quarta-feira, 18 de agosto de 2021

A Tirania Global e a Grande Depuração Farmacológica (iii)

Escrito por Miguel Bruno Duarte









A componente de inteligência cibernético-militar do Estado-Vigilância

A plandemia de Covid-19[115] logrou estabelecer uma psicose de tal ordem e magnitude na população mundial que esta, não obstante algumas excepções[116], tem de facto acatado gradualmente a monitorização e o rastreamento de todos os seus passos[117] e movimentos no domínio político, socieconómico e cultural por forma a inibi-la de qualquer comportamento atentatório das novas regras e padrões de controlo governamental estrito[118]. Além do mais, a sedução tecnológica exercida sobre grande parte dos habitantes do planeta é já um factor extremamente propício ao acelerado aumento da vigilância social mediante novas e emergentes modalidades de software projectadas para o teletrabalho, bem como para as invasivas aplicações de “contact-tracing” que tanto podem servir para pressupostamente detectar casos de Covid-19[119], como para darem azo a intempestivas investigações no domínio criminal e outras actividades mais próximas ou remotamente afins. Estamos, no fundo, perante uma inusitada gama de tecnologias de apertado controlo social[120] em que grandes e poderosas companhias se baseiam num modelo de negócio particularmente assente na vigilância em massa, coligindo, minerando e vendendo dados particulares de terceiros a agentes e empresas publicitárias numa escala sem precedentes, posto inclusive todo e qualquer dispositivo móvel (smartphone, tablet e notebook) potenciar a localização ou a georeferenciação do seu utilizador e, nessa medida, permitir que correctores de dados e outros prestadores em linha possam assim contribuir para um omnipresente sistema em rede digital atreito a observar toda a acção individual ou colectiva, ler tudo o que alguém redige ou escreve, ouvir na íntegra o que fulano, sicrano ou beltrano diz, e sobretudo monitorar qualquer transacção comercial ou financeira que seja.

Estamos, além do mais, na iminência de sermos minuciosamente sondados à escala molecular, mercê de uma potente combinação de hardware, software e uma contínua recolha de dados que permitem medir, verificar e digitalizar todo o nosso perfil biométrico – íris, rosto, voz, identidade genética[121] e a forma própria de locomoção – para ser finalmente processado através de programas computacionais e escrupulosamente analisado por sistemas de identificação única que vão posteriormente predispor e potenciar o seu respectivo uso pelos mais variegados governos e corporações na sua ilimitada ânsia de poder e domínio transnacionais. E só assim se há-de efectivamente explicar que a denominada “internet das coisas”, uma espécie de fusão do “mundo real” com o “mundo digital”, já esteja de facto a preparar a “internet das pessoas”, que, por sua vez, é uma forma altamente sofisticada de canalização de dados aptos a visualizar, extrair e validar informação detalhada da nossa actividade corporal interna – sendo já esse o caso dos chamados “relógios inteligentes” (smartwatches) capazes de monitorizar a pressão sanguínea, ou ainda o caso dos “telefones inteligentes” (smartphones) sem cuja funcionalidade será, mais dia menos dia, praticamente impossível comprar qualquer produto segundo a aplicação digitalizada das nossas impressões digitais, quando não até mesmo por via da detecção e do rastreamento do anel colorido ou da camada intermediária do globo ocular (íris). Eis, então, o súbito irromper de um novo mundo[122] de tal forma opressivo e intimidante que não mais haverá como fugir e passar-se despercebido em lugar algum do planeta[123].

Imagine-se igualmente até onde agentes e operacionais governamentais poderão ir com o recurso à tecnologia de impressão e reconhecimento de voz, basicamente entendida como uma forma dinâmica de biometria, ao invés da impressão digital que é estática por definição, e, por isso mesmo, mais fácil de copiar e reproduzir digitalmente do que a voz. Já actualmente descrita como uma tecnologia de primeira linha no âmbito dos sistemas de vigilância pública, o registo de impressões vocais é decerto uma indústria em pleno crescimento quanto mais não seja por simultaneamente permitir às grandes corporações e às agências governamentais o uso da biometria da voz como forma de obter mais rapidamente a identidade, as características biológicas e comportamentais de um indivíduo e, desse modo, validar toda a informação com vista ao respectivo perfil, já para não falar na possibilidade adicional que uma tal tecnologia pode efectivamente proporcionar para localizar e identificar com precisão qualquer pessoa num certo espaço e num tempo determinado. Neste sentido, quase todos somos, de dia para dia, vítimas inconscientes de uma rede tecnologicamente interligada que se expande como uma teia de indefinida extensão e sem qualquer espécie de procuração, como se de um enredo ou pesadelo kafkiano se tratasse, sobretudo pela forma como uma sociedade ultra-tecnológica, uma vez firmada em bancos de dados de ADN, tecnologia pré-cognitiva, rastreamento de contactos e sensores e terminais biométricos, tem o poder discricionário de acusar uma pessoa de uma quantidade infindável de crimes sem que ela saiba de antemão de como e do que é que está a ser exactamente acusada.

Não obstante o facto da espionagem, intercepção e descodificação de dados não obstar a um número significativo de ataques terroristas nos dias de hoje, governos sempre existem que, fora do escrutínio público, continuam a operar no âmbito de programas domésticos de espionagem aptos a levar a cabo sofisticadas operações de vigilância em massa dos seus próprios cidadãos, podendo, vendo e conhecendo tudo na base de uma perigosa fusão entre ciência, tecnologia e dirigismo estatal burocrático centralizador. Chamadas telefónicas, posts no Facebook, emails e mensagens de texto, para além de outros processos de comunicação afins, são, ao fim ao cabo, particularmente susceptíveis de serem, no todo ou em parte, interceptados e monitorizados por qualquer governo munido dos recursos técnico-científicos e dos respectivos serviços de inteligência capazes de, caso assim o determinem, operar fora do alcance de qualquer sistema adequado de freios e contrapesos na esfera dos poderes legislativo, executivo e judicial. Corria aliás o ano de 1952 quando o presidente Harry S. Truman emitira uma ordem executiva secreta estabelecendo a Agência de Segurança Nacional (NSA) cuja criação fora durante largo tempo negada pelo governo americano [124], ao ponto de não prestar, de facto, quaisquer contas ao Congresso sobre as respectivas actividades e operações de vigilância secreta. De resto, foi só quando, em 1969, a NSA viu aumentar exponencialmente os seus agentes operativos para cerca de 90.000 funcionários, dando porventura lugar à maior agência de inteligência do mundo com uma significativa operabilidade fora de Washington, D.C., que se tornou praticamente impossível continuar a negar a sua existência.

Seja como for, o Senado americano também chegou a realizar em 1975, na sequência do escândalo Watergate, sessões de averiguação e esclarecimento sob a tutela e supervisão da Comissão Church a fim de rigorosamente determinar qual o tipo de actividades ilícitas em que os serviços de informação americanos estariam envolvidos sob a direcção do presidente Richard Nixon, pelo que então seria nesse especial contexto que a Agência Nacional de Segurança viria a ser pela primeira vez objecto de escrutínio público desde a sua criação em 4 de Novembro de 1952[125]. Vieram assim à luz do dia sofisticadas operações e programas de vigilância em massa que punham directamente em causa os direitos consagrados na Constituição americana, sendo esse o caso do Projecto SHAMROCK mediante o qual a NSA espionara telegramas de e para os Estados Unidos, além da correspondência de cidadãos norte-americanos. Ainda no âmbito do projecto MINARET, a NSA logrou igualmente monitorar as comunicações dos líderes dos direitos civis, bem como as dos opositores à Guerra do Vietname, tais como Martin Luther King, Jr., Mohammed Ali, “Hanoi Jane” Fonda e tutti quanti. Sendo ademais particularmente verdade que a Agência de Segurança Nacional chegou a implementar em 1967 um programa destinado a vigiar suspeitos de terrorismo e traficantes de droga, é também caso para assinalar que essa mesma agência subordinada ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos tem sido frequentemente usada por sucessivos presidentes norte-americanos para rastrear todo o tipo de opositores, inimigos e dissidentes políticos.




Sede NSA 




 

Ver aqui e aqui

O senador Frank Church ficara assim perfeitamente ciente do enorme perigo inerente ao abuso dos poderes de vigilância do governo norte-americano para alegados fins de segurança nacional, visto poder virá-los, efectivamente, contra o próprio povo mediante a devassa da vida privada não obstante toda a protecção dispensada e consagrada nos termos da lei constitucional. Ora, segundo o próprio, era, pois, necessário que o Congresso e os respectivos círculos eleitorais pudessem, enfim, garantir uma supervisão adequada dos meios de vigilância tecnológica detidos pelas agências de investigação e segurança nacionais, no claro propósito de evitar que o público americano ficasse completamente inerme ou à mercê de um sistema arbitrário de controle e vigilância próprio de um regime tipicamente tirânico, e, dessa forma, manifestamente contrário aos princípios fundadores de uma verdadeira república constitucional. Daí, aliás, resultou a criação, em 1978, da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira[126], que é, por definição, uma lei federal dos Estados Unidos que prevê procedimentos para a vigilância física e electrónica, bem como a obtenção e recolha de "informações de inteligência no exterior" entre "potências estrangeiras" e "agentes de potências estrangeiras", podendo ademais incluir cidadãos americanos e residentes permanentes suspeitos de espionagem ou terrorismo. No entanto, a lei não se aplica fora dos Estados Unidos, muito embora a obtenção e recolha de informações no exterior não esteja por si só vinculada aos procedimentos estabelecidos pela FISA[127].

Com os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 ao complexo empresarial do World Trade Center, na cidade de Nova Iorque, entrou-se definitivamente numa nova era especialmente dominada por uma crescente série de actividades governamentais ilegais no âmbito da vigilância, tortura, fiscalizações e revistas policiais, assim como de incursões de unidades de polícia altamente especializada, as SWAT[128] teams, comummente destinadas a salvaguardar e proteger as cidades mais populosas dos Estados Unidos. Na sequência daqueles atentados, teria sido inclusivamente dada autorização secreta por George W. Bush para que a Agência Nacional de Segurança (NSA) lograsse, sem a prévia existência de qualquer mandado, montar e conduzir operações de vigilância às comunicações telefónicas e de email de cidadãos americanos, operações essas que supostamente terminariam em 2007 já depois de o New York Times ter desencadeado uma generalizada indignação ao torná-las objecto de conhecimento público. Na verdade, nada disso mudaria durante a presidência de Barack Obama, tendo até a vigilância ilegal sido ainda mais intensificada ao ponto de a NSA coligir secretamente dados telefónicos e online de milhões de americanos, além de informações relativas a governos estrangeiros conforme, aliás, vieram confirmar as revelações de Edward Snowden em 2013, uma vez mais deixando o povo americano perfeitamente ciente de quão tinha sido novamente traído pelo seu próprio governo[129].

