitas coisas mas preferem ficar dentro da mais perfeita ortodoxia em relação à Igreja e aos seus dogmas. Talvez temam ser mal compreendidos! De resto, a acção propriamente dita não é a sua vocação. Contentar-se-ão em lançar as directrizes esotéricas aos que serão encarregados de cumprir a missão secular: os Templários.

Ao princípio os Templários conformam-se com esta situação, mas, com o correr dos tempos, virão a transgredir os limites e esquecerão um tanto a vocação inicial da Ordem.

É verdade que a rápida evolução da Ordem permite-lhes, muito em breve, dispor das suas próprias equipas de investigadores e pretendem sem dúvida emancipar-se de uma tutela que se tornou inoportuna para se atribuírem o benefício de uma acção solitária de que correm todos os riscos.

A nova teoria cosmogónica deixou de se inspirar nas antigas bases da tradição fenícia e passou a basear-se num novo dado, que determina um ângulo de trinta e quatro graus, nascido da relação dois para três.

A aplicação prática deste princípio conduz à revisão das projecções simbólicas e de tudo o que delas pode depender, nomeadamente, e em primeiro lugar, a obra arquitectural.






A este princípio vem juntar-se um segredo de ordem dogmática. Os Cavaleiros do Templo não trouxeram a Arca da Aliança nem encontraram autênticas Tábuas da Lei. Mas, ao Decálogo de Moisés, promulgado pela Igreja, adicionaram um décimo primeiro mandamento que confirma o número simbólico exotérico, 11 – Onze (8): «Os bens da Terra pertencem a todos sem serem de ninguém em particular». Mandamento revolucionário para a época, mas de acordo com a mística dos fundadores da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo em que cada membro pronunciou o voto de nada possuir.

O despojo total de cada um não impediu a Ordem em si de possuir bens próprios. Estes bens destinam-se a ajudar os peregrinos a caminho de Jerusalém e de Compostela e a levar a cabo uma missão social que honra os seus promotores.

É afinal colocar de novo o materialismo ao serviço da comunidade, da espiritualidade.

Neste ponto, podemos considerar que a obra dos Templários pode ser inscrita na tradição das filosofias com valor universal. Mas nesta cadeia perpétua, de que pretendia ser um elo perfeito, era demasiado prematura. Bruscamente, sofre um destino imprevisível, como se sobre ela tivesse descido uma maldição (in O Ouro dos Templários, Livraria Bertrand, 1977, pp. 43-57).


Notas:

(1) Filha natural de Afonso VI

(2) Tio de São Bernardo. Sua mãe, Alette de Montbard, tinha casado com Técelin, senhor feudal de Fontaine.

(3) De acordo com negociações previamente entabuladas com Roma, o Imperador comprometera-se a garantir o abastecimento dos cruzados e o seu encaminhamento para a Terra Santa. Só quando chegaram a Constantinopla exigiu a promessa de serem restituídos ao Império todos os antigos territórios, à medida que fossem reconquistados aos Turcos.

(4) Obra de Ana Comneno, Filha de Aleixo I.

(5) Instalou-se em construções que serviam de mesquita e se situam no local do Templo de Salomão. Este facto talvez esteja na origem da denominação de Templários. A Mesquita de El-Aqsa, que foi recentemente incendiada, foi construída mais tarde neste mesmo local.

6) Os frades desta ordem, cujo inspirador foi São Bernardo, bispo de Romans, edificariam mais tarde a catedral de Santo António. Cf. Falicon, Pyramide Templière, Rua Paul Doumer, 3, em Beaulieu-sur-Mer, em que o autor desenvolve a história desta Ordem.

(7) Segundo Guénon.

(8) Onze ou 11, símbolo do círculo + 1, centro imaginário primordial.








Continua


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