A componente de inteligência cibernético-militar do Estado-Vigilância
A plandemia
de Covid-19[115]
logrou estabelecer uma psicose de tal
ordem e magnitude na população mundial que esta, não obstante algumas excepções[116],
tem de facto acatado gradualmente a monitorização e o rastreamento de
todos os seus passos[117] e
movimentos no domínio político, socieconómico e cultural por forma a inibi-la de qualquer comportamento atentatório das
novas regras e padrões de controlo governamental estrito[118].
Além do mais, a sedução tecnológica exercida sobre grande parte dos habitantes
do planeta é já um factor extremamente propício ao acelerado aumento
da vigilância social mediante novas e emergentes modalidades de software projectadas para o
teletrabalho, bem como para as invasivas aplicações de “contact-tracing” que tanto podem
servir para pressupostamente detectar casos de Covid-19[119],
como para darem azo a intempestivas investigações no domínio criminal e outras actividades
mais próximas ou remotamente afins. Estamos, no fundo, perante uma inusitada
gama de tecnologias de apertado controlo social[120] em
que grandes e poderosas companhias se baseiam num modelo de negócio
particularmente assente na vigilância em massa, coligindo, minerando e vendendo
dados particulares de terceiros a agentes e empresas publicitárias numa escala sem
precedentes, posto inclusive todo e qualquer dispositivo móvel (smartphone, tablet e notebook)
potenciar a localização ou a georeferenciação do seu utilizador e, nessa
medida, permitir que correctores de dados e
outros prestadores em linha possam assim contribuir para um omnipresente sistema
em rede digital atreito a observar toda a acção individual ou colectiva,
ler tudo o que alguém redige ou escreve, ouvir na íntegra o que fulano, sicrano
ou beltrano diz, e sobretudo monitorar qualquer transacção comercial ou
financeira que seja.
Estamos, além do mais, na
iminência de sermos minuciosamente sondados à escala molecular, mercê de uma
potente combinação de hardware, software e uma contínua recolha de dados
que permitem medir, verificar e digitalizar todo o nosso perfil biométrico – íris, rosto, voz, identidade genética[121] e a forma própria de locomoção – para ser finalmente
processado através de programas computacionais e escrupulosamente analisado por
sistemas de identificação única que vão posteriormente predispor e potenciar o
seu respectivo uso pelos mais variegados governos e corporações na sua ilimitada
ânsia de poder e domínio transnacionais. E só assim se há-de efectivamente
explicar que a denominada “internet das coisas”, uma espécie de fusão do “mundo
real” com o “mundo digital”, já esteja de facto a preparar a “internet das pessoas”, que, por sua vez, é uma forma altamente sofisticada de canalização de dados
aptos a visualizar, extrair e validar informação detalhada da nossa actividade
corporal interna – sendo já esse o caso dos chamados “relógios inteligentes” (smartwatches) capazes de monitorizar a
pressão sanguínea, ou ainda o caso dos “telefones inteligentes” (smartphones) sem cuja funcionalidade será,
mais dia menos dia, praticamente impossível comprar qualquer produto
segundo a aplicação digitalizada das nossas impressões digitais, quando não até mesmo
por via da detecção e do rastreamento do anel colorido ou da camada
intermediária do globo ocular (íris). Eis, então, o súbito irromper de um novo
mundo[122] de
tal forma opressivo e intimidante que não mais haverá como fugir e passar-se despercebido em lugar algum do planeta[123].
Imagine-se igualmente até onde agentes e
operacionais governamentais poderão ir com o recurso à tecnologia de impressão
e reconhecimento de voz, basicamente entendida como uma forma dinâmica de
biometria, ao invés da impressão digital que é estática por definição, e, por
isso mesmo, mais fácil de copiar e reproduzir digitalmente do que a voz. Já
actualmente descrita como uma tecnologia de primeira linha no âmbito dos
sistemas de vigilância pública, o registo de impressões vocais é decerto uma
indústria em pleno crescimento quanto mais não seja por simultaneamente
permitir às grandes corporações e às agências governamentais o uso da biometria da voz como forma de obter
mais rapidamente a identidade, as
características biológicas e comportamentais de um indivíduo e, desse modo,
validar toda a informação com vista ao respectivo perfil, já para não falar na
possibilidade adicional que uma tal tecnologia pode efectivamente proporcionar
para localizar e identificar com precisão qualquer pessoa num certo espaço e
num tempo determinado. Neste sentido, quase todos somos, de dia para dia,
vítimas inconscientes de uma rede tecnologicamente interligada que se expande
como uma teia de indefinida extensão e sem qualquer espécie de procuração, como
se de um enredo ou pesadelo kafkiano se tratasse, sobretudo pela forma como uma
sociedade ultra-tecnológica, uma vez firmada em bancos de dados de ADN,
tecnologia pré-cognitiva, rastreamento de contactos e sensores e terminais
biométricos, tem o poder discricionário de acusar uma pessoa de uma quantidade
infindável de crimes sem que ela saiba de antemão de como e do que é que está a
ser exactamente acusada.
Não obstante o facto da espionagem, intercepção e descodificação de dados não obstar a um número significativo de ataques terroristas nos dias de hoje, governos sempre existem que, fora do escrutínio público, continuam a operar no âmbito de programas domésticos de espionagem aptos a levar a cabo sofisticadas operações de vigilância em massa dos seus próprios cidadãos, podendo, vendo e conhecendo tudo na base de uma perigosa fusão entre ciência, tecnologia e dirigismo estatal burocrático centralizador. Chamadas telefónicas, posts no Facebook, emails e mensagens de texto, para além de outros processos de comunicação afins, são, ao fim ao cabo, particularmente susceptíveis de serem, no todo ou em parte, interceptados e monitorizados por qualquer governo munido dos recursos técnico-científicos e dos respectivos serviços de inteligência capazes de, caso assim o determinem, operar fora do alcance de qualquer sistema adequado de freios e contrapesos na esfera dos poderes legislativo, executivo e judicial. Corria aliás o ano de 1952 quando o presidente Harry S. Truman emitira uma ordem executiva secreta estabelecendo a Agência de Segurança Nacional (NSA) cuja criação fora durante largo tempo negada pelo governo americano [124], ao ponto de não prestar, de facto, quaisquer contas ao Congresso sobre as respectivas actividades e operações de vigilância secreta. De resto, foi só quando, em 1969, a NSA viu aumentar exponencialmente os seus agentes operativos para cerca de 90.000 funcionários, dando porventura lugar à maior agência de inteligência do mundo com uma significativa operabilidade fora de Washington, D.C., que se tornou praticamente impossível continuar a negar a sua existência.
Seja como for, o Senado americano
também chegou a realizar em 1975, na sequência do escândalo Watergate, sessões
de averiguação e esclarecimento sob a tutela e supervisão da Comissão Church a
fim de rigorosamente determinar qual o tipo de actividades ilícitas em que os
serviços de informação americanos estariam envolvidos sob a direcção do
presidente Richard Nixon, pelo que então seria nesse especial contexto que a
Agência Nacional de Segurança viria a ser pela primeira vez objecto de
escrutínio público desde a sua criação em 4 de Novembro de 1952[125].
Vieram assim à luz do dia sofisticadas operações e programas de vigilância em
massa que punham directamente em causa os direitos consagrados na Constituição
americana, sendo esse o caso do Projecto SHAMROCK mediante o qual a NSA
espionara telegramas de e para os Estados Unidos, além da correspondência de
cidadãos norte-americanos. Ainda no âmbito do projecto MINARET, a NSA logrou
igualmente monitorar as comunicações dos líderes dos direitos civis, bem como
as dos opositores à Guerra do Vietname, tais como Martin Luther King, Jr., Mohammed
Ali, “Hanoi Jane” Fonda e tutti quanti.
Sendo ademais particularmente verdade que a Agência de Segurança Nacional
chegou a implementar em 1967 um programa destinado a vigiar suspeitos de
terrorismo e traficantes de droga, é também caso para assinalar que essa mesma
agência subordinada ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos tem sido
frequentemente usada por sucessivos presidentes norte-americanos para rastrear
todo o tipo de opositores, inimigos e dissidentes políticos.
Sede NSA |
Ver aqui e aqui |
O senador Frank Church ficara assim
perfeitamente ciente do enorme perigo inerente ao abuso dos poderes de
vigilância do governo norte-americano para alegados fins de segurança nacional,
visto poder virá-los, efectivamente, contra o próprio povo mediante a devassa
da vida privada não obstante toda a protecção dispensada e consagrada nos
termos da lei constitucional. Ora, segundo o próprio, era, pois, necessário que
o Congresso e os respectivos círculos eleitorais pudessem, enfim, garantir uma
supervisão adequada dos meios de vigilância tecnológica detidos pelas agências
de investigação e segurança nacionais, no claro propósito de evitar que o
público americano ficasse completamente inerme ou à mercê de um sistema
arbitrário de controle e vigilância próprio de um regime tipicamente tirânico,
e, dessa forma, manifestamente contrário aos princípios fundadores de uma
verdadeira república constitucional. Daí, aliás, resultou a criação, em 1978,
da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira[126],
que é, por definição, uma lei federal dos Estados Unidos que prevê
procedimentos para a vigilância física e electrónica, bem como a obtenção e
recolha de "informações de inteligência no exterior" entre
"potências estrangeiras" e "agentes de potências
estrangeiras", podendo ademais incluir cidadãos americanos e residentes
permanentes suspeitos de espionagem ou terrorismo. No entanto, a lei não se
aplica fora dos Estados Unidos, muito embora a obtenção e recolha de informações no exterior não esteja por si só vinculada aos procedimentos estabelecidos pela FISA[127].
Com os atentados terroristas de 11 de
Setembro de 2001 ao complexo empresarial do World Trade Center, na cidade de
Nova Iorque, entrou-se definitivamente numa nova era especialmente dominada por
uma crescente série de actividades governamentais ilegais no âmbito da
vigilância, tortura, fiscalizações e revistas policiais, assim como de
incursões de unidades de polícia altamente especializada, as SWAT[128]
teams, comummente destinadas a salvaguardar e proteger as cidades mais
populosas dos Estados Unidos. Na sequência daqueles atentados, teria sido
inclusivamente dada autorização secreta por George W. Bush para que a Agência
Nacional de Segurança (NSA) lograsse, sem a prévia existência de qualquer
mandado, montar e conduzir operações de vigilância às comunicações telefónicas
e de email de cidadãos americanos,
operações essas que supostamente terminariam em 2007 já depois de o New York Times ter desencadeado uma
generalizada indignação ao torná-las objecto de conhecimento público. Na
verdade, nada disso mudaria durante a presidência de Barack Obama, tendo até a
vigilância ilegal sido ainda mais intensificada ao ponto de a NSA coligir
secretamente dados telefónicos e online
de milhões de americanos, além de informações relativas a governos estrangeiros
conforme, aliás, vieram confirmar as revelações de Edward Snowden em 2013, uma
vez mais deixando o povo americano perfeitamente ciente de quão tinha sido
novamente traído pelo seu próprio governo[129].
Contudo, o sector da vigilância é apenas
uma pequena parte do ininterrupto governo sombra constituído, no essencial, por
burocratas não-eleitos que acertam frequentemente o passo com as grandes
corporações lucrativas que, na realidade, gerem e dirigem Washington, D.C., com o
objectivo de controlar e ter debaixo de olho o cidadão comum. Assim, não é de
admirar que a Google venha, pois, colaborando abertamente com a Agência
Nacional de Segurança, ou que a Amazon tenha já providenciado para a CIA uma
imensa base de dados de inteligência no valor de 600 milhões de dólares,
enquanto a indústria de telecomunicações se tem entrementes limitado a lucrar
desmedidamente no aturado exercício da espionagem para o governo norte-americano.