Contudo, o sector da vigilância é apenas uma pequena parte do ininterrupto governo sombra constituído, no essencial, por burocratas não-eleitos que acertam frequentemente o passo com as grandes corporações lucrativas que, na realidade, gerem e dirigem Washington, D.C., com o objectivo de controlar e ter debaixo de olho o cidadão comum. Assim, não é de admirar que a Google venha, pois, colaborando abertamente com a Agência Nacional de Segurança, ou que a Amazon tenha já providenciado para a CIA uma imensa base de dados de inteligência no valor de 600 milhões de dólares, enquanto a indústria de telecomunicações se tem entrementes limitado a lucrar desmedidamente no aturado exercício da espionagem para o governo norte-americano. Por outro lado, a Administração Biden deu já a entender estar francamente aberta para concertar esforços com empresas não-governamentais para monitorizar ilegalmente cidadãos online[130], recorrendo para isso à subcontratação de entidades privadas aptas a reunir uma vasta quantidade de informação digital devido ao facto de se encontrarem numa melhor posição para, sem entraves de maior, procederem à recolha, intercâmbio e partilha de quaisquer dados pessoais.

Deste modo, eis como a América corporativa tem seguramente obtido consideráveis lucros mediante o conivente auxílio prestado ao governo nos seus esforços para levar a cabo a vigilância doméstica militarizada[131]. Dir-se-ia, nisto, estarmos até perante o impante surgimento de uma nova classe dominante nos Estados Unidos, particularmente assente na inteligência cibernética, posto que exclusivamente constituída por agentes ou “profissionais de inteligência” especialmente encarregues da pesquisa analítica sob a jurisdição da Agência de Segurança Nacional (NSA)[132], além de outras agências a cargo do governo secreto americano. De referir fica ainda o facto de, no último vinténio, milhares de ex-operativos e altos oficiais dos serviços secretos norte-americanos terem abandonado os respectivos postos governamentais para alcançarem posições de destaque em empresas militares, consultorias e escritórios de advocacia, bem como em sociedades de participações privadas não abertas à subscrição pública. Ou seja: uma vez instalados nas suas novas ocupações, aqueles ex-operativos e altos oficiais dos serviços de inteligência americana limitam-se, ao fim ao cabo, a replicar o seu modus operandi tal qual o agenciado nas suas pregressas actividades governamentais, se bem que, desta vez, motivados por razões estritamente financeiras.

Em suma: o Estado-Vigilância, com a secreta componente militarizada e de inteligência cibernética que lhe anda estreitamente associada, alarga-se progressivamente a todo o mundo cada vez mais globalizado no sentido de perscrutar, numa escala sem precedentes, o que a cada indivíduo é dado proferir, ler, escrever, aonde vai ou deixa de ir, com quem comunica ou se relaciona, enfim, tudo isso será constantemente monitorizado, registado, armazenado e catalogado a fim de ser oportunamente usado por todo o regime despótico contra o tão aclamado quão abstracto cidadão do mundo totalmente inerme e doravante destituído da mais elementar liberdade, singularidade, dignidade e valor próprios[133].   


O ataque farmacológico da elite tecnocrática mundialista

O transnacionalismo converteu-se, de facto, no novo ethos a partir do qual as instituições multilaterais investem com tudo o que têm no poder global pronto a censurar qualquer tipo de objecção, por mais justificada que seja, perante a alegada necessidade de uma transformação radical da quotidiana existência humana no arregimentado concerto do próprio sistema internacional. E assim melhor se explica que a Organização das Nações Unidas haja sido propositadamente criada para que os Estados soberanos lhe entregassem por fim todo o seu poder com vista a unificar toda a humanidade segundo um sistema supranacional de supergoverno para, mediante mecanismos de controle e planeamento centralizador[134], determinar ao mais fino pormenor todas as dimensões da vida, do pensamento e da actividade humana[135]. Trata-se, portanto, de um estratagema globocrata erguido na aparência de uma comunidade internacional constituída por falsos dirigentes e governantes dos vários países do mundo inteiramente vergados às organizações supranacionais às quais sempre respondem contra os reais interesses dos povos que supostamente representam, assim os traindo, arruinando[136] e matando[137] através de insistentes operações de vil, tortuosa e mendaz propaganda para que finalmente aceitem, em nome da “consciência social” e do “bem da humanidade”, o transnacionalismo mundialista[138] tido por algo sumamente responsável, protector e salvador do planeta.

Por conseguinte, é doravante proibido questionar a “verdade oficial”, consoante afere Cristina M. Jiménez:

«Como estamos a ver, o plano previsto é instaurar e estabelecer uma autoridade global em cada um dos âmbitos da vida no planeta. Uma autoridade única para a saúde, o comércio, a religião, o turismo, as energias, a habitação, a água, o espaço, a educação... Uma autoridade única saída da rede do poder filantrópico e globalista, que se estende pelo mundo para depois confluir no mesmo ponto de origem. Uma voz única que não possa ser questionada e que imponha as normas que apenas convêm a uns poucos. Desde que a OMS declarou a pandemia, é proibido pensarmos e expressarmo-nos com liberdade, sob pena de prisão ou multa, e inclusivamente sob risco de ser desterrado da nova cidade global que estão a construir. Se nos portarmos bem e cumprirmos como bons cidadãos globais, conceder-nos-ão um “passaporte de imunidade”, como lhe chamou a OMS. Se não o tivermos, não poderemos viajar de avião nem de comboio nem de metro, não poderemos sequer ir à padaria da esquina. Seremos proibidos de sair de casa. Caso nos atrevamos a divergir ou a criticar a verdade oficial, viveremos fora dos muros, em ostracismo. Seremos considerados uns bárbaros sem “consciência social” e castigados a não participar da civilização domesticada e inumana da sua nova normalidade.»[139]

Entretanto, é um dado adquirido de que estamos hoje sob a periclitante ameaça sem precedentes de uma deriva totalitária no domínio farmacológico, em que potências como a China e os Estados Unidos indiciam ser senão aliados porventura cúmplices no domínio da pesquisa virológica e até mais particularmente zoonótica. Naquele domínio, a previsão de uma possível quão perigosa deriva totalitária fora devidamente projectada por Aldous Huxley, sem bem que o manancial duma revolução farmacológica também lhe aprouvesse como altamente promissor no campo da experiência transcendental, conforme a breve trecho nos relata um seu prefaciador:

«Ciente dos perigos totalitários do “ataque farmacológico” possibilitado pela tecnologia moderna, nem por isso Huxley excluía que a via química pudesse levar à elevação espiritual. A sua curiosidade na matéria fora despertada em 1931 ao ler Phantastica, um tratado do farmacólogo alemão Louis Ludwig Lewin sobre as substâncias visionárias usadas ritualmente desde o alvorecer da humanidade, hoje considerado a primeira obra de etnobotânica: “[A] história da ingestão de drogas constitui um dos capítulos mais curiosos e creio que também mais significativos da história natural dos seres humanos”[140], considerou Huxley após ter lido o tratado “de ponta a ponta com um apaixonado e crescente interesse”[141]»[142].

Por relativa contrapartida ao raciocínio sistemático que em momento algum correspondeu de todo em todo à aristotélica distinção psicodinâmica entre intelecto passivo e intelecto activo como via aberta para o estudo fenomenológico do que verdadeiramente seja o pensamento no homem capaz de intelecção mediante as apuradas noções de acto e potência, Aldous Huxley não se poupou efectivamente a esforços para levar a cabo uma experiência meta-verbal para justamente procurar alcançar a percepção directa dum infinito inacessível a todo o entendimento intelectualmente condicionado por abstractas categorias previamente delimitadas ou adquiridas ao longo de experiências parcelares semi-opacas e de alcance particularmente unilateral. No mais, trata-se de uma experiência que sendo caracteristicamente farmacológica vale por isso mesmo como um estímulo de profundas possibilidades espirituais quando sobretudo comparada com programas e estudos científicos a que não serão decerto estranhos a genética, a embriologia, a anatomia comparada, a hereditariedade, o transformismo e o evolucionismo. E se bem que as ciências de observação possam de facto, na melhor tradição aristotélica, confirmar a ascensão do homem pela escala zoológica num movimento de transformação criatriz da existência actual em essência possível, Aldous Huxley traça-nos, em contraciclo, uma artificiosa forma de franquear as portas da percepção rumo ao mistério do Insondável:

«Reflectindo sobre a minha experiência, dei por mim a concordar com o Dr. C. D. Broad, eminente filósofo de Cambridge, quando escreveu que “deveríamos considerar com muito mais seriedade que até então o tipo de teoria que Bergson propôs relativamente à memória e à percepção pelos sentidos. O que sugere é que a função do cérebro, do sistema nervoso e dos orgãos dos sentidos é de uma maneira geral eliminativa e não produtiva. Cada pessoa é a cada momento capaz de recordar tudo o que lhe aconteceu e de apreender tudo o que acontece em qualquer parte do universo. A função do cérebro e do sistema nervoso consiste em proteger-nos de sermos esmagados e confundidos por este amontoado de informações em grande parte inúteis e irrelevantes, excluindo grande parte do que de outro modo apreenderíamos ou recordaríamos a todo o momento, e deixando somente essa selecção muito reduzida e especial do que poderá ter utilidade prática”[143]. De acordo com tal teoria, cada um de nós é potencialmente detentor de uma Mente sem Limites (Mind at Large). Porém, na medida em que somos animais, o nosso objectivo é sobreviver a todo o custo. Para tornar a sobrevivência biológica possível, a Mente sem Limites tem de ser obrigada a passar através da válvula redutora do cérebro e do sistema nervoso. O que sai do outro lado é uma mísera gota do tipo de consciência que nos vai ajudar a permanecer vivos à superfície deste planeta em concreto. Para formular e expressar o conteúdo desta consciência reduzida, o homem inventou e elaborou infindavelmente os sistemas de símbolos de filosofias implícitas a que chamamos línguas. Cada indivíduo é ao mesmo tempo o beneficiário e a vítima da tradição linguística em que nasceu – beneficiário na medida em que a língua dá acesso aos registos acumulados da experiência de outras pessoas, vítima na medida em que confirma a sua crença de que a consciência reduzida é a única consciência possível, e em que confunde o seu sentido da realidade, tornando-se lamentavelmente propenso a tomar os seus conceitos como dados e as suas palavras como coisas reais. Aquilo a que na linguagem da religião se chama “este mundo” é o universo da consciência reduzida, expresso e como que petrificado pela língua. Os vários “outros mundos” com que erraticamente os seres humanos tomam contacto são outros tantos elementos na totalidade da consciência que pertence à Mente sem Limites. A maior parte do tempo a maioria das pessoas só estão cientes do que sai da válvula redutora e é consagrado como genuinamente real pela língua local. No entanto, algumas parecem ter nascido com uma espécie de desvio que contorna a válvula redutora. Nas outras, os desvios temporários podem ser adquiridos quer espontaneamente quer como resultado de “exercícios espirituais” deliberados, pela hipnose ou por meio de drogas. Através destes desvios permanentes ou temporários flui não exactamente a percepção de “tudo o que acontece em qualquer parte do universo” (pois o desvio não anula a válvula redutora, que ainda exclui o conteúdo total da Mente sem Limites), mas algo de adicional e acima de tudo diferente do material utilitário cuidadosamente seleccionado que as nossas mentes individuais estreitadas consideram como uma imagem da realidade completa ou pelo menos suficiente.



