II. A Pátria:
1 - "Que há-de ser do Reino, que assim fica deserto? Quem o há-de defender de alguns se contra ele quiserem ir?" (cf. F.L., I, 10; cf. Cr. Cond. 41).
2 - "Deus não queira que por dádivas e largas promessas vá contra a terra que me criou; mas antes despenderei meus dias e espargerei meu sangue por amparo dela". (cf. Cr. Cond. 47).
3 - "Não cumpre que por vosso aso se perca a Cidade, e o Reino seja posto em aventura. A qual coisa, pois verdadeiro português, sois, não vos deve consentir o coração". (...) (cf. F.L., Cr. 181).
4 - "Tais menagens nom som de guardar, pois que El-Rei [de Castela] quebra os tratos. Todos os fidalgos podem ser em ajuda do Mestre sem nenhum prasmo, (...) E mais vale pôr-se o Mestre em aventura com eles todos e pelejar com El-Rei de Castela que ficarem sujeitos a Castela (...)". (cf. F.L., Cr. 1, 73).
5 - "Portugal sempre foi Reino e isento por si e não sujeito a Castela, e ora não é a razão de o ser". (F.L., Cr. 1, 73).
6 - "(...) temos justa querela e razão dereita para defender nossa terra (...)". (F.L., Cr. I, 172).
7 - "(...) ainda que fosse contra todos los reis do mundo, ele [o Mestre] deve de continuar a sua defensão e de todos aqueles que lhe som sujeitos (...)" (F.L., Cr. I, 174; cf. Cr. Cond. 65).
8 - "(...) que defender vossa terra e bens, o que dereitamente sois teúdos de fazer". (F.L., Cr. I, 174; cf. Cr. Cond. 65).
9 - "Na outra cousa em que duvidais segundo parece, que é a vinda de meus irmãos em sua campanha, isto nom temais per nenhuma guisa, nem Deus nom quisesse que nenhum per mim fosse enganado; cá eu nom os hei por meus irmãos em esta parte, pois que vêm por destruir a terra que os gerou; e nom digo contra meus irmãos, mas em verdade vos juro que, ainda que i viesse meu padre, eu seria contra ele (...)" (F.L., Cr. I, 176; cf. Cr. Cond. 66).
10 - "Ah! Portugueses! Pelejai, filhos e senhores, por vosso rei e por vossa terra!" (Cr. Cond. 124).
III. O Rei:
1 - "Senhor [D. Fernando], a Vossa Mercê saiba que, por eu ser como sou, vosso criado, e pelas muitas mercês que meu padre e meu linhagem e isso mesmo eu hei de vós recebidas, e entendo de receber mais ao diante, hei [correcção de "em"] grande desejo de vos servir em tal causa que Vossa Mercê se houvesse de mim por bem servido. (...)" (Cr. Cond. 24-25).
2 - "Senhor irmão [D. Pedro], a mim parece que todalas cousas do mundo vos devia[am] esquecer e leixar, por todavia serdes na batalha com vosso rei do que vós e vosso padre e nós e todo nosso linhagem tantas mercês havemos recebidas. (...) parece-me que é bem de lhe serdes obediente e cumprirdes seu mandato. (...)" (Cr. Cond. 35-36).
O Mestre de Avis, D. João I |
5 - "Meu Senhor o Mestre nom é razom que lhe ponha o corpo (...) e que porende o Reino pertence ao Mestre, meu Senhor, (...) como filho d'El-Rei Dom Pedro que é, (...)" (F.L., Cr. I, 138).
6 - "(...) tem [o Mestre] coraçom e razom de o fazer, e nenhum outro há em Portugal pertencente para ello senom ele; e todolos bons portugueses têm razom de o servir e ajudar e seguir o que começado tem, despendendo com ele os corpos e haveres atá morte. E Deus que o a esta chamou encaminhará seus feitos de bem em melhor, e o tragerá em sua guarda, e ao fim que ele deseja (...)". (F.L., Cr. I, 145; cf. Cr. Cond. 56).
7 - "Se o Mestre meu Senhor faz com El-Rei [de Castela] algumas avenças de qualquer guisa que seja, eu o conheço por tal e tão bem, que ele nom faria nenhuma preitesia salvo com sua honra e de todolos seus. (...)". (cf. F.L., cr. i, 287).