Por outro lado, a Administração Biden deu já a entender estar francamente aberta
para concertar esforços com empresas não-governamentais para monitorizar
ilegalmente cidadãos online[130],
recorrendo para isso à subcontratação de entidades privadas aptas a reunir uma
vasta quantidade de informação digital devido ao facto de se encontrarem numa
melhor posição para, sem entraves de maior, procederem à recolha, intercâmbio e
partilha de quaisquer dados pessoais.
Deste modo, eis como a América
corporativa tem seguramente obtido consideráveis lucros mediante o conivente
auxílio prestado ao governo nos seus esforços para levar a cabo a vigilância
doméstica militarizada[131].
Dir-se-ia, nisto, estarmos até perante o impante surgimento de uma nova classe
dominante nos Estados Unidos, particularmente assente na inteligência
cibernética, posto que exclusivamente constituída por agentes ou “profissionais
de inteligência” especialmente encarregues da pesquisa analítica sob a
jurisdição da Agência de Segurança Nacional (NSA)[132],
além de outras agências a cargo do governo secreto americano. De referir fica
ainda o facto de, no último vinténio, milhares de ex-operativos e altos
oficiais dos serviços secretos norte-americanos terem abandonado os respectivos
postos governamentais para alcançarem posições de destaque em empresas
militares, consultorias e escritórios de advocacia, bem como em sociedades de
participações privadas não abertas à subscrição pública. Ou seja: uma vez
instalados nas suas novas ocupações, aqueles ex-operativos e altos oficiais dos
serviços de inteligência americana limitam-se, ao fim ao cabo, a replicar o seu
modus operandi tal qual o agenciado
nas suas pregressas actividades governamentais, se bem que, desta vez,
motivados por razões estritamente financeiras.
Em suma: o Estado-Vigilância, com a secreta componente militarizada e de inteligência cibernética que lhe anda estreitamente associada, alarga-se progressivamente a todo o mundo cada vez mais globalizado no sentido de perscrutar, numa escala sem precedentes, o que a cada indivíduo é dado proferir, ler, escrever, aonde vai ou deixa de ir, com quem comunica ou se relaciona, enfim, tudo isso será constantemente monitorizado, registado, armazenado e catalogado a fim de ser oportunamente usado por todo o regime despótico contra o tão aclamado quão abstracto cidadão do mundo totalmente inerme e doravante destituído da mais elementar liberdade, singularidade, dignidade e valor próprios[133].
O ataque farmacológico da elite tecnocrática mundialista
O
transnacionalismo converteu-se, de
facto, no novo ethos a partir do qual
as instituições multilaterais investem
com tudo o que têm no poder global pronto a censurar qualquer tipo de objecção,
por mais justificada que seja, perante a alegada necessidade de uma
transformação radical da quotidiana existência humana no arregimentado concerto
do próprio sistema internacional. E assim melhor se explica que a Organização
das Nações Unidas haja sido propositadamente criada para que os Estados
soberanos lhe entregassem por fim todo o seu poder com vista a unificar toda a humanidade segundo um sistema supranacional de supergoverno
para, mediante mecanismos de controle e planeamento centralizador[134],
determinar ao mais fino pormenor todas as dimensões da vida, do pensamento e da
actividade humana[135].
Trata-se, portanto, de um estratagema
globocrata erguido na aparência de uma comunidade internacional constituída
por falsos dirigentes e governantes dos
vários países do mundo inteiramente vergados às organizações supranacionais às
quais sempre respondem contra os reais interesses dos povos que supostamente
representam, assim os traindo, arruinando[136] e
matando[137]
através de insistentes operações de vil, tortuosa e mendaz propaganda para que
finalmente aceitem, em nome da “consciência social” e do “bem da humanidade”, o
transnacionalismo mundialista[138] tido por algo sumamente responsável,
protector e salvador do planeta.
Por conseguinte, é doravante proibido questionar a “verdade oficial”, consoante afere Cristina M. Jiménez:
«Como estamos a ver, o plano previsto é instaurar e estabelecer uma autoridade global em cada um dos âmbitos da vida no planeta. Uma autoridade única para a saúde, o comércio, a religião, o turismo, as energias, a habitação, a água, o espaço, a educação... Uma autoridade única saída da rede do poder filantrópico e globalista, que se estende pelo mundo para depois confluir no mesmo ponto de origem. Uma voz única que não possa ser questionada e que imponha as normas que apenas convêm a uns poucos. Desde que a OMS declarou a pandemia, é proibido pensarmos e expressarmo-nos com liberdade, sob pena de prisão ou multa, e inclusivamente sob risco de ser desterrado da nova cidade global que estão a construir. Se nos portarmos bem e cumprirmos como bons cidadãos globais, conceder-nos-ão um “passaporte de imunidade”, como lhe chamou a OMS. Se não o tivermos, não poderemos viajar de avião nem de comboio nem de metro, não poderemos sequer ir à padaria da esquina. Seremos proibidos de sair de casa. Caso nos atrevamos a divergir ou a criticar a verdade oficial, viveremos fora dos muros, em ostracismo. Seremos considerados uns bárbaros sem “consciência social” e castigados a não participar da civilização domesticada e inumana da sua nova normalidade.»[139]
Entretanto, é um dado adquirido de que estamos hoje sob a periclitante ameaça sem precedentes de uma deriva totalitária no domínio farmacológico, em que potências como a China e os Estados Unidos indiciam ser senão aliados porventura cúmplices no domínio da pesquisa virológica e até mais particularmente zoonótica. Naquele domínio, a previsão de uma possível quão perigosa deriva totalitária fora devidamente projectada por Aldous Huxley, sem bem que o manancial duma revolução farmacológica também lhe aprouvesse como altamente promissor no campo da experiência transcendental, conforme a breve trecho nos relata um seu prefaciador:
«Ciente dos perigos totalitários do “ataque farmacológico” possibilitado pela tecnologia moderna, nem por isso Huxley excluía que a via química pudesse levar à elevação espiritual. A sua curiosidade na matéria fora despertada em 1931 ao ler Phantastica, um tratado do farmacólogo alemão Louis Ludwig Lewin sobre as substâncias visionárias usadas ritualmente desde o alvorecer da humanidade, hoje considerado a primeira obra de etnobotânica: “[A] história da ingestão de drogas constitui um dos capítulos mais curiosos e creio que também mais significativos da história natural dos seres humanos”[140], considerou Huxley após ter lido o tratado “de ponta a ponta com um apaixonado e crescente interesse”[141]»[142].
Por relativa contrapartida ao raciocínio sistemático que em momento algum correspondeu de todo em todo à aristotélica distinção psicodinâmica entre intelecto passivo e intelecto activo como via aberta para o estudo fenomenológico do que verdadeiramente seja o pensamento no homem capaz de intelecção mediante as apuradas noções de acto e potência, Aldous Huxley não se poupou efectivamente a esforços para levar a cabo uma experiência meta-verbal para justamente procurar alcançar a percepção directa dum infinito inacessível a todo o entendimento intelectualmente condicionado por abstractas categorias previamente delimitadas ou adquiridas ao longo de experiências parcelares semi-opacas e de alcance particularmente unilateral. No mais, trata-se de uma experiência que sendo caracteristicamente farmacológica vale por isso mesmo como um estímulo de profundas possibilidades espirituais quando sobretudo comparada com programas e estudos científicos a que não serão decerto estranhos a genética, a embriologia, a anatomia comparada, a hereditariedade, o transformismo e o evolucionismo. E se bem que as ciências de observação possam de facto, na melhor tradição aristotélica, confirmar a ascensão do homem pela escala zoológica num movimento de transformação criatriz da existência actual em essência possível, Aldous Huxley traça-nos, em contraciclo, uma artificiosa forma de franquear as portas da percepção rumo ao mistério do Insondável:
«Reflectindo sobre a minha experiência,
dei por mim a concordar com o Dr. C. D. Broad, eminente filósofo de Cambridge,
quando escreveu que “deveríamos considerar com muito mais seriedade que até então o
tipo de teoria que Bergson propôs relativamente à memória e à percepção pelos
sentidos. O que sugere é que a função do cérebro, do sistema nervoso e dos
orgãos dos sentidos é de uma maneira geral eliminativa e não produtiva. Cada
pessoa é a cada momento capaz de recordar tudo o que lhe aconteceu e de
apreender tudo o que acontece em qualquer parte do universo. A função do
cérebro e do sistema nervoso consiste em proteger-nos de sermos esmagados e
confundidos por este amontoado de informações em grande parte inúteis e
irrelevantes, excluindo grande parte do que de outro modo apreenderíamos ou
recordaríamos a todo o momento, e deixando somente essa selecção muito reduzida
e especial do que poderá ter utilidade prática”[143].
De acordo com tal teoria, cada um de nós é potencialmente detentor de uma Mente sem
Limites (Mind at Large). Porém, na
medida em que somos animais, o nosso objectivo é sobreviver a todo o custo. Para
tornar a sobrevivência biológica possível, a Mente sem Limites tem de ser
obrigada a passar através da válvula redutora do cérebro e do sistema nervoso.
O que sai do outro lado é uma mísera gota do tipo de consciência que nos vai
ajudar a permanecer vivos à superfície deste planeta em concreto. Para formular
e expressar o conteúdo desta consciência reduzida, o homem inventou e elaborou
infindavelmente os sistemas de símbolos de filosofias implícitas a que chamamos
línguas. Cada indivíduo é ao mesmo tempo o beneficiário e a vítima da tradição
linguística em que nasceu – beneficiário na medida em que a língua dá acesso
aos registos acumulados da experiência de outras pessoas, vítima na medida em
que confirma a sua crença de que a consciência reduzida é a única consciência
possível, e em que confunde o seu sentido da realidade, tornando-se
lamentavelmente propenso a tomar os seus conceitos como dados e as suas
palavras como coisas reais. Aquilo a que na linguagem da religião se chama
“este mundo” é o universo da consciência reduzida, expresso e como que
petrificado pela língua. Os vários “outros mundos” com que erraticamente os
seres humanos tomam contacto são outros tantos elementos na totalidade da
consciência que pertence à Mente sem Limites. A maior parte do tempo a maioria
das pessoas só estão cientes do que sai da válvula redutora e é consagrado como
genuinamente real pela língua local. No entanto, algumas parecem ter nascido
com uma espécie de desvio que contorna a válvula redutora. Nas outras, os
desvios temporários podem ser adquiridos quer espontaneamente quer como
resultado de “exercícios espirituais” deliberados, pela hipnose ou por meio de
drogas. Através destes desvios permanentes ou temporários flui não exactamente
a percepção de “tudo o que acontece em qualquer parte do universo” (pois o
desvio não anula a válvula redutora, que ainda exclui o conteúdo total da Mente
sem Limites), mas algo de adicional e acima de tudo diferente do material
utilitário cuidadosamente seleccionado que as nossas mentes individuais
estreitadas consideram como uma imagem da realidade completa ou pelo menos
suficiente.
