domingo, 3 de abril de 2016

António Vieira

Escrito por Fernando Pessoa








O céu 'strela o azul e tem grandeza
Este, que teve a fama e à glória tem,
Imperador da língua portuguesa,
Foi-nos um céu também.

No imenso espaço seu de meditar,
Constelado de forma e de visão,
Surge, prenúncio claro do luar,
El-Rei D. Sebastião.

Mas não, não é luar: é luz do etéreo.
É um dia; e, no céu amplo de desejo, 
A madrugada irreal do Quinto Império
Doira as margens do Tejo.

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