O cérebro está equipado com uma série de sistemas enzimáticos que servem para coordenar as suas operações. Algumas destas enzimas regulam o fornecimento de glucose às células do cérebro. A mescalina inibe a sua produção, reduzindo assim a porção de glucose disponível para um orgão permanentemente necessitado de açúcar. O que acontece quando a mescalina reduz a dose normal de açúcar do cérebro? Até agora só foi observado um número diminuto de casos, não sendo ainda possível dar uma resposta global, mas o que acontece à maioria das poucas pessoas que ingeriram mescalina sob supervisão pode resumir-se como se segue:

(1)   A capacidade de recordar e de pensar com clareza é pouco ou nada reduzida (ao ouvir as gravações da minha conversa sob a influência da droga não pude constatar que estivesse mais embrutecido do que em ocasiões normais).

(2)   As impressões visuais são extremamente intensificadas e o olho recupera alguma da inocência perceptiva da infância, quando o dado dos sentidos não era imediata e automaticamente subordinado ao conceito. O interesse pelo espaço diminui e o interesse pelo tempo é quase nulo.

(3)   Muito embora o intelecto permaneça intacto e a percepção fique extremamente melhorada, a vontade sofre uma alteração profunda para pior. A pessoa que ingere mescalina não vê razão alguma para fazer o que quer que seja em particular, e considera a maioria das causas que em ocasiões normais a levariam a agir e a que se submeteria profundamente desinteressantes. Não pode por elas ser perturbada pela boa razão de que tem melhores coisas em que pensar.

(4)  Pode-se ter a experiência destas melhores coisas (como eu tive) “lá fora”, “cá dentro” ou em ambos os mundos, interior e exterior, simultânea ou sucessivamente. Que são melhores parece inquestionável a todas as pessoas que ingerem mescalina com um fígado saudável e uma mente tranquila.

Estes efeitos da mescalina são o tipo de efeitos que se poderia esperar resultassem da administração de uma droga com o poder de diminuir a eficácia da válvula reguladora do cérebro. Quando o cérebro fica privado de açúcar, o ego subnutrido enfraquece, não lhe sendo possível encarregar-se das rotinas necessárias, e perde todo o interesse pelas relações espaciais e temporais que tanto significam para um organismo determinado a vingar no mundo. Assim que a Mente sem Limites passa através da válvula já não estanque, todo o tipo de coisas biologicamente inúteis começam a acontecer. Em alguns casos podem ocorrer percepções extra-sensoriais, noutros as pessoas descobrem um mundo de beleza visionária, noutros ainda é-lhes revelada a glória, o valor infinito e a plenitude de significado da pura existência, do acontecimento real e não conceptualizado. Na fase final do estado de ausência de ego, há um “conhecimento obscuro” de que Tudo está em tudo – de que na realidade Tudo é cada qual. Entendo que isto é o mais próximo que uma mente finita poderá alguma vez estar de “apreender tudo o que acontece em qualquer parte do universo”.

Neste contexto, quão significante é a enorme intensificação da percepção da cor sob o efeito da mescalina! Para certos animais é biologicamente muito importante ser capaz de distinguir determinados matizes, mas além dos limites do seu espectro utilitário, a maioria das criaturas são completamente daltónicas. As abelhas, por exemplo, passam a maior parte do seu tempo a “desflorar as virgens imaculadas da Primavera”[144], mas como Von Frish demonstrou, só são capazes de reconhecer um número muito limitado de cores. O sentido cromático extremamente desenvolvido do homem é um luxo biológico – inestimavelmente preciso para si enquanto intelectual e ser espiritual, mas desnecessário para a sua sobrevivência enquanto animal. A julgar pelos adjectivos que Homero põe nas suas bocas, os heróis da Guerra de Troia dificilmente ultrapassavam as abelhas na capacidade de distinguir as cores. Pelo menos a este título, o progresso da humanidade foi prodigioso.

A mescalina aviva todas as cores e torna aquele que as percepciona consciente das inúmeras e ínfimas gradações de diferença a que é completamente cego em circunstâncias normais. Poderia parecer que para a Mente sem Limites as chamadas características secundárias das coisas são primordiais. Contrariamente a Locke, é evidente que sente que as cores são mais importantes, mais merecedoras de atenção do que as massas, posições e dimensões. À semelhança das pessoas que ingerem mescalina, muitos místicos percepcionam cores sobrenaturalmente luminosas não somente com o olho interno mas mesmo no mundo objectivo que os rodeia. Relatos semelhantes são feitos por videntes e por pessoas dotadas de poderes psíquicos, e para certos médios a breve revelação dos que experimentam a mescalina é uma experiência de longa duração, ocupando várias horas por dia.»[145]

 

Curiosamente, os efeitos psicotrópicos do mescalito encontram-se igualmente presentes na obra de Carlos Castaneda, desde logo no âmbito da sua recolha de informações sobre plantas medicinais a ponto de, inesperadamente, o levar a uma experiência transfigurante durante largos anos sob a aprendizagem misteriosa de um brujo índio yaqui (don Juan Matus) cujos conhecimentos remontavam às tradições iniciáticas milenares dos Toltecas. Há, aliás, um manifesto paralelismo, se assim o podemos dizer, entre a “válvula reguladora do cérebro” em Aldous Huxley e o “ponto de conjunção” contido nos ensinamentos de don Juan a Carlos Castaneda[146], conforme permitem adivinhar os sucessivos e diferentes estados de consciência intensificada ocasionalmente experienciados e devidamente relatados pelo investigador académico de antropologia da Universidade da Califórnia. Saliente-se, pois, por entre aqueles estados correspondentes ao mundo da realidade não-ordinária o que por ora mais directamente importa antolhar:

«Resumidamente, [don Juan] delineou as verdades sobre a consciência, que tinha discutido: que não existe mundo objectivo, mas apenas um universo de campos de energia, a que os videntes chamam emanações da Águia. Os seres humanos são feitos das emanações da águia e são, essencialmente, bolhas de energia luminosa; cada um de nós está envolto num casulo que encerra uma pequena parte destas emanações. A consciência é adquirida pela constante pressão que as emanações do exterior do nosso casulo, que se chamam emanações livres, exercem sobre as do interior dos nossos casulos. Essa consciência dá origem à percepção, que acontece quando as emanações do interior dos nossos casulos se alinham com as correspondentes emanações livres.

Repetiu isto várias vezes, dando-me tempo para o entender. Depois, disse-me que, para corroborar as verdades sobre a consciência, eu precisava de energia.

(...) Don Juan explicou-me que, para a nossa primeira atenção colocar em foco o mundo que nós percebemos, tinha de enfatizar certa emanações seleccionadas na faixa onde se localiza a consciência do homem. As emanações descartadas, continuam ao nosso alcance, mas permanecem inactivas, desconhecidas para nós, para toda a nossa vida.

Os novos videntes chamavam às emanações enfatizadas, o lado direito, a consciência normal, o timbre, este mundo, o conhecido, a primeira atenção. O homem comum chama-lhes realidade, racionalidade, senso comum.

As emanações enfatizadas compõem uma larga faixa de consciência do homem, mas uma parte muito pequena do espectro total das emanações presentes no interior do casulo do homem. As emanações menosprezadas na faixa humana, são consideradas como uma espécie de preâmbulo ao desconhecido, e o próprio desconhecido consiste numa massa de emanações, que não fazem parte da faixa humana e que nunca são enfatizadas. Os videntes chamam-lhes lado esquerdo da consciência, os naguais chamam-lhes o outro mundo, o desconhecido, a segunda atenção.

– Este processo de enfatizar certas emanações – continuou don Juan, – foi descoberto e praticado pelos antigos videntes. Eles concluíram, que um homem nagual, ou uma mulher nagual, pelo facto de terem uma força extra, podem afastar a ênfase das emanações usuais e fazê-la passar para as emanações mais próximas. Esse afastamento é conhecido como o golpe do nagual.

(...) Explicou-me que os seres humanos escolhiam, repetidamente, as mesmas emanações para perceber, por duas razões. Primeira, e a mais importante, porque fomos ensinados que essas emanações são perceptíveis: segundo, porque o nosso ponto de conjunção selecciona e prepara essas emanações para serem usadas.

– Todos os seres vivos têm um ponto de conjunção – continuou, – que selecciona emanações para enfatizar. Os videntes podem ver se os outros seres sensíveis partilham a mesma visão do mundo, vendo se as emanações que os seus pontos de conjunção seleccionaram são as mesmas.

Afirmou que uma das mais importantes conquistas dos novos videntes, foi descobrir que a zona onde esse ponto se localiza no casulo de todos os seres vivos, não é uma característica permanente, mas se estabelece naquela zona específica, por hábito. Daí, a tremenda importância que os novos videntes dão às novas acções, às novas práticas. Querem, desesperadamente, chegar a novos costumes, novos hábitos.

– O golpe do nagual é de extrema importância – continuou ele, – porque faz deslocar esse ponto. Altera a sua localização. Por vezes, até cria uma abertura permanente, nesse sítio. O ponto de conjunção é totalmente desalojado e a consciência muda drasticamente. Mas o que é um facto de maior importância, é a própria compreensão das verdades sobre a consciência, de forma a perceber que esse ponto pode ser deslocado a partir do interior. A infeliz verdade é que os seres humanos perdem sempre por omissão. Simplesmente, desconhecem por omissão.»[147]







Em suma: o domínio da consciência encontra-se profundamente ligado à posição do ponto de conjunção, como se poderá novamente aferir à luz das explicações de don Juan a Carlos Castaneda:

« – O ponto de conjunção dos outros organismos também é treinado para aparecer onde aparece? – perguntei.

– Todos os organismos recém-nascidos são treinados, de uma forma ou de outra – replicou. – Podemos não compreender como se processa o treino, afinal, nem sequer percebemos como se processa em nós, mas os videntes vêem que os recém-nascidos são coagidos a fazer o que a sua espécie faz. É precisamente o que acontece com as crianças humanas: os videntes vêem os seus pontos de reunião mudarem para todos os lados e, depois, vêem como a presença dos adultos prende cada ponto na sua área. Acontece o mesmo com todos os outros organismos.

Don Juan pareceu reflectir por um momento e, então, acrescentou que, de facto, havia um efeito único que o ponto de conjunção do homem tem. Apontou para uma árvore lá fora.

– Quando nós, como seres humanos adultos e sérios, olhamos para aquela árvore – disse ele, – os nossos pontos de reunião alinham um número infinito de emanações e alcança um milagre. Os nossos pontos de conjunção fazem-nos perceber um grupo de emanações a que chamamos árvore.

Explicou que o ponto de conjunção não afecta somente o alinhamento necessário para a percepção, como também impede o alinhamento de certas emanações, de forma a chegar a um maior refinamento da percepção, uma depuração, uma engenhosa construção humana, sem paralelo.

Disse que os novos videntes tinham observado que só os seres humanos eram capazes de agrupar, novamente, os grupos de emanações. Usou a palavra espanhola “desnate”, para descrever o acto de separar a nata mais saborosa da superfície de uma vasilha de leite fervido, depois de arrefecer. Do mesmo modo, em termos de percepção, o ponto de conjunção do homem fica com uma parte das emanações já seleccionadas para alinhamento e faz com elas uma construção mais agradável.