O cérebro está equipado com uma série de
sistemas enzimáticos que servem para coordenar as suas operações. Algumas
destas enzimas regulam o fornecimento de glucose às células do cérebro. A
mescalina inibe a sua produção, reduzindo assim a porção de glucose disponível
para um orgão permanentemente necessitado de açúcar. O que acontece quando a
mescalina reduz a dose normal de açúcar do cérebro? Até agora só foi observado
um número diminuto de casos, não sendo ainda possível dar uma resposta global,
mas o que acontece à maioria das poucas pessoas que ingeriram mescalina sob
supervisão pode resumir-se como se segue:
(1) A
capacidade de recordar e de pensar com clareza é pouco ou nada reduzida (ao
ouvir as gravações da minha conversa sob a influência da droga não pude
constatar que estivesse mais embrutecido do que em ocasiões normais).
(2) As
impressões visuais são extremamente intensificadas e o olho recupera alguma da
inocência perceptiva da infância, quando o dado dos sentidos não era imediata e
automaticamente subordinado ao conceito. O interesse pelo espaço diminui e o
interesse pelo tempo é quase nulo.
(3) Muito
embora o intelecto permaneça intacto e a percepção fique extremamente
melhorada, a vontade sofre uma alteração profunda para pior. A pessoa que
ingere mescalina não vê razão alguma para fazer o que quer que seja em
particular, e considera a maioria das causas que em ocasiões normais a levariam
a agir e a que se submeteria profundamente desinteressantes. Não pode por elas
ser perturbada pela boa razão de que tem melhores coisas em que pensar.
(4) Pode-se
ter a experiência destas melhores coisas (como eu tive) “lá fora”, “cá dentro”
ou em ambos os mundos, interior e exterior, simultânea ou sucessivamente. Que
são melhores parece inquestionável a todas as pessoas que ingerem mescalina com
um fígado saudável e uma mente tranquila.
Estes efeitos da mescalina são o tipo de
efeitos que se poderia esperar resultassem da administração de uma droga com o
poder de diminuir a eficácia da válvula reguladora do cérebro. Quando o cérebro
fica privado de açúcar, o ego subnutrido enfraquece, não lhe sendo possível
encarregar-se das rotinas necessárias, e perde todo o interesse pelas relações
espaciais e temporais que tanto significam para um organismo determinado a
vingar no mundo. Assim que a Mente sem Limites passa através da válvula já não
estanque, todo o tipo de coisas biologicamente inúteis começam a acontecer. Em
alguns casos podem ocorrer percepções extra-sensoriais, noutros as pessoas
descobrem um mundo de beleza visionária, noutros ainda é-lhes revelada a
glória, o valor infinito e a plenitude de significado da pura existência, do
acontecimento real e não conceptualizado. Na fase final do estado de ausência
de ego, há um “conhecimento obscuro” de que Tudo está em tudo – de que na
realidade Tudo é cada qual. Entendo que isto é o mais próximo que uma mente
finita poderá alguma vez estar de “apreender tudo o que acontece em qualquer
parte do universo”.
Neste contexto, quão significante é a
enorme intensificação da percepção da cor sob o efeito da mescalina! Para
certos animais é biologicamente muito importante ser capaz de distinguir
determinados matizes, mas além dos limites do seu espectro utilitário, a
maioria das criaturas são completamente daltónicas. As abelhas, por exemplo,
passam a maior parte do seu tempo a “desflorar as virgens imaculadas da
Primavera”[144],
mas como Von Frish demonstrou, só são capazes de reconhecer um número muito
limitado de cores. O sentido cromático extremamente desenvolvido do homem é um
luxo biológico – inestimavelmente preciso para si enquanto intelectual e ser
espiritual, mas desnecessário para a sua sobrevivência enquanto animal. A
julgar pelos adjectivos que Homero põe nas suas bocas, os heróis da Guerra de
Troia dificilmente ultrapassavam as abelhas na capacidade de distinguir as
cores. Pelo menos a este título, o progresso da humanidade foi prodigioso.
A mescalina aviva todas as cores e torna aquele que as percepciona consciente das inúmeras e ínfimas gradações de diferença a que é completamente cego em circunstâncias normais. Poderia parecer que para a Mente sem Limites as chamadas características secundárias das coisas são primordiais. Contrariamente a Locke, é evidente que sente que as cores são mais importantes, mais merecedoras de atenção do que as massas, posições e dimensões. À semelhança das pessoas que ingerem mescalina, muitos místicos percepcionam cores sobrenaturalmente luminosas não somente com o olho interno mas mesmo no mundo objectivo que os rodeia. Relatos semelhantes são feitos por videntes e por pessoas dotadas de poderes psíquicos, e para certos médios a breve revelação dos que experimentam a mescalina é uma experiência de longa duração, ocupando várias horas por dia.»[145]
Curiosamente, os efeitos psicotrópicos do mescalito encontram-se igualmente presentes na obra de Carlos Castaneda, desde logo no âmbito da sua recolha de informações sobre plantas medicinais a ponto de, inesperadamente, o levar a uma experiência transfigurante durante largos anos sob a aprendizagem misteriosa de um brujo índio yaqui (don Juan Matus) cujos conhecimentos remontavam às tradições iniciáticas milenares dos Toltecas. Há, aliás, um manifesto paralelismo, se assim o podemos dizer, entre a “válvula reguladora do cérebro” em Aldous Huxley e o “ponto de conjunção” contido nos ensinamentos de don Juan a Carlos Castaneda[146], conforme permitem adivinhar os sucessivos e diferentes estados de consciência intensificada ocasionalmente experienciados e devidamente relatados pelo investigador académico de antropologia da Universidade da Califórnia. Saliente-se, pois, por entre aqueles estados correspondentes ao mundo da realidade não-ordinária o que por ora mais directamente importa antolhar:
«Resumidamente, [don Juan] delineou as
verdades sobre a consciência, que tinha discutido: que não existe mundo
objectivo, mas apenas um universo de campos de energia, a que os videntes
chamam emanações da Águia. Os seres humanos são feitos das emanações da águia e
são, essencialmente, bolhas de energia luminosa; cada um de nós está envolto
num casulo que encerra uma pequena parte destas emanações. A consciência é
adquirida pela constante pressão que as emanações do exterior do nosso casulo,
que se chamam emanações livres, exercem sobre as do interior dos nossos
casulos. Essa consciência dá origem à percepção, que acontece quando as
emanações do interior dos nossos casulos se alinham com as correspondentes
emanações livres.
Repetiu isto várias vezes, dando-me
tempo para o entender. Depois, disse-me que, para corroborar as verdades sobre
a consciência, eu precisava de energia.
(...) Don Juan explicou-me que, para a
nossa primeira atenção colocar em foco o mundo que nós percebemos, tinha de
enfatizar certa emanações seleccionadas na faixa onde se localiza a consciência
do homem. As emanações descartadas, continuam ao nosso alcance, mas permanecem
inactivas, desconhecidas para nós, para toda a nossa vida.
Os novos videntes chamavam às emanações
enfatizadas, o lado direito, a consciência normal, o timbre, este mundo, o
conhecido, a primeira atenção. O homem comum chama-lhes realidade,
racionalidade, senso comum.
As emanações enfatizadas compõem uma
larga faixa de consciência do homem, mas uma parte muito pequena do espectro
total das emanações presentes no interior do casulo do homem. As emanações
menosprezadas na faixa humana, são consideradas como uma espécie de preâmbulo
ao desconhecido, e o próprio desconhecido consiste numa massa de emanações, que
não fazem parte da faixa humana e que nunca são enfatizadas. Os videntes
chamam-lhes lado esquerdo da consciência, os naguais chamam-lhes o outro mundo,
o desconhecido, a segunda atenção.
– Este processo de enfatizar certas
emanações – continuou don Juan, – foi descoberto e praticado pelos antigos
videntes. Eles concluíram, que um homem nagual, ou uma mulher nagual, pelo
facto de terem uma força extra, podem afastar a ênfase das emanações usuais e
fazê-la passar para as emanações mais próximas. Esse afastamento é conhecido
como o golpe do nagual.
(...) Explicou-me que os seres humanos
escolhiam, repetidamente, as mesmas emanações para perceber, por duas razões.
Primeira, e a mais importante, porque fomos ensinados que essas emanações são
perceptíveis: segundo, porque o nosso ponto de conjunção selecciona e prepara
essas emanações para serem usadas.
– Todos os seres vivos têm um ponto de
conjunção – continuou, – que selecciona emanações para enfatizar. Os videntes
podem ver se os outros seres sensíveis
partilham a mesma visão do mundo, vendo
se as emanações que os seus pontos de conjunção seleccionaram são as mesmas.
Afirmou que uma das mais importantes
conquistas dos novos videntes, foi descobrir que a zona onde esse ponto se
localiza no casulo de todos os seres vivos, não é uma característica
permanente, mas se estabelece naquela zona específica, por hábito. Daí, a
tremenda importância que os novos videntes dão às novas acções, às novas
práticas. Querem, desesperadamente, chegar a novos costumes, novos hábitos.
– O golpe do nagual é de extrema importância – continuou ele, – porque faz deslocar esse ponto. Altera a sua localização. Por vezes, até cria uma abertura permanente, nesse sítio. O ponto de conjunção é totalmente desalojado e a consciência muda drasticamente. Mas o que é um facto de maior importância, é a própria compreensão das verdades sobre a consciência, de forma a perceber que esse ponto pode ser deslocado a partir do interior. A infeliz verdade é que os seres humanos perdem sempre por omissão. Simplesmente, desconhecem por omissão.»[147]
Em suma: o domínio da consciência encontra-se profundamente ligado à posição do ponto de conjunção, como se poderá novamente aferir à luz das explicações de don Juan a Carlos Castaneda:
« – O ponto de conjunção dos outros
organismos também é treinado para aparecer onde aparece? – perguntei.
– Todos os organismos recém-nascidos são
treinados, de uma forma ou de outra – replicou. – Podemos não compreender como
se processa o treino, afinal, nem sequer percebemos como se processa em nós,
mas os videntes vêem que os
recém-nascidos são coagidos a fazer o que a sua espécie faz. É precisamente o
que acontece com as crianças humanas: os videntes vêem os seus pontos de reunião mudarem para todos os lados e,
depois, vêem como a presença dos
adultos prende cada ponto na sua área. Acontece o mesmo com todos os outros
organismos.
Don Juan pareceu reflectir por um
momento e, então, acrescentou que, de facto, havia um efeito único que o ponto
de conjunção do homem tem. Apontou para uma árvore lá fora.
– Quando nós, como seres humanos adultos
e sérios, olhamos para aquela árvore – disse ele, – os nossos pontos de reunião
alinham um número infinito de emanações e alcança um milagre. Os nossos pontos
de conjunção fazem-nos perceber um grupo de emanações a que chamamos árvore.
Explicou que o ponto de conjunção não
afecta somente o alinhamento necessário para a percepção, como também impede o
alinhamento de certas emanações, de forma a chegar a um maior refinamento da
percepção, uma depuração, uma engenhosa construção humana, sem paralelo.
Disse que os novos videntes tinham
observado que só os seres humanos eram capazes de agrupar, novamente, os grupos
de emanações. Usou a palavra espanhola “desnate”, para descrever o acto de
separar a nata mais saborosa da superfície de uma vasilha de leite fervido,
depois de arrefecer. Do mesmo modo, em termos de percepção, o ponto de
conjunção do homem fica com uma parte das emanações já seleccionadas para
alinhamento e faz com elas uma construção mais agradável.
