sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O rio que se faz mar... e mundo

Escrito por Henrique Veiga de Macedo








Vens lá da hispânica e distante serrania
que fica além da visigótica Toledo;
mas, porventura, alguém conhece esse fraguedo
que se abre para tu poderes ver o dia?

Onde te expandes e onde ganhas senhoria
Onde deixas de ser para sempre segredo
e te lanças em fé e em força, sem ter medo,
ao tenebroso mar que há muito te temia?

É aqui nesta tua ínclita Lisboa
que teu nome se faz, engrandece e ressoa
e daqui parte a descobrir contigo o mundo.

Quanto mais te conheço, ó Tejo, e te aprofundo,
mais em mim sobe o espanto ao ver a tua vida
ser mar, lá onde os teus irmãos a têm perdida!


Lisboa, 29 de Janeiro de 1983



















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