– As desnatações do homem – continuou don Juan, – são mais reais do que aquilo que as outras criaturas percebem. Essa é a nossa armadilha. São tão reais para nós, que nos esquecemos que as construímos, ordenando os nossos pontos de conjunção que apareçam onde aparecem. Esquecemos que são reais para nós, só porque a nossa ordem é percebê-las como reais. Temos o poder de desnatar o melhor dos alinhamentos, mas não temos o poder de nos protegermos das nossas próprias ordens. Isso tem de ser aprendido. Dar total liberdade às nossas desnatações, como nós damos, é um erro de julgamento, que pagamos tão caro quanto os antigos videntes pagaram pelos seus.»[148]

Posto isto, vejamos agora como na passagem para o terceiro milénio a tendência tecnotrónica já previamente direccionada para o domínio inorgânico do ciberespaço ganharia cada vez mais novos desenvolvimentos que se tornariam, por seu turno, potencialmente determinantes para a corrente armadilha da “transição digital e climática” suscitada pela actual elite tecnocrática mundialista[149]. Para o efeito, tiremos particular proveito do que nos oferece, bem a propósito, a seguinte transcrição da autoria de Luís Torres Fontes:

«A associação do psicadelismo a mundivisões “alternativas” obscurece porém o papel crucial que drogas como o LSD assumiram na génese do mundo contemporâneo. Relativamente à sociedade da informação, logo em 1969 Marshall MacLuhan, o teorizador dos média, assinalou que “o LSD consiste numa forma de emular o mundo electrónico invisível[150]; três décadas mais tarde, Jaron Lanier, pioneiro da realidade virtual, garantia que “quase todos os fundadores da indústria dos computadores pessoais eram hippies do tipo psicadélico”[151]. Quanto ao ciberespaço, o próprio termo foi popularizado por John Perry Barlow, letrista da banda psicadélica arquetípica Grateful Dead e co-fundador da Electronic Frontier Foundation, organização dedicada a proteger a liberdade de expressão na Internet. Dizendo-se inspirado a ligar o mundo em rede pela visão do universo que lhe fora revelada pelo LSD, Barlow comentou a propósito dos muitos acidheads anónimos que partilham a sua missão: “É como se o futuro estivesse a ser criado por um culto secreto”[152].

Por outro lado, soube-se recentemente que o LSD está associado à descoberta mais importante do século XX a par da fissão nuclear: o biólogo britânico Francis Crick “estava sob a influência de LSD quando deduziu a estrutura da dupla hélice do ADN há quase 50 anos”[153]. (Esta descoberta, feita em colaboração com James Watson, valeu-lhe o Prémio Nobel e o epíteto de “o homem que descobriu o segredo da vida”). O despacho noticioso contendo a revelação surgiu apenas 10 dias após a morte de Crick, ocorrida a 29 de Julho de 2004, informando ainda que o cientista obrigara os seus próximos a fazerem completo segredo do facto. A notícia adianta que Crick era “um entusiasta do romancista Aldous Huxley”[154], tendo sido um dos fundadores de um grupo britânico para a legalização da canábis chamado Soma, no final dos anos 60.

Sendo raras as personalidades que ousam assumir em vida o efeito positivo das substâncias psico-activas nas faculdades mentais, o seu número vem porém aumentando. Uma delas é o biólogo norte-americano Kary Mullis. Prémio Nobel da Química em 1993 pela invenção do PCR (Polymerase Chain Reaction, “reacção em cadeia da polimerase”), uma técnica de amplificação exponencial do ADN que abriu caminho à revolução biotecnológica, Mullis afirmou numa entrevista à BBC ter dúvidas de que teria feito a descoberta se não tivesse tomado LSD, cujo uso, garantiu, o tornara mais inteligente[155]. Outro exemplo: Mark Pesce, co-inventor da linguagem de programação de realidade virtual VRML, não esconde o facto desta descoberta ter sido “especificamente catalisada numa experiência psicadélica”[156].

Em Tecnognose, Erik Davis assinala um aspecto menos aparente da influência dos psicadélicos no mundo actual, “a integração de certas técnicas contraculturais de êxtase no tecido da sociedade da informação”[157]: “Um dos grandes boatos paranóicos dos anos 60 era o de que os freaks tencionavam despejar LSD na rede de abastecimento de água; pode vir a acontecer que os dispositivos digitais e a máquina dos média acabem por drogar a população, infundindo um modo de cognição inegavelmente psicadélico na cultura em geral. Os modems desatarraxam a ‘válvula redutora’ mental de Huxey e deixam entrar a Mente sem Limites (Mind at Large) ligada em rede. (...) Os computadores e os média electrónicos estão a ‘ligar’ todas as pessoas e o ciberespaço a tomar forma enquanto paisagem virtual mutável da mente colectiva fundida. As energias libertadoras do êxtase, definido como a expansão explosiva do eu para o exterior das suas fronteiras quotidianas e incensadas pelos ideólogos da contracultura dos anos 60, são hoje um facto tecnológico”[158]»[159].








A realidade virtual de uma mente colectiva fundida constitui, curiosamente, a explicação levada a cabo pelo britânico David Icke para, na base de uma analogia, tentar ilustrar como o alinhamento da percepção se processa na humanidade em geral. Para tal, refere-se a uma espécie de «internet holográfica» no pressuposto de que a «Matriz» ou a «Consciência Infinita» se projecta como um “super holograma” cuja interacção com o nosso cérebro potencia a ilusão do nosso corpo e do mundo físico envolvente como se de um mundo sólido realmente se tratasse. Neste prisma, os nossos cinco sentidos são apenas a expressão “física” descodificada de uma variedade multímoda de campos energéticos projectados pela «Consciência Infinita multidimensional, em que designadamente os «olhos transformam a luz (energia, campos de frequências) em sinais eléctricos que o cérebro interpreta, através do seu córtex visual, como a aparente realidade tridimensional»[160].

A partir daqui, o já célebre “conspiracionista”, versado na copiosa trama do globalismo invasor, pormenoriza, sob a marcante influência de Carlos Castaneda[161], como o desconhecimento da «Consciência Infinita» pode efectivamente contribuir para a consciência fechada ou para a prisão da percepção[162], sobretudo quando está em jogo o cerrado controlo e condicionamento político, socioeconómico e espiritual de cada pessoa em particular e da humanidade em geral, conquanto são, em última instância, puramente ilimitados em sua plena infinitude de consciência. Ora, se bem que aqui a analogia proposta por David Icke permita sublimar a existência de um mundo inobjectivável, até pela forma como recorre ao domínio da física quântica para assinalar a ilusão do mundo físico mediante os respectivos níveis de realidade subatómica[163], a verdade é que a alegada descodificação da já denominada «Matriz» nos termos de uma «realidade holográfica ilusória tridimensional»[164], desde logo nos remete para uma descodificação que por definição é estritamente matemática[165]. Por outras palavras, a alegada descodificação de matriz informática não deixa de ser mais uma desqualificante pese embora prodigiosa representação do mundo tal como se nos oferece espectacularmente espelhado na natureza e na vida orgânica onde as essências são decerto pela existência que as revela e realiza, sem dela própria jamais quedarem cindidas como se de uma irrealidade ou pura fantasmagoria se tratassem[166].

Quer isto, pois, justamente dizer que a subjugação da humanidade a uma rede cibernética interligada sob a forma de uma mente colectiva virtualmente fundida, é, no fundo, o triunfo do engenhoso espírito de contradição estritamente separado da criação divina. Como tal, o intrusivo quão exclusivo predomínio da chamada “inteligência artificial” é, por contrapartida ao psicodinamismo subjacente à existência natural do mundo orgânico, a unilateral projecção de um processo inteiramente destituído de qualquer forma inteligente de vida para, no induzido domínio da aprendizagem algorítmica e da digitalização avatárica[167], fornecer apenas a vazia ilusão de uma actividade inteligente aparentemente autónoma porque a montante inevitavelmente dependente de uma certa e determinada programação previamente definida. Não há, por isso, nenhuma espécie de actividade criadora propriamente dita no reino artificial do inorgânico, nem sequer lugar para a expressão autêntica da ciência antropológica tradicionalmente considerada do ponto de vista do composto humano tripartido em espírito, alma e corpo, conforme, aliás, desenvolve esclarecidamente o autor português d’A Razão Animada:

«A antropologia é, essencialmente, a ciência que estuda o homem. Se admitirmos por conveniência dedutiva que o homem é um composto de espírito, alma e corpo, admitiremos também que ao estudo do primeiro elemento conceda a filosofia uma extensão comparável à que outrora foi atribuída à psicologia racional. As relações da razão com a alma, especialmente durante a reflexão da palavra na consciência, justificam só por si tão amplo tratamento da antropologia no quadro das ciências filosóficas.

Ao preceito socrático da autognose, da distinção entre o eu e o não-eu no espelho da consciência, devemos religar a tese de Protágoras, segundo o qual o homem é a medida de todas as coisas, e deste modo postular uma interpretação humanista do universo, para termo de verificação e comparação com todos os outros sistemas filosóficos. A alma humana assume assim a alta virtude mediatriz que lhe é atribuída na Psicologia de Aristóteles. Esta doutrina perdurou até ao fim da Idade Média; mas depois, sob pretexto de regresso à sabedoria da Antiguidade, a investigação antropológica dirigiu-se para o estudo do corpo humano, segundo o método analítico da anatomia, da fisiologia e da cirurgia.

A decadência da antropologia aristotélica teve o efeito de prender a ciência ao estudo da sensitividade animal, mas a sensitividade humana, que não é mera passividade estimulada por objectos exteriores à consciência, logo exige a relação com uma actividade, e a investigação de causas sensíveis ou insensíveis. A fisiologia da percepção tende a estabelecer correspondências entre os sensos humanos, que não são apenas os cinco da cartilha, e as forças naturais, que não são apenas as mencionadas no compêndio, correspondência que exige nomenclatura matemática para se explicitar em movimentos, velocidades, acelerações. Ao falarmos de velocidade da luz, de velocidade do som, etc., com aparente linguagem de objectividade, demonstramos, afinal, que nos é muito difícil, que nos será talvez impossível, constituir uma física para além da subjectividade humana.

A exteriorização das causas e, portanto, a sua espacialização, só pode induzir em erro o pensador que não haja sido habilitado a ascender da técnica para a ciência. Caracteriza-se o técnico por ser um homem que não sabe o que faz, um homo faber. Apto a realizar um trabalho perfeito, e portanto a prestar um útil serviço social, o técnico terá de estudar a respectiva ciência quando pretender adquirir a liberdade.

Se a sensação é a actividade dos sensos, e não a sua passividade, diremos que as forças designadas pela física são sentidos que representam efeitos, o que é verdadeiro, porque as causas permanecem ocultas, porque a relação de causalidade está longe de ser a consecução temporal de antecedente para consequente. A hipótese gnósica de que existe um sexto senso, ainda mal estudado, favorece a tese de que a evolução do corpo humano tende para a transfiguração do mundo. Esta relatividade humanista, dependente da noção de experiência, e de leis bem conhecidas pelos médicos, confirma portanto a doutrina de Protágoras que está implícita na filosofia de Aristóteles.