– As desnatações do homem – continuou don Juan, – são mais reais do que aquilo que as outras criaturas percebem. Essa é a nossa armadilha. São tão reais para nós, que nos esquecemos que as construímos, ordenando os nossos pontos de conjunção que apareçam onde aparecem. Esquecemos que são reais para nós, só porque a nossa ordem é percebê-las como reais. Temos o poder de desnatar o melhor dos alinhamentos, mas não temos o poder de nos protegermos das nossas próprias ordens. Isso tem de ser aprendido. Dar total liberdade às nossas desnatações, como nós damos, é um erro de julgamento, que pagamos tão caro quanto os antigos videntes pagaram pelos seus.»[148]
Posto isto, vejamos agora como na passagem para o terceiro milénio a tendência tecnotrónica já previamente direccionada para o domínio inorgânico do ciberespaço ganharia cada vez mais novos desenvolvimentos que se tornariam, por seu turno, potencialmente determinantes para a corrente armadilha da “transição digital e climática” suscitada pela actual elite tecnocrática mundialista[149]. Para o efeito, tiremos particular proveito do que nos oferece, bem a propósito, a seguinte transcrição da autoria de Luís Torres Fontes:
«A associação do psicadelismo a
mundivisões “alternativas” obscurece porém o papel crucial que drogas como o
LSD assumiram na génese do mundo contemporâneo. Relativamente à sociedade da
informação, logo em 1969 Marshall MacLuhan, o teorizador dos média, assinalou
que “o LSD consiste numa forma de emular o mundo electrónico invisível[150];
três décadas mais tarde, Jaron Lanier, pioneiro da realidade virtual, garantia
que “quase todos os fundadores da indústria dos computadores pessoais eram hippies do tipo psicadélico”[151].
Quanto ao ciberespaço, o próprio termo foi popularizado por John Perry Barlow,
letrista da banda psicadélica arquetípica Grateful
Dead e co-fundador da Electronic Frontier Foundation, organização dedicada
a proteger a liberdade de expressão na Internet. Dizendo-se inspirado a ligar o
mundo em rede pela visão do universo que lhe fora revelada pelo LSD, Barlow
comentou a propósito dos muitos acidheads
anónimos que partilham a sua missão: “É como se o futuro estivesse a ser
criado por um culto secreto”[152].
Por outro lado, soube-se recentemente
que o LSD está associado à descoberta mais importante do século XX a par da
fissão nuclear: o biólogo britânico Francis Crick “estava sob a influência de
LSD quando deduziu a estrutura da dupla hélice do ADN há quase 50 anos”[153].
(Esta descoberta, feita em colaboração com James Watson, valeu-lhe o Prémio
Nobel e o epíteto de “o homem que descobriu o segredo da vida”). O despacho
noticioso contendo a revelação surgiu apenas 10 dias após a morte de Crick,
ocorrida a 29 de Julho de 2004, informando ainda que o cientista obrigara os
seus próximos a fazerem completo segredo do facto. A notícia adianta que Crick
era “um entusiasta do romancista Aldous Huxley”[154],
tendo sido um dos fundadores de um grupo britânico para a legalização da canábis
chamado Soma, no final dos anos 60.
Sendo raras as personalidades que
ousam assumir em vida o efeito positivo das substâncias psico-activas nas
faculdades mentais, o seu número vem porém aumentando. Uma delas é o biólogo
norte-americano Kary Mullis. Prémio Nobel da Química em 1993 pela invenção do
PCR (Polymerase Chain Reaction, “reacção em cadeia da polimerase”), uma técnica
de amplificação exponencial do ADN que abriu caminho à revolução
biotecnológica, Mullis afirmou numa entrevista à BBC ter dúvidas de que teria
feito a descoberta se não tivesse tomado LSD, cujo uso, garantiu, o tornara mais
inteligente[155].
Outro exemplo: Mark Pesce, co-inventor da linguagem de programação de realidade
virtual VRML, não esconde o facto desta descoberta ter sido “especificamente
catalisada numa experiência psicadélica”[156].
Em Tecnognose, Erik Davis assinala um aspecto menos aparente da influência dos psicadélicos no mundo actual, “a integração de certas técnicas contraculturais de êxtase no tecido da sociedade da informação”[157]: “Um dos grandes boatos paranóicos dos anos 60 era o de que os freaks tencionavam despejar LSD na rede de abastecimento de água; pode vir a acontecer que os dispositivos digitais e a máquina dos média acabem por drogar a população, infundindo um modo de cognição inegavelmente psicadélico na cultura em geral. Os modems desatarraxam a ‘válvula redutora’ mental de Huxey e deixam entrar a Mente sem Limites (Mind at Large) ligada em rede. (...) Os computadores e os média electrónicos estão a ‘ligar’ todas as pessoas e o ciberespaço a tomar forma enquanto paisagem virtual mutável da mente colectiva fundida. As energias libertadoras do êxtase, definido como a expansão explosiva do eu para o exterior das suas fronteiras quotidianas e incensadas pelos ideólogos da contracultura dos anos 60, são hoje um facto tecnológico”[158]»[159].
A realidade virtual de uma mente
colectiva fundida constitui, curiosamente, a explicação levada a cabo pelo
britânico David Icke para, na base de uma analogia, tentar ilustrar como o
alinhamento da percepção se processa na humanidade em geral. Para tal,
refere-se a uma espécie de «internet holográfica» no pressuposto de que a
«Matriz» ou a «Consciência Infinita» se projecta como um “super holograma” cuja
interacção com o nosso cérebro potencia a ilusão
do nosso corpo e do mundo físico envolvente como se de um mundo sólido realmente
se tratasse. Neste prisma, os nossos cinco sentidos são apenas a expressão
“física” descodificada de uma variedade multímoda de campos energéticos
projectados pela «Consciência Infinita multidimensional, em que designadamente
os «olhos transformam a luz (energia, campos de frequências) em sinais
eléctricos que o cérebro interpreta, através do seu córtex visual, como a
aparente realidade tridimensional»[160].
A partir daqui, o já célebre “conspiracionista”,
versado na copiosa trama do globalismo invasor, pormenoriza, sob a marcante influência de Carlos Castaneda[161],
como o desconhecimento da «Consciência Infinita» pode efectivamente contribuir
para a consciência fechada ou para a prisão da percepção[162],
sobretudo quando está em jogo o cerrado controlo e condicionamento político,
socioeconómico e espiritual de cada pessoa em particular e da humanidade em
geral, conquanto são, em última instância, puramente ilimitados em sua plena infinitude
de consciência. Ora, se bem que aqui a analogia proposta por David Icke permita
sublimar a existência de um mundo
inobjectivável, até pela forma como recorre ao domínio da física quântica
para assinalar a ilusão do mundo
físico mediante os respectivos níveis de realidade subatómica[163],
a verdade é que a alegada descodificação da já denominada «Matriz» nos termos
de uma «realidade holográfica ilusória tridimensional»[164], desde
logo nos remete para uma descodificação que por definição é estritamente matemática[165].
Por outras palavras, a alegada descodificação de matriz informática não deixa
de ser mais uma desqualificante pese
embora prodigiosa representação do
mundo tal como se nos oferece espectacularmente espelhado na natureza e na vida
orgânica onde as essências são
decerto pela existência que as revela
e realiza, sem dela própria jamais quedarem cindidas como se de uma irrealidade ou pura fantasmagoria se
tratassem[166].
Quer isto, pois, justamente dizer que a subjugação da humanidade a uma rede cibernética interligada sob a forma de uma mente colectiva virtualmente fundida, é, no fundo, o triunfo do engenhoso espírito de contradição estritamente separado da criação divina. Como tal, o intrusivo quão exclusivo predomínio da chamada “inteligência artificial” é, por contrapartida ao psicodinamismo subjacente à existência natural do mundo orgânico, a unilateral projecção de um processo inteiramente destituído de qualquer forma inteligente de vida para, no induzido domínio da aprendizagem algorítmica e da digitalização avatárica[167], fornecer apenas a vazia ilusão de uma actividade inteligente aparentemente autónoma porque a montante inevitavelmente dependente de uma certa e determinada programação previamente definida. Não há, por isso, nenhuma espécie de actividade criadora propriamente dita no reino artificial do inorgânico, nem sequer lugar para a expressão autêntica da ciência antropológica tradicionalmente considerada do ponto de vista do composto humano tripartido em espírito, alma e corpo, conforme, aliás, desenvolve esclarecidamente o autor português d’A Razão Animada:
«A antropologia é, essencialmente, a ciência que estuda o homem. Se admitirmos por conveniência dedutiva que o homem é um composto de espírito, alma e corpo, admitiremos também que ao estudo do primeiro elemento conceda a filosofia uma extensão comparável à que outrora foi atribuída à psicologia racional. As relações da razão com a alma, especialmente durante a reflexão da palavra na consciência, justificam só por si tão amplo tratamento da antropologia no quadro das ciências filosóficas.
Ao preceito socrático da autognose, da distinção entre o eu e o não-eu no espelho da consciência, devemos religar a tese de Protágoras, segundo o qual o homem é a medida de todas as coisas, e deste modo postular uma interpretação humanista do universo, para termo de verificação e comparação com todos os outros sistemas filosóficos. A alma humana assume assim a alta virtude mediatriz que lhe é atribuída na Psicologia de Aristóteles. Esta doutrina perdurou até ao fim da Idade Média; mas depois, sob pretexto de regresso à sabedoria da Antiguidade, a investigação antropológica dirigiu-se para o estudo do corpo humano, segundo o método analítico da anatomia, da fisiologia e da cirurgia.
A decadência da antropologia
aristotélica teve o efeito de prender a ciência ao estudo da sensitividade
animal, mas a sensitividade humana, que não é mera passividade estimulada por
objectos exteriores à consciência, logo exige a relação com uma actividade, e a
investigação de causas sensíveis ou insensíveis. A fisiologia da percepção
tende a estabelecer correspondências entre os sensos humanos, que não são
apenas os cinco da cartilha, e as forças naturais, que não são apenas as mencionadas no compêndio, correspondência que exige nomenclatura matemática
para se explicitar em movimentos, velocidades, acelerações. Ao falarmos de
velocidade da luz, de velocidade do som, etc., com aparente linguagem de
objectividade, demonstramos, afinal, que nos é muito difícil, que nos será
talvez impossível, constituir uma física para além da subjectividade humana.
A exteriorização das causas e, portanto,
a sua espacialização, só pode induzir em erro o pensador que não haja sido
habilitado a ascender da técnica para a ciência. Caracteriza-se o técnico por
ser um homem que não sabe o que faz,
um homo faber. Apto a realizar um
trabalho perfeito, e portanto a prestar um útil serviço social, o
técnico terá de estudar a respectiva ciência quando pretender adquirir a
liberdade.
Se a sensação é a actividade dos
sensos, e não a sua passividade, diremos que as forças designadas pela física
são sentidos que representam efeitos, o que é verdadeiro, porque as causas
permanecem ocultas, porque a relação de causalidade está longe de ser a
consecução temporal de antecedente para consequente. A hipótese gnósica de que
existe um sexto senso, ainda mal estudado, favorece a tese de que a evolução do
corpo humano tende para a transfiguração do mundo. Esta relatividade humanista,
dependente da noção de experiência, e de leis bem conhecidas pelos médicos,
confirma portanto a doutrina de Protágoras que está implícita na filosofia de
Aristóteles.