8 - "Desta vez, meu senhor o Mestre será rei, a prazer de Deus, e a pesar de quem pesar». (F.L., Cr. I, 423).
9 - "Dizei a El-Rei meu Senhor que eu nom som homem de muitos conselhos, e, pois uma vez por ele foi determinado, como ele bem sabe, de não deixar passar El-Rei de Castela [sem] todavia lhe pôr batalha, que eu desta tenção não me entendendo de mudar nem tornarei um pé atrás, mas dizei-lhe que peço por mercê que me deixe ir meu caminho, cá eu, com estes poucos e bons homens portugueses que comigo vão, lha entendo de pôr. Se sua mercê for de ir lá, mande-me dizer, e aguardá-lo-ei em Tomar". (F.L., Cr. II; in Val. Cordeiro, op. cit. 109; cf. Cr. Cond. 119).
10 - "Senhor [D. Dinis, filho de D. Pedro e de D. Inês], a mim é dito que vós sodes vindo com muitas gentes ao Reino de meu Senhor El-Rei, a fazer guerra e mal e dano. E ainda o pior, que é que por onde vós vindes vos chamais Rei de Portugal, do que muito me maravilho. (...)". (Cr. Cond. 184-85).
IV. Família:
2 - "Minha vontade nom é de em nenhuma guisa casar" (cf. Cr. Cond. 10).
3 - "Praz-me de o fazer, pois que a meu padre apraz e vóz haveis por bem" (cf. Cr. Cond. 10).
4 - "Senhor irmão, bem sabeis (...) E por em vos peço por mercê que me deis lugar e licença para eu me, com a ajuda de Deus, dela me desembargar". (Cr. Cond. 23).
5 - "Senhor irmão, (...) vos peço, senhor, por mercê, que me dedes lugar para ser ela [batalha projectada, entre D. Fernando e o Rei de Castela] (...)" (Cr. Cond. 35-36).
6 - "Nós [ele e o irmão Fernão] não temos prol nem honra de aqui mais estar. E por en é bem que nos vamos pera as posadas. Mas, ante que nos vamos, eu quero fazer que estes que nos pouco prezaram e de nós escarneceram, que fiquem escarnecidos". (Cr. Cond. 38).
7 - "E, porque eu hei por novas certa que o prior do Hespital meu irmão (...) e outros senhores (...) som prestes para entrarem em esta terra (...), minha vontade é, com a ajuda de Deus, (...) de os ir buscar (...) e pelejar com eles. (...)" (F.L., Cr. I, 174; cf. Cr. Cond. 65; v. também o texto n.º 9 do parág. 2).
8 - "Rui Gonçalves, (...) em breve vos respondo assi: que vós digais ao Prior meu irmão que eu, neste feito, nom quero seu conselho, nem Deus nom querrá que o haja de crer do que me manda dizer (...)". (F.L., Cr. I, 179; cf. Cr. Cond. 69).
9 - "Mas maravilho-me muito de vós [o irmão Pedro] haver tão pouco tempo que andais com os Castelãos, e saberdes já tantas castelanias". (cf. F.L., Cr. I, 287).
10 - "A Senhora D. Izabel minha netinha faça Deus santa. (...) mas vós, minha linda, nom leixo de vos querer como à vida. (...) sendo uns e outros pedaços da alma (...) sodes a vossa madre (...) e nom digo al senom enviar-nos a minha bênçom, e a de Deus vos cubra, minha linda". (É uma das cartas publicadas pelo Pe. Pereira de Santana, em 1745; v. Pe. Valério Cordeiro, op. cit., 164 n; cf. Pe. Silva Tarouca, loc. cit., 140).
11 - "(...) E dizei a meu irmão Mestre de Calatrava [D. Pedro] que de mim não cure e cure de si, que entendo haverá mal de passar, do que a mim muita pesa, por não querer crer, no começo destes feitos, o que lhe disse (...)" (cf. Cr. Cond. 123) 'Senhor, eu vos peço por mercê que, pois lhe dou [a d. Afonso, futuro duque de Bragança] o condado de Barcelos, que o façais conde (...)" (cf. Cr. Cond. 199).
(in ob. cit., pp. 62-66).
Continua
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