Quanto mais se afasta do aristotelismo, tanto mais a antropologia deixa de ser efectivamente uma ciência filosófica. Curioso é notar, a este propósito, a significação do livro de Alexis Carrel, intitulado o Homem, Esse Desconhecido[168]. A falência da antropologia no estudo do composto humano seria explicável pela inversão que a cultura moderna operou na ordem tradicional dos elementos conservados na doutrina de Aristóteles[169][170]



Posto isto, mais facilmente se explica que, na era tecnotrónica actual, as raízes substancialmente antropológicas e, por extensão, biológicas que estão no cerne da evolução criatriz da humanidade, estejam a ser profundamente ameaçadas com o aberrante avanço da transgeneridade por força de uma tecnologia transgénica assente na alteração do ADN[171] dos seres vivos para potenciar artificialmente determinadas características genéticas induzidas à margem da própria natureza. Trata-se, infelizmente, de uma forma antinatural de tecnologia especialmente destinada a preparar a humanidade dolorida para um tétrico desfecho transhumanista, onde se fará propositadamente sentir a imposição legal da aviltante e deformadora mudança de sexo numa dimensão a todos os títulos impensável ou sequer mesmo inimaginável para a própria civilização humana, a que também aliás acresce a produção de embriões feitos com material genético humano e animal que estarão assim na base de quimeras ou de seres híbridos particularmente aberrantes. E eis, então, o concomitante surgimento do novo e recorrente estatuto de alegada “personalidade” atribuída pelos ideólogos do transhumanismo aos subprodutos resultantes quer das manipulações da engenharia genética, quer das tecnologias de reprodução baseadas na construção de “úteros artificiais” (octogénese) em franco detrimento da gravidez natural, quer ainda ao nível dos prementes avanços e desenvolvimentos obtidos no âmbito centralizador da estratégia global de gestão, vigilância e identificação viabilizada pela inteligência artificial.

Por outro lado, é um facto de que a Organização das Nações Unidas (ONU) tem fortemente apostado na centralização tecnológica com o ardiloso pretexto de obter a sua respectiva regulação com base na vigilância, recolha e armazenamento de dados em massa susceptíveis de, à partida,  garantir e promover o “desenvolvimento sustentável” consoante os objectivos globais traçados pela Agenda 2030. A regulação em causa significa, na verdade, a administração centralizada de todo o processo de compilação, registo e apuramento de dados que permita teoricamente assegurar a privacidade dos seus titulares e do bem comum perante o seu mau uso por parte de corporações alheias à cultura de confidencialidade, integridade e protecção de toda e qualquer informação pessoal disponibilizada. Acontece, porém, que muitas dessas corporações, mormente dirigidas por globalistas, não se encontram numa relação de estrita oposição para que efectivamente se proceda a um novo paradigma de regulação global de dados pessoais em grandes plataformas globalizadas, como as que vão sendo decerto incentivadas nos eventos anuais do Fórum Económico Mundial a propósito dos avanços e vantagens da inteligência artificial em pleno curso[172].


Endgame: There’s no returning to normal

É óbvio de que os globalistas e os agentes políticos que os servem não estão minimamente interessados no bem-estar, saúde e prosperidade das populações que tão encarecidamente dizem servir, nem sequer nas chamadas questões ambientais em nome das quais tudo apostam afincadamente a fim de obterem a microgestão do planeta. Resumindo e concluindo, «Klaus Schwab, the head of the World Economic Forum, and many other globalist leaders have said the same thing: There’s no returning to normal. So citizens in the West can expect to see a continuity of plans to make this happen: increased money printing and inflation to make people willing to switch to a world currency, increasingly open borders to add to economic and cultural strife, huge dollars spent on supposed “green” initiatives and the targeting of many non-green industries and jobs in the West, efforts to enable vote fraud so that globalists/socialists get “elected,” efforts to squash free speech and increase the number of actions prosecuted as “hate crimes,” increased unemployment in the West to increase reliance on government, lots more gun-control laws, and the continued stifling of religious belief and action.»[173]



[115] «All of the actions taken in the name of fighting the coronavirus, not coincidentally, have limited individual freedom and choices, and they all have been leading to centralized control over the world’s peoples. It has been clear since the start of the spread of the coronavirus that COVID rules were not about stopping the spread of the virus: Even as small businesses were getting locked down and those attending pro-Trump political rallies were chastised by globalist media and officials for spreading the coronavirus, globalist media celebrated Black Lives Matter riots in cities countrywide for months on end, despite the lack of social distancing and the increase in violence. And even as the International Air Transport Association, to which most airlines worldwide belong, was making plans to roll out its digital COVID passports (government-certified proof of receiving COVID vaccinations that must be presented before people will be allowed to fly) so that COVID wouldn’t be spread from state to state and country to country, the Biden administration invited hundreds of thousands of illegal immigrants to flood the country and refused to check them all for COVID — or any of the other numerous infectious and deadly diseases that residents south of the border often carry. Remember also that professional sports teams were largely exempt from lockdowns — even the Premier League (soccer) kept training and playing in lockdown-happy England, during all but the initial COVID lockdowns.» (Kurt Williamsen, «What is “Build Back Better” Globalism?», in The New American, Vol. 37, No. 14, 07/19/2021).

[116] «Sweden isn’t in the news much right now, for both good and bad reasons. The good reason is that unlike in France, where massive protests and rioting inspired by new anti-coronavirus lockdown measures have made headlines, the Nordic country is peaceful. The bad one is that even though the reason it’s peaceful is because its anti-lockdown strategy has worked, the COVID-panic-porn-obsessed media don’t find this newsworthy. After all, if the masses find out that all the civilization-rending lockdowns and onerous virus restrictions are an exercise in scientific obscurantism, a lot of power-mad politicians could face career destruction.

Here’s the news the opinion cartel finds unworthy: As of Wednesday, Sweden’s seven-day rolling average for China virus deaths was zero (…).

To be precise, Sweden has on occasion curbed restaurant opening hours (I guess the virus only attacks during certain periods of the day) and has at times enforced crowd limits at venues such as shopping malls, but these have been exceptions to the country’s rule of relying on voluntary measures to combat SARS-CoV-2.

This lies in contrast to its European neighbors, which, as the definition of insanity goes, are doing the same thing over and over again while expecting a different result. In France, for example, “government officials have decreed that unvaccinated individuals will no longer be allowed to enter cafes, restaurants, theaters, public transportation and more,” reports the Foundation for Economic Education (FEE). This is despite data indicating that many new China virus cases are among the vaccinated and that the most highly vaccinated nations have the worst COVID infection rates — and warnings that the vaccines may actually be dangerous.

“France’s approach is unique, but it’s just one of many countries around the world imposing new restrictions as fears grow over a new variant of COVID-19,” FEE later writes. “Australia’s recent restrictions have placed half the country under strict lockdown — even though a record 82,000 tests had identified just 111 new coronavirus cases — while restaurants in Portugal are struggling to survive amid newly imposed restrictions.”» (Selwyn Duke, «ZERO COVID Deaths: Sweden’s Anti-lockdown Strategy Has Worked», in The New American, Digital Edition, July 23, 2021).





[117] «Having been reduced to a cowering citizenry—mute in the face of elected officials who refuse to represent us, helpless in the face of police brutality, powerless in the face of militarized tactics and technology that treat us like enemy combatants on a battlefield, and naked in the face of government surveillance that sees and hears all—we have nowhere left to go.» (John W. Whitehead & Nisha Whitehead, «George Orwell’s 1984 Has Become a Blueprint for Our Dystopian Reality», in The Rutherford Institute, June 28, 2021).

[118] «A UK government adviser and former Communist Party member Susan Michie says that mask mandates and social distancing should continue “forever” and that people should adopt such behaviour just as they did with wearing seatbelts.

Michie, who is a Professor of Health Psychology at UCL and a leading member of SAGE, said such control measures should become part of people’s “normal” routine behaviour.

(…) “Professor Michie’s co-panellist, a fellow scientist at UCL, Dr Shikta Das, said: “I think Susan has made a very good point here,” adding that the vaccine roll-out has created a “false sense of security”. She concluded: “I don’t think we are yet ready to unlock.” How’s all that for balance!”

Perhaps unsurprisingly, Michie is known to be a long-time Communist hardliner and was so zealous in her beliefs she garnered the nickname “Stalin’s nanny.”

Her sentiment echoes that of fellow government adviser Professor Neil Ferguson, who once acknowledged that he was surprised authorities were able to “get away with” the same draconian measures that Communist China imposed at the start of the pandemic.

“[China] is a communist one-party state, we said. We couldn’t get away with [lockdown] in Europe, we thought… and then Italy did it. And we realised we could,” said Ferguson.» (Paul Joseph Watson, «UK Government Adviser Says Mask Mandates Should Continue “Forever”», in INFOWARS, June 10th 2021).

[119] «The ongoing “war on cash” that far preceded the pandemic, whose goal is to steer people towards using traceable forms of payment, is coming in very handy in the COVID era precisely for the reason the policy is criticized in the first place – it makes it easy for authorities to keep tabs on individuals who use card transactions.

Reports now mention instances of Australian residents receiving a mandate to quarantine after using their credit card to pay at an establishment, where somebody known to be infected with the virus had stayed.

Credit card receipts led back to the person that was then forced to self-isolate (although they did not have coronavirus) – and apparently led the person to consider what, if anything, is left of their privacy in a world where more and more people leave long “data trails” behind them.» (Didi Rankovic, «Governments are using credit card purchase data as “contact tracing’ COVID surveillance», in Reclaim The Net, July 16, 2021).

[120] Neste ponto também tem vindo a desempenhar papel preponderante a tecnologia de vigilância mediante o uso de drones, dado que o uso de veículos aéreos remotamente pilotados, se bem que idealizados para fins militares e curiosamente inspirados nas bombas voadoras alemãs, do tipo V-1, têm sido cada vez mais aplicados para, em contexto “pandémico” da Covid-19, monitorizar se, ora nas praias os banhistas espanhóis cumprem as medidas “recomendadas” de “distanciamento social”, ora assegurar através de altifalantes que os transeuntes na Bélgica e em Bruxelas obedecem às medidas restritivas que ordenam o confinamento domiciliário, ora ainda identificar, na Austrália, indivíduos que se mostrem refractários ao uso compulsivo da máscara, bem como, no lance, fazer o rastreamento de veículos automóveis parqueados a mais de 5 quilómetros do local de residência dos respectivos proprietários. De resto, a polícia da Malásia tem igualmente procedido ao uso de drones para a eventual medição da temperatura de transeuntes a uma distância de 20 metros do solo, alertando assim as autoridades caso alguém venha a ser detectado como positivo mediante a emissão de uma luz vermelha.

[121] «“When you upload your DNA, you’re potentially becoming a genetic informant on the rest of your family.”— Law professor Elizabeth Joh.

“Guilt by association” has taken on new connotations in the technological age.

All of those fascinating, genealogical searches that allow you to trace your family tree by way of a DNA sample can now be used against you and those you love.

As of 2019, more than 26 million people had added their DNA to ancestry databases. It’s estimated those databases could top 100 million profiles within the year, thanks to the aggressive marketing of companies such as Ancestry and 23andMe.

It’s a tempting proposition: provide some mega-corporation with a spit sample or a cheek swab, and in return, you get to learn everything about who you are, where you came from, and who is part of your extended family.

The possibilities are endless.

(...) Without even realizing it, by submitting your DNA to an ancestry database, you’re giving the police access to the genetic makeup, relationships and health profiles of every relative—past, present and future—in your family, whether or not they ever agreed to be part of such a database.

After all, a DNA print reveals everything about “who we are, where we come from, and who we will be.”

It’s what police like to refer to a “modern fingerprint.”

Whereas fingerprint technology created a watershed moment for police in their ability to “crack” a case, DNA technology is now being hailed by law enforcement agencies as the magic bullet in crime solving.» (John W. Whitehead & Nisha Whitehead, «The War Over Genetic Privacy Is Just Beginning», in The Rutherford Institute, June 9th 2021).

[122] «Incredibly, as the various nascent technologies employed and shared by the government and corporations alike—facial recognition, iris scanners, massive databases, behavior prediction software, and so on—are incorporated into a complex, interwoven cyber network aimed at tracking our movements, predicting our thoughts and controlling our behavior, the dystopian visions of past writers is fast becoming our reality.

Our world is characterized by widespread surveillance, behavior prediction technologies, data mining, fusion centers, driverless cars, voice-controlled homes, facial recognition systems, cybugs and drones, and predictive policing (pre-crime) aimed at capturing would-be criminals before they can do any damage.

Surveillance cameras are everywhere. Government agents listen in on our telephone calls and read our emails. Political correctness—a philosophy that discourages diversity—has become a guiding principle of modern society.» (John W. Whitehead & Nisha Whitehead, «George Orwell’s 1984 Has Become a Blueprint for Our Dystopian Reality», in The Rutherford Institute, June 28, 2021).

[123] Assinale-se, em paralelo, o caso particular da crescente militarização do Departamento de Polícia de Nova Iorque no que respeita à vigilância invasiva do cidadão comum através de uma extensa rede de câmeras baseada em tecnologia de reconhecimento facial: «The NYPD controls an extensive network of cameras that it can use to track New Yorkers across the city, raising concerns about invasive and discriminatory policing tactics, according to an investigation by Amnesty International.

The NGO enlisted thousands of volunteers to hunt for cameras at intersections in Manhattan, Brooklyn, and the Bronx, in an effort to document the size and scope of the New York Police Department’s surveillance capabilities. In total, 15,280 cameras were located. When synced with facial recognition technology (FRT), the cameras are capable of tracking New Yorkers across all three boroughs, Amnesty said.

FRT works by comparing camera imagery with the images of millions of faces stored in a database, many of them taken from sources such as social media without users’ knowledge.

As part of its report, the group also released a video modeling the “extensive field of vision” of New York’s CCTV network. It’s believed the NYPD can use the cameras to track faces as far as 656 feet (200 meters) away – the equivalent of two street blocks.

Commenting on the findings, Dr Matt Mahmoudi, an artificial intelligence and human rights researcher at Amnesty International, said the vast network of cameras means you are “never anonymous” when walking through the city.

This sprawling network of cameras can be used by police for invasive facial recognition, and risks turning New York into an Orwellian surveillance city.» («NYPD Operates Over 15,000 Facial Recognition Cameras as Part of ‘Orwellian’ Surveillance Network – Report», in INFOWARS, June 3rd 2021).

[124] Esta negação era frequentemente expressa da seguinte forma: No Such Agency, ou ainda Never Say Anything. Contudo, convém notar que já antes da criação da NSA, tanto o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, constituído em 1 de Julho de 1870, como o Departamento Federal de Investigação, criado em 26 de Julho de 1908 sob o lema “Fidelidade, Bravura, Integridade” correspondente às iniciais FBI, conduziam as suas próprias operações secretas de vigilância sobre toda uma parte substancial da população geralmente alheia a um tão inusitado expediente subreptício.

[125] A par da NSA, foram especialmente visadas no Senado dos Estados Unidos, sob a presidência do senador Frank Church, as actividades ilegais da Agência Central de Inteligência (CIA) e da Agência Federal de Investigação (FBI). Entre aquelas actividades ilegais incluem-se experiências de controlo mental e lavagem cerebral levadas a cabo por confissões forçadas, técnicas de tortura e drogas alucinogénias, assim como assassinatos, violações de domicílios e intercepções de comunicações sem autorização judicial.

[126] Em inglês: Foreign Intelligence Surveillance Act (FISA). Esta lei é um complemento da lei de espionagem de 1917, no auge da Primeira Guerra Mundial.

[127] Sob a alçada da FISA encontra-se o United States Foreign Intelligence Surveillance Court (FISC), que é, no fundo, um tribunal federal secreto que foi supostamente criado para supervisionar, corrigir e autorizar o modo como as informações de inteligência virão a ser colhidas e reunidas antes de se proceder à monitorização de cidadãos americanos levada a cabo pelas agências de inteligência e de aplicação da lei, entre elas destacando-se a Agência de Segurança Nacional (NSA) e a Agência Federal de Investigação (FBI). É todavia um facto que o tribunal em causa tem, digamos assim, involuntariamente permitido, senão mesmo facilitado abusivas actividades e operações de vigilância sobre cidadãos americanos mediante a aprovação de grande parte dos mandados que lhe têm sido particularmente requeridos para aquele indevido efeito.

[128] Sigla para Special Weapons and Tactics.

[129] «The NSA has a long history of spying on Americans, as Edward Snowden’s major leak to NSA documents in 2013 showed. The Church Committee learned from Puzzle Palace author James Bamford in 1975 that the agency eavesdropped on Americans back then.

Founded in 1952, the NSA grew out of the military’s cryptological efforts during World War II and is responsible for signals intelligence.» (R. Cort Kirkwood, «Former CIA, NSC Man: Carlson Is Right. NSA Did Not Deny Reading Emails», in The New American, Digital Edition, July 6, 2021).

[130] «Total Internet surveillance by the Corporate State, as omnipresent as God, is used by the government to predict and, more importantly, control the populace, and it’s not as far-fetched as you might think. For example, the NSA has been working on an artificial intelligence system designed to anticipate your every move. Aquaint (the acronym stands for Advanced QUestion Answering for INTelligence) has been designed to detect patterns and predict behavior.

No information is sacred or spared.» (John W. Whitehead & Nisha Whitehead, «George Orwell’s 1984 Has Become a Blueprint for Our Dystopian Reality», in The Rutherford Institute, June 28, 2021).

[131] «What we are witnessing, in the so-called name of security and efficiency, is the creation of a new class system comprised of the watched (average Americans such as you and me) and the watchers (government bureaucrats, technicians and private corporations).

Clearly, the age of privacy in America is at an end.

So where does that leave us?

We now find ourselves in the unenviable position of being monitored, managed and controlled by our technology, which answers not to us but to our government and corporate rulers. This is the fact-is-stranger-than-fiction lesson that is being pounded into us on a daily basis.

It won’t be long before we find ourselves looking back on the past with longing, back to an age where we could speak to whom we wanted, buy what we wanted, think what we wanted without those thoughts, words and activities being tracked, processed and stored by corporate giants such as Google, sold to government agencies such as the NSA and CIA, and used against us by militarized police with their army of futuristic technologies.» (John W. Whitehead & Nisha Whitehead, «George Orwell’s 1984 Has Become a Blueprint for Our Dystopian Reality», in The Rutherford Institute, June 28, 2021).



[132] «In fact, Big Tech wedded to Big Government has become Big Brother, and we are now ruled by the Corporate Elite whose tentacles have spread worldwide. The government now has at its disposal technological arsenals so sophisticated and invasive as to render any constitutional protections null and void. Spearheaded by the NSA, which has shown itself to care little to nothing for constitutional limits or privacy, the “security/industrial complex”—a marriage of government, military and corporate interests aimed at keeping Americans under constant surveillance—has come to dominate the government and our lives.» (John W. Whitehead & Nisha Whitehead, «George Orwell’s 1984 Has Become a Blueprint for Our Dystopian Reality», in The Rutherford Institute, June 28, 2021).

[133] «Look for socialists’ “cancel culture” to grow exponentially if globalists have their way. That assertion can be confirmed in the article entitled “This new approach to credit scoring is accelerating financial inclusion in emerging economies.” In the name of “higher financial inclusion” for groups and peoples that are traditionally underserved by banks and credit companies, the World Economic Forum is pushing something called “Alternative Credit Scoring.” The WEF says that, instead of relying on a paper-based verification of one’s creditworthiness, the new system will provide “holistic and thorough risk analyses regarding potential consumers” by scanning applicants’ “alternative data such as social media, electronic transactions and cellular data.” In other words, the new credit check will search all electronic data to determine whether to do business with people.

This is exactly how Communist China’s “social credit system” works. The government there monitors cellphones and the world’s most expansive and intrusive camera system to see if a citizen talks to the wrong person, expresses the wrong opinion, goes to the wrong place, and more. If a person follows communist doctrine to the letter, the reward is access to better schools, jobs, pay, and travel opportunities. Conversely, any transgressions of the communist code are punished with less access to such things.

Globalists want such a system. On April 7, the World Economic Forum held its Global Technology Governance Summit called “Scaling up Digital Identity Systems.” The group made clear that it wants to force people to have a global digital identity to use telecommunications, access social media, get healthcare, shop online, access welfare, travel, and access the supply chain for goods. Sandra Ro, CEO at Global Blockchain Business Council, said bluntly: “I’m hoping with the desire and global demand for some sort of vaccine passport — so that people can get traveling and working again — will drive forced consent [of a digital ID], standardization, and frankly, cooperation across the world.”

(…) This digital ID system would enable the building and maintenance of the most repressive governing system the world has ever seen.» (Kurt Williamsen, «What is “Build Back Better” Globalism?», in The New American, Vol. 37, No. 14, 07/19/2021).

[134] É sabido que a finança internacional prefere sobretudo lidar com governos centralizados uma vez que a economia baseada no laissez-faire é de todo contrária aos interesses globais da elite bancária em virtude do que naquela naturalmente decorre para a dispersão e descentralização do poder económico-financeiro. A par disso, a verdadeira ameaça à liberdade e à prosperidade geral nunca é o resultado da designada “revolta das massas”, mas antes o produto da actividade revolucionária de intelectuais académicos e descendentes de famílias abastadas, além da protagonizada por escritores e artistas apaparicados pela sociedade burguesa, de modo que também assim se explica que as mais poderosas dinastias financeiras mundiais tenham oportunamente envidado esforços no sentido de favorecer movimentos socialistas e comunistas particularmente propensos a regimes de poder central autoritário, e nessa medida, estritamente indispensáveis para o impante surgimento do internacionalismo intervencionista nos preponderantes domínios da actividade política, económica e cultural.

