sábado, 22 de novembro de 2025

«A Caverna de Viriato»

Escrito por Almeida Garrett




Monumento a Viriato da autoria de Mariano Benliure, Viseu.

 

X

Oh! Viriato

És tu, na sombra magnânima...


XI

Tua caverna é esta:

De tua glória e teu nome é cheia ainda

O vale, o monte e a floresta.

Libertador da antiga Lusitânia,

Das regiões da morte

Vieste ver raiar a doce aurora

Da nova liberdade

Sobre teus pátrios Montes?

Esconde, esconde a face ó varão forte,

Volve ao túmulo: a raça traidora

Não acabou no vil que a preço indigno

Te vendeu aos tiranos do universo:

O sangue desse monstro

Em quantos corações bate hoje à larga!

São mil por um perverso;

Cobardes todos. Ferros que empunharam

Os Lusos teus para salvar a Pátria,

Adagas de sicários se tornaram

Em mãos de Portugueses.


Flores sem Fruto




"Juramento de Viriato", de Francisco de Paula Araújo Cerqueira, de 1843.



Estátua de Viriato (Zamora).


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