O Silêncio é o padre-nosso das almas.
Rezar com os lábios, nem sempre é conversar com Deus.
Fazer o silêncio activo é abrir, em humildade, nossas almas infinitas à majestade da Infinita Presença.
Silêncio!
É o herói que passa: ele vem duplicando de alma seus tangíveis despojos materiais, e, em nosso religioso silêncio, se insinua a vida eterna da Beleza e do Amor, no vil corpo dos nossos egoísmos transitórios.
Silêncio!
No horizonte oculto das nossas almas, em amor feitas uma só alma, assomam vultos de sonho e mistério.
Todos os avós que em sacrifício se deram à Pátria e a Deus, todos os humildes serranos, que, em humilde saudade da terra portuguesa, morderam o pó das terras de França e África, todos os sonhos de bondade e sacrifício formam auréola, arco-íris da Nova Esperança e do Novo Amor!
De joelhos!
E em Nossa Alma seja o Amor tão puro que uma grande Aurora inunde, alague, em luz, as terras de Portugal, e, coluna de mirra, oração lusíada, a Aurora seja incêndio de Amor pelas Alturas!
(In Leonardo Coimbra, Dispersos, V, Filosofia e Política, Editorial Verbo, 1994, p. 266).
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