A contraciclo da historiografia marxista, destaquemos por ora o exemplo paradigmático do bolchevismo destruidor, por certamente não se ter tratado de uma revolta espontânea da “classe trabalhadora” mas, sim, de um movimento radicado em aspirantes de elite, a começar pelo próprio Lenine que chegara, inclusive, a obter um diploma de direito enquanto, por outro lado, trabalhava como escritor e activista político durante o próprio exílio na Suíça, na Alemanha e no Reino Unido. Assim, à semelhança de Karl Marx, que de facto se valera do pródigo patrocínio do empresário industrial Friedrich Engels para assegurar as suas actividades diárias, Lenine e seus acólitos puderam igualmente levar avante as suas actividades revolucionárias devido à subsidência de proeminentes financeiros, nomeadamente o banqueiro sueco Olof Aschberg. Porém, convém também ter aqui na devida conta o financiamento por via do Estado-Maior General alemão, conforme nos relata o investigador anglo-americano Antony C. Sutton: «In April 1917 Lenin and a party of 32 Russian revolutionaries, mostly Bolsheviks, journeyed by train from Switzerland across Germany through Sweden to Petrograd, Russia. They were on their way to join Leon Trotsky to “complete the revolution.” Their trans-Germany transit was approved, facilitated, and financed by the German General Staff. Lenin’s transit to Russia was part of a plan approved by German Supreme Command, apparently not immediately known to the Kaiser, to aid in the disintegration of the Russian army and so eliminate Russia from World War I. The possibility that the Bolsheviks might be turned against Germany and Europe did not occur to the German General Staff. Major General Hoffman has written, “We neither knew nor foresaw the danger to humanity from the consequences of this journey of the Bolsheviks to Russia.”» (Antony C. Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution, Clairview, 2011, pp. 39-40).

[135] Passo a passo, de restrição em restrição, a supressão da liberdade individual e colectiva é a pedra de toque da “nova normalidade” coercivamente estabelecida: «Os testes à covid-19 passam a ser recomendados [quer dizer obrigatórios] em eventos familiares com mais de dez pessoas, como casamentos e batizados [sic], eventos culturais e desportivos, serviços públicos e empresas, segundo a Direção [sic] Geral da Saúde (DGS)» (cf. «Covid-19: DGS recomenda testes em casamentos, batizados [sic] e eventos com mais de dez pessoas», Agência Lusa, 16/06/2021).

[136] «(…) the elites’ answer to COVID across the developed world has been to continue interfering with businesses’ ability to succeed (or even open their doors at all) and to print more money faster.

The logical deduction to be made from this behavior is that the elites are setting up the Western middle class for a fleecing of epic proportions (because they want them to be poorer and more apt to follow globalist mandates), in a similar manner to how globalists have kept Africans poor for decades, not only interfering in their gains but reducing their wealth. In the case of Africa, as was noted earlier, because Western countries such as France offer a network of subsidies to farmers, they stimulate overproduction of agricultural goods, causing prices to crash, making it difficult for Africa’s poor countries, which are mainly agrarian-based, to compete in world markets. Moreover, if African countries begin to succeed, they stand to get hit with high tariffs on their agricultural items. (Poor African countries are generally exempt from EU tariffs, but wealthier ones aren’t.) In point of fact, though much of Africa relies on agricultural exports, the highest tariffs that many Western countries have, including those in the EU, are on agricultural items. According to the WTO, in 2018, average EU tariffs on dairy products were nearly 40 percent, sugars and confectionary 25 percent, and animal products over 15 percent. Meanwhile, the taxes on petroleum, machinery, and minerals were less than five percent.» (Kurt Williamsen, «Will Globalists Keep Their Promises?», in The New American, Vol. 37, No. 14, 07/19/2021).

[137] Cf. Paul Craig Roberts, «A Conspiracy to Murder», in PaulCraigRoberts.org, July 8, 2021; Brian Shilhavy, «17,503 DEAD, 1.7 million injured (50% SERIOUS) reported in European Union’s database of adverse drug reactions for COVID-19 shots», in HEALTH IMPACT NEWS, July 8, 2021; «Tens of Thousands of COVID-19 “Vaccine” Injured in the U.S. Begging for Help as the Medical Community Turns Their Back on Them», in HEALTH IMPACT NEWS, July 7, 2021; James Murphy, «Lawsuit Alleges Feds Are Covering Up Thousands of Vaccine-related Deaths», in The New American, Digital Edition, July 20, 2021. «A lawsuit filed in federal court in Alabama is alleging that the federal government is hiding “at least 45,000” deaths related to the experimental COVID-19 vaccines currently being distributed in the United States.

(…) The attorney had a message for censorship-happy big tech as well: “Yeah, go ahead and post it, it will be censored in about five seconds,” he said. “Let me say this to Google-YouTube, Facebook, Twitter. You are complicit in causing death and I cannot wait to sue you, over and over again.”

(…) According to Renz, there are approximately a dozen different systems besides VAERS that are reporting vaccine-related deaths and injuries to the U.S. government. The attorney speculates that these organizations may be complicit in the coverup.

“How many have really died and why are they covering it up?” Renz said. “These people are murdering people. This is complicity at a minimum.”

The attorney further believes that social media may have blood on its hands regarding the alleged tens of thousands of deaths associated with the vaccines due to their censorship of any negative information about vaccines.

“You’re going to get censored when you try to talk about this. And you know what, if they try to censor the risk, I would say that’s complicity, and I cannot wait to find out in court,” Renz said.»

[138] «“Fragmented global architecture is not fit anymore for purpose in the 21st century,” Schwab imparts.

“It’s high time for a Great Reset.”» («Flashback: Klaus Schwab Admits Nationalism a Threat to Great Reset», in INFOWARS, July 14th 2021).





[139] Idem, ibidem, pp. 323-324. Sobre o chamado “passaporte de imunidade”, leia-se o seguinte: «The digital pass is to become available alongside Germany’s traditional yellow paper vaccination booklet, the [German Health] minister [Jens Spahn] stressed.

“The point is to get this paper into the device,” Spahn said during a news conference, showing reporters an analog vaccination certificate and a smartphone displaying its digital form. The new pass is expected to be significantly more convenient to use, and people will be easily able to prove their immunity status, according to the minister.

“For those whose job it is to check, like in restaurants or in retail, there’s an app that makes it possible to read and verify the relevant certificates,” Spahn stated.

(…) The EU-valid certificates may come in both paper and digital forms, but they must have a QR code so authorities can easily access a person’s data. The certificates are expected to include information on whether someone has been fully vaccinated with shots approved by the European Medicines Agency (EMA), and whether they contracted the coronavirus previously or have tested negative for the disease.

Bulgaria, Croatia, Czech Republic, Denmark, Germany, Greece, Lithuania, Poland, and Spain have already begun to issue digital COVID certificates and are also accepting them for EU visitors.

The European Commission is tracking updates as more countries begin issuing and accepting these certificates. All 27 EU countries will use this digital COVID certificate program by July 1, 2021.» (Veronika Kyrylenko, «Germany Rolls Out Digital Vaccination COVID Pass», in The New American, Digital Edition, June 11, 2021). De resto, prontificando-se sempre a acenar e a justificar o controlo totalitário em nome das “liberdades” e dos “direitos humanos”, o supranacionalismo eurocrata não perde uma boa oportunidade para dar azo à gíria fictícia e ambivalente do novidioma: «A líder do executivo comunitário [Ursula Von der Leyen] disse que o certificado digital covid-19 da UE “é um símbolo de uma Europa aberta e digital” e vai “facilitar as deslocações dentro da UE e devolver aos cidadãos as liberdades que eles tanto valorizam”.» No entanto, a pretexto da plandemia em curso ou outro expediente afim, o precedente doravante criado para a implementação de uma identidade digital para cada habitante do planeta, marca apenas o início de um novo mundo em que a liberdade propriamente dita foi erradicada de uma vez por todas: «Concebido para facilitar o regresso à livre circulação dentro da UE, este ‘livre-trânsito’, que deverá ser gratuito, funcionará de forma semelhante a um cartão de embarque para viagens, em formato digital e/ou papel, com um código QR para ser facilmente lido por dispositivos eletrónicos [sic], e que seja disponibilizado gratuitamente, e na língua nacional do cidadão e em inglês.

No quadro da implementação deste certificado europeu, prevê-se que os Estados-membros não voltem a aplicar restrições, quando mais de metade dos europeus já recebeu a primeira dose da vacina contra a doença covid-19, a não ser que a situação epidemiológica o justifique, mas caberá sempre aos governos nacionais decidir se os viajantes com o certificado terão de ser submetidos a quarentenas, a mais testes (por exemplo, além dos de entrada) ou a requisitos adicionais [o itálico é nosso].

Entretanto, os Estados-membros têm de desenvolver as infraestruturas técnicas e garantir a interoperabilidade dos sistemas de reconhecimento do certificado» (cf. «Certificado covid-19 é uma "oportunidade de viajar em liberdade e segurança"», in Agência Lusa, 14/06/2021).

[140] Aldous Huxley, “A Treatise on Drugs” (1931), in Michael Horowitz e Cynthia Palmer (orgs.), Moksha: Aldous Huxley’s Classic Writings on Psychedelics and the Visionary Experience, Stone Hill: Nova Iorque, 1977, p. 4.

[141] Idem, ibidem.

[142] Prefácio de Luís Torres Fontes, in Aldous Huxley, As Portas da Percepção / Céu e Inferno, p. 12.

[143] “The Relevance of Psychical Research to Philosophy”, in Philosophy 24 (1949), reimpresso em C. D. Broad, Religion, Philosophy and Psychical Research, Routledge & Kegan Paul: Londres, 1953. (N. do T.)

[144] Deflowering the fresh of the spring – do poema A Rapture (1640), de Thomas Carew. (N. do T.)

[145] Aldous Huxley, As Portas da Percepção / Céu e Inferno, pp. 44-48.

[146] «É difícil exagerar a influência que [As Portas da Percepção] de Huxley teve na geração beat dos anos 50 e no movimento hippie que se lhe sucedeu nos anos 60 – Jack Kerouac, Alan Watts, Allan Ginsberg, Timothy Leary, Terence McKenna e Carlos Castaneda contam-se entre as figuras contraculturais de proa que garantiram que “tudo começou” com a leitura de As Portas da Percepção. Por seu turno, Jim Morrison, futuro ícone da contracultura, adaptou o título do “manifesto psicadélico fundador” para baptizar a sua mítica banda The Doors (“As Portas”)» (cf. Prefácio de Luís Torres Fontes, in ob. cit, p. 14).

[147] Carlos Castaneda, O Fogo Interior, Editorial Presença, 1998, pp. 122-124 e 132.