Quanto mais se afasta do aristotelismo, tanto mais a antropologia deixa de ser efectivamente uma ciência filosófica. Curioso é notar, a este propósito, a significação do livro de Alexis Carrel, intitulado o Homem, Esse Desconhecido[168]. A falência da antropologia no estudo do composto humano seria explicável pela inversão que a cultura moderna operou na ordem tradicional dos elementos conservados na doutrina de Aristóteles[169].»[170]
Posto isto, mais facilmente se explica
que, na era tecnotrónica actual, as raízes substancialmente antropológicas e,
por extensão, biológicas que estão no cerne da evolução criatriz da humanidade,
estejam a ser profundamente ameaçadas com o aberrante avanço da transgeneridade por força de uma tecnologia transgénica assente na
alteração do ADN[171]
dos seres vivos para potenciar artificialmente determinadas características
genéticas induzidas à margem da própria natureza. Trata-se, infelizmente, de
uma forma antinatural de tecnologia especialmente destinada a preparar a
humanidade dolorida para um tétrico desfecho transhumanista, onde se fará propositadamente sentir a imposição
legal da aviltante e deformadora mudança de sexo numa dimensão a todos os
títulos impensável ou sequer mesmo inimaginável para a própria civilização
humana, a que também aliás acresce a produção de embriões feitos com material
genético humano e animal que estarão assim na base de quimeras ou de seres
híbridos particularmente aberrantes. E eis, então, o concomitante surgimento do
novo e recorrente estatuto de alegada “personalidade” atribuída pelos ideólogos
do transhumanismo aos subprodutos resultantes quer das manipulações da
engenharia genética, quer das tecnologias de reprodução baseadas na construção
de “úteros artificiais” (octogénese) em franco detrimento da gravidez natural,
quer ainda ao nível dos prementes avanços e desenvolvimentos obtidos no âmbito
centralizador da estratégia global de gestão, vigilância e identificação viabilizada pela inteligência artificial.
Por outro lado, é um facto de que a Organização das Nações Unidas (ONU) tem fortemente apostado na centralização tecnológica com o ardiloso pretexto de obter a sua respectiva regulação com base na vigilância, recolha e armazenamento de dados em massa susceptíveis de, à partida, garantir e promover o “desenvolvimento sustentável” consoante os objectivos globais traçados pela Agenda 2030. A regulação em causa significa, na verdade, a administração centralizada de todo o processo de compilação, registo e apuramento de dados que permita teoricamente assegurar a privacidade dos seus titulares e do bem comum perante o seu mau uso por parte de corporações alheias à cultura de confidencialidade, integridade e protecção de toda e qualquer informação pessoal disponibilizada. Acontece, porém, que muitas dessas corporações, mormente dirigidas por globalistas, não se encontram numa relação de estrita oposição para que efectivamente se proceda a um novo paradigma de regulação global de dados pessoais em grandes plataformas globalizadas, como as que vão sendo decerto incentivadas nos eventos anuais do Fórum Económico Mundial a propósito dos avanços e vantagens da inteligência artificial em pleno curso[172].
Endgame: There’s no returning to normal
É
óbvio de que os globalistas e os agentes políticos que os servem não estão
minimamente interessados no bem-estar, saúde e prosperidade das populações que
tão encarecidamente dizem servir, nem sequer nas chamadas questões ambientais
em nome das quais tudo apostam afincadamente a fim de obterem a microgestão do planeta. Resumindo e concluindo, «Klaus Schwab, the head of the
World Economic Forum, and many other globalist leaders have said the same
thing: There’s no returning to normal. So citizens in the West can expect to
see a continuity of plans to make this happen: increased money printing and
inflation to make people willing to switch to a world currency, increasingly
open borders to add to economic and cultural strife, huge dollars spent on
supposed “green” initiatives and the targeting of many non-green industries and
jobs in the West, efforts to enable vote fraud so that globalists/socialists
get “elected,” efforts to squash free speech and increase the number of actions
prosecuted as “hate crimes,” increased unemployment in the West to increase
reliance on government, lots more gun-control laws, and the continued stifling
of religious belief and action.»[173]
[115]
«All of the actions taken in the name of fighting the coronavirus, not
coincidentally, have limited individual freedom and choices, and they all have
been leading to centralized control over the world’s peoples. It has been clear
since the start of the spread of the coronavirus that COVID rules were not
about stopping the spread of the virus: Even as small businesses were getting
locked down and those attending pro-Trump political rallies were chastised by
globalist media and officials for spreading the coronavirus, globalist media
celebrated Black Lives Matter riots in cities countrywide for months on end,
despite the lack of social distancing and the increase in violence. And even as
the International Air Transport Association, to which most airlines worldwide
belong, was making plans to roll out its digital COVID passports
(government-certified proof of receiving COVID vaccinations that must be
presented before people will be allowed to fly) so that COVID wouldn’t be
spread from state to state and country to country, the Biden administration
invited hundreds of thousands of illegal immigrants to flood the country and refused
to check them all for COVID — or any of the other numerous infectious and
deadly diseases that residents south of the border often carry. Remember also
that professional sports teams were largely exempt from lockdowns — even the
Premier League (soccer) kept training and playing in lockdown-happy England,
during all but the initial COVID lockdowns.» (Kurt Williamsen, «What is “Build
Back Better” Globalism?», in The New
American, Vol. 37, No. 14, 07/19/2021).
[116] «Sweden isn’t in the news much right now, for both good and bad reasons. The good reason is that unlike in France, where massive protests and rioting inspired by new anti-coronavirus lockdown measures have made headlines, the Nordic country is peaceful. The bad one is that even though the reason it’s peaceful is because its anti-lockdown strategy has worked, the COVID-panic-porn-obsessed media don’t find this newsworthy. After all, if the masses find out that all the civilization-rending lockdowns and onerous virus restrictions are an exercise in scientific obscurantism, a lot of power-mad politicians could face career destruction.
Here’s the news the opinion cartel finds unworthy: As of Wednesday, Sweden’s seven-day rolling average for China virus deaths was zero (…).
To be precise, Sweden has on occasion curbed restaurant opening hours (I guess the virus only attacks during certain periods of the day) and has at times enforced crowd limits at venues such as shopping malls, but these have been exceptions to the country’s rule of relying on voluntary measures to combat SARS-CoV-2.
This lies in contrast to its European
neighbors, which, as the definition of insanity goes, are doing the same thing
over and over again while expecting a different result. In France, for example,
“government officials have decreed that unvaccinated individuals will no longer
be allowed to enter cafes, restaurants, theaters, public transportation and
more,” reports the Foundation for Economic Education (FEE). This is despite
data indicating that many new China virus cases are among the vaccinated and
that the most highly
vaccinated nations have the worst COVID infection rates — and warnings that the
vaccines may actually be dangerous.
“France’s approach is unique, but it’s
just one of many countries around the world imposing new restrictions as fears
grow over a new variant of COVID-19,” FEE later writes. “Australia’s recent
restrictions have placed half the country under strict lockdown — even though a
record 82,000 tests had identified just 111 new coronavirus cases — while
restaurants in Portugal are struggling to survive amid newly imposed
restrictions.”» (Selwyn Duke, «ZERO COVID Deaths: Sweden’s Anti-lockdown Strategy Has Worked», in The New American,
Digital Edition, July 23, 2021).
[117]
«Having been reduced to a cowering citizenry—mute in the face of elected
officials who refuse to represent us, helpless in the face of police brutality,
powerless in the face of militarized tactics and technology that treat us like
enemy combatants on a battlefield, and naked in the face of government
surveillance that sees and hears all—we have nowhere left to go.» (John W.
Whitehead & Nisha Whitehead, «George Orwell’s 1984 Has Become a Blueprint for Our Dystopian Reality», in The
Rutherford Institute, June 28, 2021).
[118]
«A UK government adviser and former Communist Party member Susan Michie says
that mask mandates and social distancing should continue “forever” and that
people should adopt such behaviour just as they did with wearing seatbelts.
Michie, who is a Professor of Health
Psychology at UCL and a leading member of SAGE, said such control measures
should become part of people’s “normal” routine behaviour.
(…) “Professor Michie’s co-panellist, a
fellow scientist at UCL, Dr Shikta Das, said: “I think Susan has made a very
good point here,” adding that the vaccine roll-out has created a “false sense
of security”. She concluded: “I don’t think we are yet ready to unlock.” How’s
all that for balance!”
Perhaps unsurprisingly, Michie is known to be a long-time Communist hardliner and was so zealous in her beliefs she garnered the nickname “Stalin’s nanny.”
Her sentiment echoes that of fellow government adviser Professor Neil Ferguson, who once acknowledged that he was surprised authorities were able to “get away with” the same draconian measures that Communist China imposed at the start of the pandemic.
“[China] is a communist one-party state,
we said. We couldn’t get away with [lockdown] in Europe, we thought… and then
Italy did it. And we realised we could,” said Ferguson.» (Paul Joseph
Watson, «UK Government Adviser Says Mask Mandates Should Continue “Forever”»,
in INFOWARS, June 10th 2021).
[119] «The ongoing “war on cash” that far preceded the pandemic, whose
goal is to steer people towards using traceable forms of payment, is coming in
very handy in the COVID era precisely for the reason the policy is criticized
in the first place – it makes it easy for authorities to keep tabs on individuals
who use card transactions.
Reports now mention instances of
Australian residents receiving a mandate to quarantine after using their credit
card to pay at an establishment, where somebody known to be infected with the
virus had stayed.
Credit card receipts led back to the
person that was then forced to self-isolate (although they did not have
coronavirus) – and apparently led the person to consider what, if anything, is
left of their privacy in a world where more and more people leave long “data
trails” behind them.» (Didi Rankovic, «Governments are using credit card purchase data as “contact tracing’ COVID surveillance», in Reclaim The Net, July 16, 2021).
[120] Neste ponto também tem vindo a
desempenhar papel preponderante a tecnologia de vigilância mediante o uso de
drones, dado que o uso de veículos aéreos remotamente pilotados, se bem que
idealizados para fins militares e curiosamente inspirados nas bombas voadoras
alemãs, do tipo V-1, têm sido cada vez mais aplicados para, em contexto
“pandémico” da Covid-19, monitorizar se, ora nas praias os banhistas espanhóis
cumprem as medidas “recomendadas” de “distanciamento social”, ora assegurar
através de altifalantes que os transeuntes na Bélgica e em Bruxelas obedecem às
medidas restritivas que ordenam o confinamento domiciliário, ora ainda
identificar, na Austrália, indivíduos que se mostrem refractários ao uso
compulsivo da máscara, bem como, no lance, fazer o rastreamento de veículos
automóveis parqueados a mais de 5 quilómetros do local de residência dos
respectivos proprietários. De resto, a polícia da Malásia tem igualmente
procedido ao uso de drones para a eventual medição da temperatura de
transeuntes a uma distância de 20 metros do solo, alertando assim as
autoridades caso alguém venha a ser detectado como positivo mediante a emissão
de uma luz vermelha.
[121] «“When you upload your DNA, you’re potentially becoming a genetic informant on the rest of your family.”— Law professor Elizabeth Joh.
“Guilt by association” has taken on new connotations in the technological age.
All of those fascinating, genealogical
searches that allow you to trace your family tree by way of a DNA sample can
now be used against you and those you love.
As of 2019, more than 26 million people
had added their DNA to ancestry databases. It’s estimated those databases could
top 100 million profiles within the year, thanks to the aggressive marketing of
companies such as Ancestry and 23andMe.
It’s a tempting proposition: provide some
mega-corporation with a spit sample or a cheek swab, and in return, you get to
learn everything about who you are, where you came from, and who is part of your
extended family.
