sábado, 28 de dezembro de 2019

A questão do centro anímico

Escrito por Bruce Lee


















«O espelho da relação é a forma mentis das artes marciais. Daí que, subjacente às multímodas formas de ser, estar e existir do mesmo e do outro, do eu e do não-eu, tal implique igualmente o movimento local, relativo e absoluto em que cada corpo, alma e espírito unitivamente se inscrevem e comparticipam com vista à sublime e culminante transcensão espiritual. Por outras palavras, o movimento almejado na esfera das artes marciais é sempre, mais substante ou insubstantemente, procedente de princípios espirituais que, manifestos no espaço e no tempo, tão-só se apreendem na plenitude vivida e supernamente experienciada do que em congraçados instantes comparece de eternidade infinitamente verídica.»

Miguel Bruno Duarte (in «O Templo do Leopardo»).


Vertido para a língua lusa, o presente escrito, originalmente intitulado «The Question of Psychic Center», encontra-se inserto em Bruce Lee, The Tao of Gung Fu. A Study in the Way of Chinese Martial Art (editado por John Little, Tuttle Publishing, 1997, p. 169).


Instrutores de Gung Fu das mais diversas escolas ensinam os seus instruendos a manter a mente no centro anímico (dan t’ien), localizado duas polegadas e meia (por vezes, uma e meia) abaixo do umbigo. O método consiste em inspirar profundamente com vista a esta zona inferior do abdómen, de modo a baixar o centro de gravidade e a propiciar uma maior rapidez na mudança de posição. Parte-se ainda do princípio que uma tal prática pode gerar um potencial anímico tremendo. Isso certamente pode convir a um principiante, pese embora o que mais importa aos mestres de Gung Fu, bem como aos mestres do Zen e do Tao é a vacuidade.

A mente (se é que uma tal coisa existe) deve ocupar e preencher todo o corpo e fluir livremente através dele. A denominada mente tudo deve envolver igualmente; está aqui, ali e em todo o lado. Se confinardes a vossa mente à parte inferior do abdómen, qualquer outra parte do corpo sensiente acusará a sua ausência. Além disso, quando se localiza a mente na parte inferior do abdómen, dar-lhe uma finalidade implica tempo e energia suplementares a fim de a transferir para uma outra parte solicitada do nosso corpo. Ao invés, o mestre de Gung Fu crê no uno intranhado na multiplicidade e no todo em toda e cada uma das suas partes. Recomendo, portanto, que se suprima a habitual parcialidade que consiste em localizar a mente em um dado lugar. De resto, olvidai a mente. Quando já se não tem nenhuma preocupação a seu respeito, eis, pois, que a mesma se nos revela e se torna então livremente apta a responder a todo e qualquer tipo de situação que seja. E disso é a mente capaz porque a nada se acha ou queda de alguma forma apegada (o estado de wu-hsin).

Jamais limitada e circunscrita, a mente devém e permanece em todo o lado. Vós, no entretanto, sabíeis que uma centopeia caminhava aprazivelmente quando abordada fôra por um bicho para, alfim, descobrir como conseguia ela movimentar-se com tantas pernas? Bem, a centopeia parou e começou a descrever profusamente o respectivo processo de deslocação. E, nisto, sabeis o que sucedeu? A centopeia caiu completamente por terra.






Ver aqui


Ver aqui


Bruce Lee e Kareem Abdul-Jabbar.






























Bruce Lee vs. Dan Inosanto. Ver aqui







































Fred Weintraub e Bruce Lee



Bruce Lee e Jhoon Rhee



Bruce Lee, Van Williams e Jhoon Rhee









Bruce Lee e Lo Wei durante a rodagem do filme The Big Boss.
































Ver aqui











Ver aqui e aqui































































Ver aqui





























Cena parcialmente filmada no Parque Luís de Camões, fundado em 1972, na então província portuguesa de Macau. A mesma fora ainda rodada, a título complementar, nos estúdios da Golden Harvest, em Hong Kong. 











Bruce Lee e James Yimm Lee














Bruce Lee e Dan Inosanto. Ver aqui
























Bruce Lee e James Coburn em Goa, aquando do gorado projecto cinematográfico a ser rodado na Índia - The Silent Flute.






Ver aqui



























































Nenhum comentário:

Postar um comentário