[148] Idem, ibidem, pp. 152-153. Muito embora os ensinamentos de don Juan pressuponham, em termos de percepção, diferentes mundos com suas diferentes formas não necessariamente conformes quer ao espaço da geometria euclidiana, quer ao tempo porventura entendido como um fluxo contínuo unidireccional, quer ainda com o que académicos e propedeutas de cultura julgam discernir ser a causalidade e a lógica aristotélicas, a verdade é que tais mundos não são de todo ininteligíveis ao pensamento em acto na condição de ser este plenamente realizado segundo o que no homem existe de imortal e eterno. E assim, na verdade, o disse Aristóteles de modo insofismável: «De facto o intelecto é capaz de, por um lado, se tornar em todas as coisas e, por outro lado, capaz de produzir todas as coisas, por este modo se assemelhando o seu estado ao da luz: a luz deixa, de certa maneira, passar as cores do estado de potência ao estado de acto. Este mesmo intelecto encontra-se separado, sem se misturar de modo algum, permanecendo, portanto, impassível enquanto essência. Com efeito, o agente é sempre superior em relação ao paciente, do mesmo modo o princípio o é em relação à matéria. A mesma situação ainda se verifica naquilo que à relação entre o conhecimento em acto e o seu respectivo objecto diz respeito: o conhecimento em potência precede, ele mesmo, no tempo aquele conhecimento em acto no próprio indivíduo; mas, por outro lado, falando-se de uma maneira geral, não poderá ser ele anterior segundo o tempo e, se assim for, não será consequentemente necessário acreditar que este intelecto ora pensa ora não pensa. Por conseguinte, no momento em que se encontra separado, imediatamente se torna naquilo que ele é em si próprio, sendo, então, imortal e eterno. Todavia, lembremo-nos do facto de ser este princípio impassível enquanto que o intelecto passivo é corruptível, sem ele não podendo existir pensamento algum» (Aristóteles, Da Alma, Edições 70, p. 104).

[149] Enquanto isso vão sendo rapidamente criados os mecanismos e instrumentos necessários para a padronização de um sistema de censura global no domínio das tecnologias de (desin)formação e comunicação digitais: «The World Economic Forum, an international group that works to “shape global, regional and industry agendas,” has formed a new “Global Coalition for Digital Safety” that’s made up of Big Tech executives and government officials and intends to come up with new “innovations” to police “harmful content and conduct online.”

The scope of so-called “harmful” content that will be targeted by this Global Coalition for Digital Safety is far-reaching and encompasses both legal content (such as “health misinformation” and “anti-vaccine content”) and illegal content (such as child exploitation and abuse and violent extremism).

(…) Just a few months before this coalition was announced, YouTube CEO Susan Wojcicki called for global coalitions to address content that’s “legal but could be harmful” at the World Economic Forum Global Technology Governance Summit 2021.

And last year, Facebook CEO Mark Zuckerberg, pushed for “more guidance and regulation” from world leaders on what people are allowed to say online.

Similar global coalitions that have attempted to create global censorship standards, such as the Global Internet Forum to Counter Terrorism (GIFCT), have resulted in the automated censorship of satire, media reports, and other types of legal content.» (Tom Parker, «World Economic Forum makes censorship pledge to “tackle harmful content and conduct online”», in Reclaim the Net, June 29, 2021).

[150] Marshall McLuhan em entrevista à Playboy (Março de de 1969).

[151] Cit. in Robert Forte, Timothy Leary: Outside Looking In, Park Street Press: Nova Iorque, 1999, p. 131.

[152] Cit. in Charles Hayes (org.), Tripping: An Anthology of True-Life Psychedelic Adventures, Penguin Books: Nova Iorque, 2000, p. 214.

[153] Alun Rees, “Thanks do LSD Crick Discovered the “Secret of Life”, in Mail on Sunday (8 de Agosto de 2004).

[154] Idem, ibidem.

[155] “Psychedelic Science”, programa da série Horizon, BBC (Fevereiro de 1997).

[156] “Psychedelics and the Creation of Virtual Reality” (1999; entrevista à revista Maps [Vol. X, n.º 3, 2000].

[157] Erik Davis, Techgnosis: Myth, Magic and Mysticism in the Age of Information, Three Rivers Press: Nova Iorque, 1998, p. 170 (trad. Port.: Tecnognose: Mito, Magia e Misticismo na Era da Informação, Editorial Notícias: Lisboa, 2002).

[158] Idem, ibidem, pp. 170-171.

[159] Cf. Prefácio de Luís Torres Fontes, in ob. cit, pp. 24-26.

[160] David Icke, Guia da Conspiração Global, LUX-CITANIA, 2010, p. 57.

[161] Idem, ibidem, p. 58.




[162] Há praticamente um denominador comum com que nos deparamos em todo o tipo de experiências que apelam para uma abertura ao mistério do Insondável, que é o de amiúde tomarem as culturas nacionais como algo de particularmente próprio de mentes fechadas e as mais das vezes extremamente limitativas perante as incomensuráveis possibilidades da «Consciência Infinita». É certamente o caso de David Icke, com a ressalva de o próprio não censurar o facto de alguém poder vir a identificar-se com determinada nacionalidade, desde que isso obviamente não seja exacerbado ao ponto de constituir toda uma forma de condicionamento que oblitere o que na sua incondicionante infinitude realmente subjaz a todo o ente, ser e cultura estritamente considerados (idem, ibidem, p. 71). Num sentido distinto mas de alguma forma afim, realça Aldous Huxley: «As sensações, sentimentos, percepções e fantasias são todos privados e, excepto por via dos símbolos e indirectamente, incomunicáveis. Podemos partilhar informação sobre experiências, mas nunca as próprias experiências. Da família à nação, todo o grupo humano é uma sociedade de universos insulares» (in As Portas da Percepção, p. 37).

[163] Idem, ibidem, p. 59.

[164] Várias têm igualmente sido as possíveis aplicações da tecnologia holográfica no domínio militar, sendo uma delas a capacidade de induzir a existência de aeronaves de origem extraterrestre: «Belief in UFOs, once the province of cranks, has gained respectability. This is for good reason: The Pentagon has acknowledged that footage of “unidentified aerial phenomena” (UAP), as it prefers calling them, is real and that the military is still investigating them. It also has admitted to “testing” UFO wreckage. Moreover, an increasing number of credible people — such as rational former Navy pilots — have come forward to attest that they’ve observed craft displaying flight characteristics that appear to violate the laws of physics.

(…) Yet there is another possibility: hologram technology — which is being developed for military applications.

A hologram is, of course, “a three-dimensional image reproduced from a pattern of interference produced by a split coherent beam of radiation (such as a laser),” as Merriam-Webster puts it. Now, let’s say the government were working on holography that could make it appear that ships, planes, tanks, and other objects exist where they don’t. Wouldn’t the best test of this technology be if you could, on a regular basis, fool trained pilots and others into believing the holograms were real craft?

While this would explain the frequent UFO sightings, a flaw in the thesis is that the UFOs are sometimes detected not just by the human eye but also radar.

Then again, there’s this: “Scientists at Bristol University have discovered a way to make 3D holograms that we can touch and feel in mid-air,” Newsweek reported in 2014. Does this mean that holograms visible to radar could be created as well?

(Of course, it should also be considered that UFOs have been detected for longer than hologram technology has existed).» (Selwyn Duke, «A Report Is Coming, but Government CAN’T Answer UFO Question», in The New American, Digital Edition, June 9, 2021); Ver ainda Tom Ozimec, «Former Intelligence Chief Calls for ‘Larger Discussion’on UFOs, Warns They Display Technology US Doesn’t Have», in The Epoch Times, June 28, 2021.

[165] Idem, ibidem, pp. 72-74. David Icke define a «Matriz Matemática» como um programa informático ou uma construção digital mediante a qual é dado ao «corpo humano informático» sintonizar o mundo produzido. Segundo o autor, toda a dimensão biológica, fisiológica e físico-química deve-se a uma construção matemática vibracional não menos susceptivel de ser manipulada de modo a configurar uma falsa matriz mediante códigos e sistemas numéricos programaticamente direccionados para níveis energéticos de fraca vibração, e, por conseguinte, uma fonte de bloqueio relativamente à «Consciência Infinita». Entretanto, o mesmo se aplica à política, à economia, ao comércio e à religião, pelo que subjacente a tudo isso encontra-se, de facto, uma mathesis que, não obstante as suas primorosas possibilidades ao nível, por exemplo, da geometria sagrada e da numerologia, decorre aqui particularmente decaída no restrito domínio das chamadas “ciências da computação”, posto que destituídas daquele mínimo de revelação divina sem a qual não será mais possível transpor da representação simbólica do pensamento científico e suas aplicações tecnológicas para a existência real de fenómenos, segredos e mistérios na ordem da natureza propriamente dita.

[166] A irrealidade do mundo sensível remonta, em grande medida, à construção da ciência moderna e do seu desenvolvimento técnico. O próprio Descartes referir-se-ia inclusivamente ao carácter fabuloso do mundo sensível, significando a sua efemeridade por contrapartida à eternidade que lhe fora atribuída pelos sábios e filósofos da Antiguidade. A par do famoso retrato do geómetra francês sob a legenda mundus est fabula, as matemáticas, no decurso da modernidade, foram ainda mais perdendo o seu significado filosófico até se tornarem meras ciências da quantidade cujo processo de abstracção desqualificante e de extensão ilimitada encontraria finalmente uma nova e marcante fundamentação no âmbito da logística. Tempos houve, portanto, em que as ciências matemáticas encerravam um ensinamento divino tal como por tradição sagrada Platão refere na Politeia (aritmética, geometria, astronomia e música) e Aristóteles particularmente atesta na Metafísica, referindo-se ao seu carácter sacerdotal.

[167] «Globalist Endgame: Physical Bodies To Be Outlawed Under Carbon Tax Dictatorship», in INFOWARS, July 12th 2021. Ver ainda Maria Joana Costa, «JÁ OUVIU FALAR DE DIGITAL TWINS?», 05 MAI 20.

[168] Alexis Carrel, L’Homme, cet inconnu, Paris, 1935. Tradução portuguesa de Adolfo Casais Monteiro, Porto, 1936.

[169] O. A. Inglez de Sousa, L’Homme tel qu’on peut le connaître, Paris, 1950.

[170] Álvaro Ribeiro, A Razão Animada – sumário de antropologia –, Livraria Bertrand, pp. 145-147.

[171] «In order to travel or to work, people are submitting their DNA to corporations and government entities. These covid-19 testing kits are quickly becoming medical requirements – as airlines, schools and workplaces violate bodily autonomy and medical privacy rights. Whether out of fear or cooperative compliance, many people have acquiesced to bodily requirements in 2020, slapping on face coverings in order to integrate in society and restricting their business’s capacity to appease tyrannical public health orders. Submitting DNA is just the next step toward giving up individual liberties and surrendering one’s sovereign rights.

The only thing that covid-19 tests are good for is collecting and surveilling human DNA. The US and European standard for PCR testing is set up to provide an astronomical number of false positives using a specific number of cycles to amplify viral DNA. These false positives are used in an illegal manner to suspend people’s liberties for 14 days at a time, as determined by the power-drunk state governments and the CDC.» (Lance D Johnson, «The only thing Covid-19 test kits are good for is illegally collecting and surveilling human DNA», in NATURAL NEWS, November 26, 2020).

[172] Não admira, pois, que também o Fundo Monetário Internacional (FMI) se tenha entretanto focado no vantajoso uso da inteligência artificial no domínio particular da economia, sobretudo no que toca ao papel dos algoritmos na análise económica.

[173] Kurt Williamsen, «What is “Build Back Better” Globalism?», in The New American, Vol. 37, No. 14, 07/19/2021. Sobre estranhas práticas pecaminosas, vale a pena destacar até onde chega o manto obscurantista do globalismo invasor: Jonny Tickle, «Refusing to Get COVID Injection Is a ‘Sin,’ Anti-Vaxxers Must Spend Their Lives Repenting,Says Russian Orthodox Church», in RT, 5 Jul, 2021.


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