The possibilities are endless.
(...) Without even realizing it, by
submitting your DNA to an ancestry database, you’re giving the police access to
the genetic makeup, relationships and health profiles of every relative—past,
present and future—in your family, whether or not they ever agreed to be part
of such a database.
After all, a DNA print reveals everything
about “who we are, where we come from, and who we will be.”
It’s what police like to refer to a
“modern fingerprint.”
Whereas fingerprint technology created a
watershed moment for police in their ability to “crack” a case, DNA technology
is now being hailed by law enforcement agencies as the magic bullet in crime
solving.» (John W. Whitehead & Nisha Whitehead, «The War Over Genetic Privacy Is Just Beginning», in The
Rutherford Institute, June 9th 2021).
[122]
«Incredibly, as the various nascent technologies employed and shared by the
government and corporations alike—facial recognition, iris scanners, massive
databases, behavior prediction software, and so on—are incorporated into a
complex, interwoven cyber network aimed at tracking our movements, predicting
our thoughts and controlling our behavior, the dystopian visions of past
writers is fast becoming our reality.
Our
world is characterized by widespread surveillance, behavior prediction
technologies, data mining, fusion centers, driverless cars, voice-controlled
homes, facial recognition systems, cybugs and drones, and predictive policing
(pre-crime) aimed at capturing would-be criminals before they can do any
damage.
Surveillance cameras are everywhere.
Government agents listen in on our telephone calls and read our emails.
Political correctness—a philosophy that discourages diversity—has become a
guiding principle of modern society.» (John W. Whitehead & Nisha Whitehead,
«George Orwell’s 1984 Has Become a Blueprint for Our Dystopian Reality», in The Rutherford Institute, June 28,
2021).
[123] Assinale-se, em paralelo, o caso
particular da crescente militarização do Departamento de Polícia de Nova Iorque
no que respeita à vigilância invasiva do cidadão comum através de uma extensa
rede de câmeras baseada em tecnologia de reconhecimento facial: «The NYPD
controls an extensive network of cameras that it can use to track New Yorkers
across the city, raising concerns about invasive and discriminatory policing
tactics, according to an investigation by Amnesty International.
The
NGO enlisted thousands of volunteers to hunt for cameras at intersections in
Manhattan, Brooklyn, and the Bronx, in an effort to document the size and scope
of the New York Police Department’s surveillance capabilities. In total, 15,280
cameras were located. When synced with facial recognition technology (FRT), the
cameras are capable of tracking New Yorkers across all three boroughs, Amnesty
said.
FRT works by comparing camera imagery with
the images of millions of faces stored in a database, many of them taken from
sources such as social media without users’ knowledge.
As
part of its report, the group also released a video modeling the “extensive
field of vision” of New York’s CCTV network. It’s believed the NYPD can use the
cameras to track faces as far as 656 feet (200 meters) away – the equivalent of
two street blocks.
Commenting on the findings, Dr Matt
Mahmoudi, an artificial intelligence and human rights researcher at Amnesty
International, said the vast network of cameras means you are “never anonymous”
when walking through the city.
This sprawling network of cameras can be
used by police for invasive facial recognition, and risks turning New York into
an Orwellian surveillance city.» («NYPD Operates Over 15,000 Facial
Recognition Cameras as Part of ‘Orwellian’ Surveillance Network – Report», in INFOWARS, June 3rd 2021).
[124] Esta negação era frequentemente
expressa da seguinte forma: No Such
Agency, ou ainda Never Say Anything.
Contudo, convém notar que já antes da criação da NSA, tanto o Departamento de
Justiça dos Estados Unidos, constituído em 1 de Julho de 1870, como o Departamento
Federal de Investigação, criado em 26 de Julho de 1908 sob o lema “Fidelidade,
Bravura, Integridade” correspondente às iniciais FBI, conduziam as suas
próprias operações secretas de vigilância sobre toda uma parte substancial
da população geralmente alheia a um tão inusitado expediente subreptício.
[125] A par da NSA, foram
especialmente visadas no Senado dos Estados Unidos, sob a presidência do
senador Frank Church, as actividades ilegais da Agência Central de Inteligência
(CIA) e da Agência Federal de Investigação (FBI). Entre aquelas actividades
ilegais incluem-se experiências de controlo mental e lavagem cerebral levadas a
cabo por confissões forçadas, técnicas de tortura e drogas alucinogénias, assim
como assassinatos, violações de domicílios e intercepções de comunicações sem
autorização judicial.
[126] Em inglês: Foreign
Intelligence Surveillance Act (FISA). Esta lei é um complemento da lei de espionagem de
1917, no auge da Primeira Guerra Mundial.
[127] Sob a alçada da FISA encontra-se
o United States Foreign Intelligence
Surveillance Court (FISC), que é, no fundo, um tribunal federal secreto que
foi supostamente criado para supervisionar, corrigir e autorizar o modo como as
informações de inteligência virão a ser colhidas e reunidas antes de se
proceder à monitorização de cidadãos americanos levada a cabo pelas agências de
inteligência e de aplicação da lei, entre elas destacando-se a Agência de
Segurança Nacional (NSA) e a Agência Federal de Investigação (FBI). É todavia
um facto que o tribunal em causa tem, digamos assim, involuntariamente
permitido, senão mesmo facilitado abusivas actividades e operações de
vigilância sobre cidadãos americanos mediante a aprovação de grande parte dos
mandados que lhe têm sido particularmente requeridos para aquele indevido
efeito.
[128]
Sigla para Special Weapons and Tactics.
[129]
«The NSA has a long history of spying on Americans, as Edward Snowden’s major
leak to NSA documents in 2013 showed. The Church Committee learned from Puzzle Palace author James Bamford in
1975 that the agency eavesdropped on Americans back then.
Founded in 1952, the NSA grew out of the
military’s cryptological efforts during World War II and is responsible for
signals intelligence.» (R. Cort Kirkwood, «Former CIA, NSC Man: Carlson Is Right. NSA Did Not Deny Reading Emails», in The
New American, Digital Edition, July 6, 2021).
[130]
«Total Internet surveillance by the Corporate State, as omnipresent as God, is
used by the government to predict and, more importantly, control the populace,
and it’s not as far-fetched as you might think. For example, the NSA has been
working on an artificial intelligence system designed to anticipate your every
move. Aquaint (the acronym stands for Advanced QUestion Answering for
INTelligence) has been designed to detect patterns and predict behavior.
No information is sacred or spared.» (John
W. Whitehead & Nisha Whitehead, «George Orwell’s 1984 Has Become a
Blueprint for Our Dystopian Reality», in The Rutherford Institute, June 28,
2021).
[131]
«What we are witnessing, in the so-called name of security and efficiency, is
the creation of a new class system comprised of the watched (average Americans
such as you and me) and the watchers (government bureaucrats, technicians and
private corporations).
Clearly, the age of privacy in America is
at an end.
So where does that leave us?
We now find ourselves in the unenviable
position of being monitored, managed and controlled by our technology, which
answers not to us but to our government and corporate rulers. This is the
fact-is-stranger-than-fiction lesson that is being pounded into us on a daily
basis.
It won’t be long before we find ourselves
looking back on the past with longing, back to an age where we could speak to
whom we wanted, buy what we wanted, think what we wanted without those
thoughts, words and activities being tracked, processed and stored by corporate
giants such as Google, sold to government agencies such as the NSA and CIA, and
used against us by militarized police with their army of futuristic
technologies.» (John W. Whitehead & Nisha Whitehead, «George Orwell’s 1984
Has Become a Blueprint for Our Dystopian Reality», in The Rutherford Institute, June 28, 2021).
[132]
«In fact, Big Tech wedded to Big Government has become Big Brother, and we are
now ruled by the Corporate Elite whose tentacles have spread worldwide. The
government now has at its disposal technological arsenals so sophisticated and
invasive as to render any constitutional protections null and void. Spearheaded
by the NSA, which has shown itself to care little to nothing for constitutional
limits or privacy, the “security/industrial complex”—a marriage of government,
military and corporate interests aimed at keeping Americans under constant
surveillance—has come to dominate the government and our lives.» (John W.
Whitehead & Nisha Whitehead, «George Orwell’s 1984 Has Become a Blueprint
for Our Dystopian Reality», in The
Rutherford Institute, June 28, 2021).
[133]
«Look for socialists’ “cancel culture” to grow exponentially if globalists have
their way. That assertion can be confirmed in the article entitled “This new
approach to credit scoring is accelerating financial inclusion in emerging
economies.” In the name of “higher financial inclusion” for groups and peoples
that are traditionally underserved by banks and credit companies, the World
Economic Forum is pushing something called “Alternative Credit Scoring.” The
WEF says that, instead of relying on a paper-based verification of one’s
creditworthiness, the new system will provide “holistic and thorough risk
analyses regarding potential consumers” by scanning applicants’ “alternative
data such as social media, electronic transactions and cellular data.” In other
words, the new credit check will search all electronic data to determine
whether to do business with people.
This is exactly how Communist China’s
“social credit system” works. The government there monitors cellphones and the
world’s most expansive and intrusive camera system to see if a citizen talks to
the wrong person, expresses the wrong opinion, goes to the wrong place, and
more. If a person follows communist doctrine to the letter, the reward is
access to better schools, jobs, pay, and travel opportunities. Conversely, any
transgressions of the communist code are punished with less access to such
things.
Globalists want such a system. On April
7, the World Economic Forum held its Global Technology Governance Summit called
“Scaling up Digital Identity Systems.” The group made clear that it wants to
force people to have a global digital identity to use telecommunications,
access social media, get healthcare, shop online, access welfare, travel, and
access the supply chain for goods. Sandra Ro, CEO at Global Blockchain Business
Council, said bluntly: “I’m hoping with the desire and global demand for some
sort of vaccine passport — so that people can get traveling and working again —
will drive forced consent [of a digital ID], standardization, and frankly,
cooperation across the world.”
(…) This digital ID system would enable
the building and maintenance of the most repressive governing system the world
has ever seen.» (Kurt Williamsen, «What is “Build Back Better” Globalism?», in The New American, Vol. 37, No. 14,
07/19/2021).
[134] É sabido que a finança internacional prefere sobretudo lidar com governos centralizados uma vez que a economia baseada no laissez-faire é de todo contrária aos interesses globais da elite bancária em virtude do que naquela naturalmente decorre para a dispersão e descentralização do poder económico-financeiro. A par disso, a verdadeira ameaça à liberdade e à prosperidade geral nunca é o resultado da designada “revolta das massas”, mas antes o produto da actividade revolucionária de intelectuais académicos e descendentes de famílias abastadas, além da protagonizada por escritores e artistas apaparicados pela sociedade burguesa, de modo que também assim se explica que as mais poderosas dinastias financeiras mundiais tenham oportunamente envidado esforços no sentido de favorecer movimentos socialistas e comunistas particularmente propensos a regimes de poder central autoritário, e nessa medida, estritamente indispensáveis para o impante surgimento do internacionalismo intervencionista nos preponderantes domínios da actividade política, económica e cultural.
