Escrito por Francisco de Sá de Meneses
Porta de Santiago, a "Famosa", vestígio da Fortaleza de Malaca. |
... O grande Cavaleiro,
Que ao vento velas deu na ocídua parte,
E lá, onde infante o Sol dá luz primeiro,
Ficou das Quinas santas o Estandarte.
E com afronta do infernal guerreiro,
(Mercê do Céu) ganhou por força, e arte
O áureo Reino, e trocou com pio exemplo
A profana mesquita em sacro templo.
O tempo chega, Afonso, em que a Santa
Sião terá por vós a liberdade,
A monarquia que hoje o Céu levanta,
Devoto consagrando à eternidade.
Ó bem nascida generosa planta,
Que em flor fruto há-de dar à Cristandade,
E matéria a mil cisnes, que, cantando
De vós, se irão convosco eternizando.
De Cristo a injusta morte vingou Tito
Na de Jerusalém total ruína.
E a nós, a quem Deus deu um peito invicto
Ser vingador de sua Fé destina.
Extinguiu do Agareno o falso rito
É de isso valor a empresa divina:
Tomai pois o bastão da empresa grande
Para o tempo que o Céu marchar vos mande.
Malaca conquistada pelo
grande Afonso de Albuquerque (1634),
poema épico de Francisco de Sá de Meneses.
Localização de Malaca na Malásia. |
Localização da Malásia |
Réplica da nau portuguesa Flor do Mar, também conhecida por Frol de la Mar, em exposição no Museu Marítimo de Malaca. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário