Escrito por Bruce Lee
«O espelho da relação é a forma mentis das artes marciais. Daí que, subjacente às multímodas formas de ser, estar e existir do mesmo e do outro, do eu e do não-eu, tal implique igualmente o movimento local, relativo e absoluto em que cada corpo, alma e espírito unitivamente se inscrevem e comparticipam com vista à sublime e culminante transcensão espiritual. Por outras palavras, o movimento almejado na esfera das artes marciais é sempre, mais substante ou insubstantemente, procedente de princípios espirituais que, manifestos no espaço e no tempo, tão-só se apreendem na plenitude vivida e supernamente experienciada do que em congraçados instantes comparece de eternidade infinitamente verídica.»
Miguel Bruno Duarte (in «O Templo do Leopardo»).
Vertido para a língua lusa, o presente escrito, originalmente intitulado «The Question of Psychic Center», encontra-se inserto em Bruce Lee, The Tao of Gung Fu. A Study in the Way of Chinese Martial Art (editado por John Little, Tuttle Publishing, 1997, p. 169).
Instrutores de Gung Fu das mais diversas escolas ensinam os seus instruendos a manter a mente no centro anímico (
dan t’ien), localizado duas polegadas e meia (por vezes, uma e meia) abaixo do umbigo. O método consiste em inspirar profundamente com vista a esta zona inferior do abdómen, de modo a baixar o centro de gravidade e a propiciar uma maior rapidez na mudança de posição. Parte-se ainda do princípio que uma tal prática pode gerar um potencial anímico tremendo. Isso certamente pode convir a um principiante, pese embora o que mais importa aos mestres de Gung Fu, bem como aos mestres do Zen e do
Tao é a vacuidade.
A mente (se é que uma tal coisa existe) deve ocupar e preencher todo o corpo e fluir livremente através dele. A denominada mente tudo deve envolver igualmente; está aqui, ali e em todo o lado. Se confinardes a vossa mente à parte inferior do abdómen, qualquer outra parte do corpo sensiente acusará a sua ausência. Além disso, quando se localiza a mente na parte inferior do abdómen, dar-lhe uma finalidade implica tempo e energia suplementares a fim de a transferir para uma outra parte solicitada do nosso corpo. Ao invés, o mestre de Gung Fu crê no uno intranhado na multiplicidade e no todo em toda e cada uma das suas partes. Recomendo, portanto, que se suprima a habitual parcialidade que consiste em localizar a mente em um dado lugar. De resto, olvidai a mente. Quando já se não tem nenhuma preocupação a seu respeito, eis, pois, que a mesma se nos revela e se torna então livremente apta a responder a todo e qualquer tipo de situação que seja. E disso é a mente capaz porque a nada se acha ou queda de alguma forma apegada (o estado de
wu-hsin).
Jamais limitada e circunscrita, a mente devém e permanece em todo o lado. Vós, no entretanto, sabíeis que uma centopeia caminhava aprazivelmente quando abordada fôra por um bicho para, alfim, descobrir como conseguia ela movimentar-se com tantas pernas? Bem, a centopeia parou e começou a
descrever profusamente o respectivo processo de deslocação. E, nisto, sabeis o que sucedeu? A centopeia caiu completamente por terra.
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Bruce Lee e Kareem Abdul-Jabbar. |
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Bruce Lee vs. Dan Inosanto. Ver aqui |
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Fred Weintraub e Bruce Lee
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Bruce Lee e Jhoon Rhee
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Bruce Lee, Van Williams e Jhoon Rhee |
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Cena parcialmente filmada no Parque Luís de Camões, fundado em 1972, na então província portuguesa de Macau. A mesma fora ainda rodada, a título complementar, nos estúdios da Golden Harvest, em Hong Kong.
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Bruce Lee e James Yimm Lee
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Bruce Lee e Dan Inosanto. Ver aqui
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