A contraciclo da historiografia marxista, destaquemos por ora o exemplo paradigmático do bolchevismo destruidor, por certamente não se ter tratado de uma revolta espontânea da “classe trabalhadora” mas, sim, de um movimento radicado em aspirantes de elite, a começar pelo próprio Lenine que chegara, inclusive, a obter um diploma de direito enquanto, por outro lado, trabalhava como escritor e activista político durante o próprio exílio na Suíça, na Alemanha e no Reino Unido. Assim, à semelhança de Karl Marx, que de facto se valera do pródigo patrocínio do empresário industrial Friedrich Engels para assegurar as suas actividades diárias, Lenine e seus acólitos puderam igualmente levar avante as suas actividades revolucionárias devido à subsidência de proeminentes financeiros, nomeadamente o banqueiro sueco Olof Aschberg. Porém, convém também ter aqui na devida conta o financiamento por via do Estado-Maior General alemão, conforme nos relata o investigador anglo-americano Antony C. Sutton: «In April 1917 Lenin and a party of 32 Russian revolutionaries, mostly Bolsheviks, journeyed by train from Switzerland across Germany through Sweden to Petrograd, Russia. They were on their way to join Leon Trotsky to “complete the revolution.” Their trans-Germany transit was approved, facilitated, and financed by the German General Staff. Lenin’s transit to Russia was part of a plan approved by German Supreme Command, apparently not immediately known to the Kaiser, to aid in the disintegration of the Russian army and so eliminate Russia from World War I. The possibility that the Bolsheviks might be turned against Germany and Europe did not occur to the German General Staff. Major General Hoffman has written, “We neither knew nor foresaw the danger to humanity from the consequences of this journey of the Bolsheviks to Russia.”» (Antony C. Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution, Clairview, 2011, pp. 39-40).
[135] Passo a passo, de restrição em
restrição, a supressão da liberdade individual e colectiva é a pedra de toque
da “nova normalidade” coercivamente estabelecida: «Os testes à covid-19 passam
a ser recomendados [quer dizer obrigatórios]
em eventos familiares com mais de dez pessoas, como casamentos e batizados [sic], eventos culturais e desportivos,
serviços públicos e empresas, segundo a Direção [sic] Geral da Saúde (DGS)» (cf.
«Covid-19: DGS recomenda testes em casamentos, batizados [sic] e eventos com mais de
dez pessoas», Agência Lusa,
16/06/2021).
[136]
«(…) the elites’ answer to COVID across the developed world has been to
continue interfering with businesses’ ability to succeed (or even open their
doors at all) and to print more money faster.
The logical deduction to be made from this
behavior is that the elites are setting up the Western middle class for a
fleecing of epic proportions (because they want them to be poorer and more apt
to follow globalist mandates), in a similar manner to how globalists have kept
Africans poor for decades, not only interfering in their gains but reducing their
wealth. In the case of Africa, as was noted earlier, because Western countries
such as France offer a network of subsidies to farmers, they stimulate
overproduction of agricultural goods, causing prices to crash, making it
difficult for Africa’s poor countries, which are mainly agrarian-based, to
compete in world markets. Moreover, if African countries begin to succeed, they
stand to get hit with high tariffs on their agricultural items. (Poor African
countries are generally exempt from EU tariffs, but wealthier ones aren’t.) In
point of fact, though much of Africa relies on agricultural exports, the
highest tariffs that many Western countries have, including those in the EU,
are on agricultural items. According to the WTO, in 2018, average EU tariffs on
dairy products were nearly 40 percent, sugars and confectionary 25 percent, and
animal products over 15 percent. Meanwhile, the taxes on petroleum, machinery,
and minerals were less than five percent.» (Kurt Williamsen, «Will Globalists
Keep Their Promises?», in The New
American, Vol. 37, No. 14, 07/19/2021).
[137] Cf. Paul Craig Roberts, «A Conspiracy to Murder», in PaulCraigRoberts.org, July 8, 2021; Brian
Shilhavy, «17,503 DEAD, 1.7 million injured (50% SERIOUS) reported in European Union’s database of adverse drug reactions for COVID-19 shots», in HEALTH IMPACT NEWS, July 8, 2021; «Tens of Thousands of COVID-19 “Vaccine” Injured in the U.S. Begging for Help as the Medical Community Turns Their Back on Them», in HEALTH IMPACT NEWS, July 7, 2021; James Murphy, «Lawsuit Alleges Feds Are Covering Up Thousands of Vaccine-related Deaths», in The New American, Digital Edition, July
20, 2021. «A lawsuit filed in federal court in Alabama is alleging that the
federal government is hiding “at least 45,000” deaths related to the
experimental COVID-19 vaccines currently being distributed in the United
States.
(…) The attorney had a message for
censorship-happy big tech as well: “Yeah, go ahead and post it, it will be
censored in about five seconds,” he said. “Let me say this to Google-YouTube,
Facebook, Twitter. You are complicit in causing death and I cannot wait to sue
you, over and over again.”
(…) According to Renz, there are
approximately a dozen different systems besides VAERS that are reporting vaccine-related
deaths and injuries to the U.S. government. The attorney speculates that these
organizations may be complicit in the coverup.
“How many have really died and why are
they covering it up?” Renz said. “These people are murdering people. This is
complicity at a minimum.”
The attorney further believes that social
media may have blood on its hands regarding the alleged tens of thousands of
deaths associated with the vaccines due to their censorship of any negative
information about vaccines.
“You’re going to get censored when you try
to talk about this. And you know what, if they try to censor the risk, I would
say that’s complicity, and I cannot wait to find out in court,” Renz said.»
[138]
«“Fragmented global architecture is not fit anymore for purpose in the 21st
century,” Schwab imparts.
“It’s high time for a Great Reset.”»
(«Flashback: Klaus Schwab Admits Nationalism a Threat to Great Reset», in INFOWARS, July 14th 2021).
[139]
Idem, ibidem, pp. 323-324. Sobre o
chamado “passaporte de imunidade”, leia-se o seguinte: «The digital pass is to
become available alongside Germany’s traditional yellow paper vaccination
booklet, the [German Health] minister [Jens Spahn] stressed.
“The point is to get this paper into the
device,” Spahn said during a news conference, showing reporters an analog
vaccination certificate and a smartphone displaying its digital form. The new
pass is expected to be significantly more convenient to use, and people will be
easily able to prove their immunity status, according to the minister.
“For those whose job it is to check, like
in restaurants or in retail, there’s an app that makes it possible to read and
verify the relevant certificates,” Spahn stated.
(…) The EU-valid certificates may come in
both paper and digital forms, but they must have a QR code so authorities can
easily access a person’s data. The certificates are expected to include
information on whether someone has been fully vaccinated with shots approved by
the European Medicines Agency (EMA), and whether they contracted the
coronavirus previously or have tested negative for the disease.
Bulgaria, Croatia, Czech Republic,
Denmark, Germany, Greece, Lithuania, Poland, and Spain have already begun to
issue digital COVID certificates and are also accepting them for EU visitors.
The European Commission is tracking
updates as more countries begin issuing and accepting these certificates. All
27 EU countries will use this digital COVID certificate program by July 1,
2021.» (Veronika Kyrylenko, «Germany Rolls Out Digital Vaccination COVID Pass», in The New American, Digital Edition, June 11,
2021). De resto,
prontificando-se sempre a acenar e a justificar o controlo totalitário em nome
das “liberdades” e dos “direitos humanos”, o supranacionalismo eurocrata não perde uma boa oportunidade para dar
azo à gíria fictícia e ambivalente do novidioma: «A líder do executivo
comunitário [Ursula Von der Leyen] disse que o certificado digital covid-19 da
UE “é um símbolo de uma Europa aberta e digital” e vai “facilitar as
deslocações dentro da UE e devolver aos cidadãos as liberdades que eles tanto
valorizam”.» No entanto, a pretexto da plandemia
em curso ou outro expediente afim, o precedente doravante criado para a
implementação de uma identidade digital
para cada habitante do planeta, marca apenas o início de um novo mundo em que a
liberdade propriamente dita foi erradicada de uma vez por todas: «Concebido
para facilitar o regresso à livre circulação dentro da UE, este
‘livre-trânsito’, que deverá ser gratuito, funcionará de forma semelhante a um
cartão de embarque para viagens, em formato digital e/ou papel, com um código
QR para ser facilmente lido por dispositivos eletrónicos [sic], e que seja
disponibilizado gratuitamente, e na língua nacional do cidadão e em inglês.
No quadro
da implementação deste certificado europeu, prevê-se que os Estados-membros não
voltem a aplicar restrições, quando mais de metade dos europeus já recebeu a
primeira dose da vacina contra a doença covid-19, a não ser que a situação epidemiológica o justifique, mas caberá sempre
aos governos nacionais decidir se os viajantes com o certificado terão de ser
submetidos a quarentenas, a mais testes (por exemplo, além dos de entrada) ou a requisitos adicionais [o
itálico é nosso].
Entretanto,
os Estados-membros têm de desenvolver as infraestruturas técnicas e garantir a interoperabilidade dos sistemas
de reconhecimento do certificado» (cf. «Certificado covid-19 é uma
"oportunidade de viajar em liberdade e segurança"», in Agência Lusa, 14/06/2021).
[140]
Aldous Huxley, “A Treatise on Drugs” (1931), in Michael Horowitz e Cynthia
Palmer (orgs.), Moksha: Aldous Huxley’s
Classic Writings on Psychedelics and the Visionary Experience, Stone Hill:
Nova Iorque, 1977, p. 4.
[141]
Idem, ibidem.
[142] Prefácio de Luís Torres Fontes,
in Aldous Huxley, As Portas da Percepção
/ Céu e Inferno, p. 12.
[143]
“The Relevance of Psychical Research to Philosophy”, in Philosophy 24 (1949), reimpresso em C. D. Broad, Religion, Philosophy and Psychical Research,
Routledge & Kegan Paul: Londres, 1953. (N.
do T.)
[144] Deflowering the fresh of
the spring – do poema A Rapture (1640), de Thomas Carew. (N. do T.)
[145] Aldous Huxley, As Portas da Percepção / Céu e Inferno,
pp. 44-48.
[146] «É difícil exagerar a influência
que [As Portas da Percepção] de
Huxley teve na geração beat dos anos
50 e no movimento hippie que se lhe sucedeu nos anos 60 – Jack Kerouac, Alan Watts,
Allan Ginsberg, Timothy Leary, Terence McKenna e Carlos Castaneda contam-se
entre as figuras contraculturais de proa que garantiram que “tudo começou” com
a leitura de As Portas da Percepção.
Por seu turno, Jim Morrison, futuro ícone da contracultura, adaptou o título do
“manifesto psicadélico fundador” para baptizar a sua mítica banda The Doors (“As Portas”)» (cf. Prefácio
de Luís Torres Fontes, in ob. cit, p.
14).
[147] Carlos Castaneda, O Fogo Interior, Editorial Presença,
1998, pp. 122-124 e 132.
[148] Idem, ibidem, pp. 152-153. Muito embora os ensinamentos de don Juan
pressuponham, em termos de percepção, diferentes mundos com suas diferentes
formas não necessariamente conformes quer ao espaço da geometria euclidiana,
quer ao tempo porventura entendido como um fluxo contínuo unidireccional, quer
ainda com o que académicos e propedeutas de cultura julgam discernir ser a
causalidade e a lógica aristotélicas, a verdade é que tais mundos não são de
todo ininteligíveis ao pensamento em acto na condição de ser este plenamente
realizado segundo o que no homem existe de imortal e eterno. E assim, na
verdade, o disse Aristóteles de modo insofismável: «De facto o intelecto é
capaz de, por um lado, se tornar em todas as coisas e, por outro lado, capaz de
produzir todas as coisas, por este modo se assemelhando o seu estado ao da luz:
a luz deixa, de certa maneira, passar as cores do estado de potência ao estado
de acto. Este mesmo intelecto encontra-se separado, sem se misturar de modo
algum, permanecendo, portanto, impassível enquanto essência. Com efeito, o
agente é sempre superior em relação ao paciente, do mesmo modo o princípio o é
em relação à matéria. A mesma situação ainda se verifica naquilo que à relação
entre o conhecimento em acto e o seu respectivo objecto diz respeito: o conhecimento
em potência precede, ele mesmo, no tempo aquele conhecimento em acto no próprio
indivíduo; mas, por outro lado, falando-se de uma maneira geral, não poderá ser
ele anterior segundo o tempo e, se assim for, não será consequentemente
necessário acreditar que este intelecto ora pensa ora não pensa. Por
conseguinte, no momento em que se encontra separado, imediatamente se torna
naquilo que ele é em si próprio, sendo, então, imortal e eterno. Todavia,
lembremo-nos do facto de ser este princípio impassível enquanto que o intelecto
passivo é corruptível, sem ele não podendo existir pensamento algum»
(Aristóteles, Da Alma, Edições 70, p.
104).
[149] Enquanto isso vão sendo
rapidamente criados os mecanismos e instrumentos necessários para a padronização
de um sistema de censura global no
domínio das tecnologias de (desin)formação e comunicação digitais: «The World
Economic Forum, an international group that works to “shape global, regional
and industry agendas,” has formed a new “Global Coalition for Digital Safety”
that’s made up of Big Tech executives and government officials and intends to
come up with new “innovations” to police “harmful content and conduct online.”
The
scope of so-called “harmful” content that will be targeted by this Global
Coalition for Digital Safety is far-reaching and encompasses both legal content
(such as “health misinformation” and “anti-vaccine content”) and illegal
content (such as child exploitation and abuse and violent extremism).
(…) Just a few months before this
coalition was announced, YouTube CEO Susan Wojcicki called for global
coalitions to address content that’s “legal but could be harmful” at the World
Economic Forum Global Technology Governance Summit 2021.
And last year, Facebook CEO Mark
Zuckerberg, pushed for “more guidance and regulation” from world leaders on
what people are allowed to say online.
Similar global coalitions that have
attempted to create global censorship standards, such as the Global Internet
Forum to Counter Terrorism (GIFCT), have resulted in the automated censorship
of satire, media reports, and other types of legal content.» (Tom Parker, «World Economic Forum makes censorship pledge to “tackle harmful content and conduct online”», in Reclaim the Net, June
29, 2021).
[150] Marshall McLuhan em entrevista à
Playboy (Março de de 1969).
[151]
Cit. in Robert Forte, Timothy Leary: Outside Looking In, Park Street Press: Nova Iorque,
1999, p. 131.
[152]
Cit. in Charles Hayes (org.), Tripping: An Anthology of True-Life
Psychedelic Adventures, Penguin Books: Nova Iorque, 2000, p. 214.
[153]
Alun Rees, “Thanks do LSD Crick Discovered the “Secret of Life”, in Mail on Sunday (8 de Agosto de 2004).
[154] Idem, ibidem.
[155] “Psychedelic Science”, programa
da série Horizon, BBC (Fevereiro de
1997).
[156]
“Psychedelics and the Creation of Virtual Reality” (1999; entrevista à revista Maps [Vol. X, n.º 3, 2000].
[157]
Erik Davis, Techgnosis: Myth, Magic and
Mysticism in the Age of Information, Three Rivers Press: Nova Iorque, 1998,
p. 170 (trad. Port.:
Tecnognose: Mito, Magia e Misticismo na
Era da Informação, Editorial Notícias: Lisboa, 2002).
[158] Idem, ibidem, pp. 170-171.
[159] Cf. Prefácio de Luís Torres
Fontes, in ob. cit, pp. 24-26.
[160] David Icke, Guia da Conspiração Global, LUX-CITANIA, 2010, p. 57.
[162] Há praticamente um denominador
comum com que nos deparamos em todo o tipo de experiências que apelam para uma
abertura ao mistério do Insondável, que é o de amiúde tomarem as culturas
nacionais como algo de particularmente próprio de mentes fechadas e as mais das
vezes extremamente limitativas perante as incomensuráveis possibilidades da
«Consciência Infinita». É certamente o caso de David Icke, com a ressalva de o
próprio não censurar o facto de alguém poder vir a identificar-se com
determinada nacionalidade, desde que isso obviamente não seja exacerbado ao
ponto de constituir toda uma forma de condicionamento que oblitere o que na sua
incondicionante infinitude realmente subjaz a todo o ente, ser e cultura
estritamente considerados (idem, ibidem,
p. 71). Num sentido distinto mas de alguma forma afim, realça Aldous Huxley:
«As sensações, sentimentos, percepções e fantasias são todos privados e,
excepto por via dos símbolos e indirectamente, incomunicáveis. Podemos partilhar
informação sobre experiências, mas nunca as próprias experiências. Da família à
nação, todo o grupo humano é uma sociedade de universos insulares» (in As Portas da Percepção, p. 37).
[163] Idem, ibidem, p. 59.
[164] Várias têm igualmente sido as
possíveis aplicações da tecnologia holográfica no domínio militar, sendo uma
delas a capacidade de induzir a existência de aeronaves de origem
extraterrestre: «Belief in UFOs, once the province of cranks, has gained
respectability. This is for good reason: The Pentagon has acknowledged
that footage of “unidentified aerial phenomena” (UAP), as it prefers calling
them, is real and that the military is still investigating them. It also has
admitted to “testing” UFO wreckage. Moreover, an increasing number of credible
people — such as rational former Navy pilots — have come forward to attest that
they’ve observed craft displaying flight characteristics that appear to violate
the laws of physics.
(…) Yet there is another possibility:
hologram technology — which is being developed for military applications.
A hologram is, of course, “a three-dimensional image reproduced from a pattern of interference produced by a split coherent beam of radiation (such as a laser),” as Merriam-Webster puts it. Now, let’s say the government were working on holography that could make it appear that ships, planes, tanks, and other objects exist where they don’t. Wouldn’t the best test of this technology be if you could, on a regular basis, fool trained pilots and others into believing the holograms were real craft?
While this would explain the frequent UFO sightings, a flaw in the thesis is that the UFOs are sometimes detected not just by the human eye but also radar.
Then again, there’s this: “Scientists at
Bristol University have discovered a way to make 3D holograms that we can touch
and feel in mid-air,” Newsweek
reported in 2014. Does this mean that holograms visible to radar could be
created as well?
(Of course, it should also be considered
that UFOs have been detected for longer than hologram technology has existed).»
(Selwyn Duke, «A Report Is Coming, but Government CAN’T Answer UFO Question»,
in The New American, Digital Edition, June 9, 2021);
Ver ainda Tom Ozimec, «Former Intelligence Chief Calls for ‘Larger Discussion’on UFOs, Warns They Display Technology US Doesn’t Have», in The Epoch Times, June 28, 2021.
[165] Idem, ibidem, pp. 72-74. David Icke define a «Matriz Matemática» como um
programa informático ou uma construção digital mediante a qual é dado ao «corpo
humano informático» sintonizar o mundo produzido. Segundo o autor, toda a
dimensão biológica, fisiológica e físico-química deve-se a uma construção
matemática vibracional não menos susceptivel de ser manipulada de modo a
configurar uma falsa matriz mediante códigos e sistemas numéricos
programaticamente direccionados para níveis energéticos de fraca vibração, e,
por conseguinte, uma fonte de bloqueio relativamente à «Consciência Infinita».
Entretanto, o mesmo se aplica à política, à economia, ao comércio e à religião,
pelo que subjacente a tudo isso encontra-se, de facto, uma mathesis que, não obstante as suas primorosas possibilidades ao
nível, por exemplo, da geometria sagrada e da numerologia, decorre aqui
particularmente decaída no restrito domínio das chamadas “ciências da
computação”, posto que destituídas daquele mínimo de revelação divina sem a
qual não será mais possível transpor da representação simbólica do pensamento
científico e suas aplicações tecnológicas para a existência real de fenómenos,
segredos e mistérios na ordem da natureza propriamente dita.
[166] A irrealidade do mundo sensível
remonta, em grande medida, à construção da ciência moderna e do seu
desenvolvimento técnico. O próprio Descartes referir-se-ia inclusivamente ao
carácter fabuloso do mundo sensível, significando a sua efemeridade por
contrapartida à eternidade que lhe fora atribuída pelos sábios e filósofos da
Antiguidade. A par do famoso retrato do geómetra francês sob a legenda mundus est fabula, as matemáticas, no
decurso da modernidade, foram ainda mais perdendo o seu significado filosófico
até se tornarem meras ciências da quantidade cujo processo de abstracção
desqualificante e de extensão ilimitada encontraria finalmente uma nova e
marcante fundamentação no âmbito da logística. Tempos houve, portanto, em que
as ciências matemáticas encerravam um ensinamento divino tal como por tradição
sagrada Platão refere na Politeia
(aritmética, geometria, astronomia e música) e Aristóteles particularmente
atesta na Metafísica, referindo-se ao
seu carácter sacerdotal.
[167]
«Globalist Endgame: Physical Bodies To Be Outlawed Under Carbon Tax
Dictatorship», in INFOWARS, July 12th
2021. Ver ainda
Maria Joana Costa, «JÁ OUVIU FALAR DE DIGITAL TWINS?», 05 MAI 20.
[168]
Alexis Carrel, L’Homme, cet inconnu,
Paris, 1935. Tradução
portuguesa de Adolfo Casais Monteiro, Porto, 1936.
[169] O. A. Inglez de Sousa, L’Homme tel qu’on peut le connaître,
Paris, 1950.
[170] Álvaro Ribeiro, A Razão Animada – sumário de antropologia –,
Livraria Bertrand, pp. 145-147.
[171]
«In order to travel or to work, people are submitting their DNA to corporations
and government entities. These covid-19 testing kits are quickly becoming
medical requirements – as airlines, schools and workplaces violate bodily
autonomy and medical privacy rights. Whether out of fear or cooperative
compliance, many people have acquiesced to bodily requirements in 2020,
slapping on face coverings in order to integrate in society and restricting
their business’s capacity to appease tyrannical public health orders.
Submitting DNA is just the next step toward giving up individual liberties and
surrendering one’s sovereign rights.
The only thing that covid-19 tests are
good for is collecting and surveilling human DNA. The US and European standard
for PCR testing is set up to provide an astronomical number of false positives
using a specific number of cycles to amplify viral DNA. These false positives
are used in an illegal manner to suspend people’s liberties for 14 days at a
time, as determined by the power-drunk state governments and the CDC.» (Lance
D Johnson, «The only thing Covid-19 test kits are good for is illegally
collecting and surveilling human DNA», in NATURAL
NEWS, November 26, 2020).
[172] Não admira, pois, que também o
Fundo Monetário Internacional (FMI) se tenha entretanto focado no vantajoso uso
da inteligência artificial no domínio particular da economia, sobretudo no que
toca ao papel dos algoritmos na análise económica.
[173] Kurt Williamsen, «What is “Build Back Better” Globalism?», in The New American, Vol. 37, No. 14, 07/19/2021. Sobre estranhas práticas pecaminosas, vale a pena destacar até onde chega o manto obscurantista do globalismo invasor: Jonny Tickle, «Refusing to Get COVID Injection Is a ‘Sin,’ Anti-Vaxxers Must Spend Their Lives Repenting,Says Russian Orthodox Church», in RT, 5 Jul, 2021.
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