Fachada do Paço Ducal de Vila Viçosa. |
Solar da Dinastia. Principescos,
surgem cortejos de opas roçagantes:
- Altezas-Sereníssimas, tudescos,
freires de Avis, reis-de-armas, passavantes.
Erram de noite, lívidos, dantescos,
no Paço do Reguengo os dois Amantes.
Pinta a Saudade a esmalte velhos frescos.
Quanto não diz esta palavra: - Dantes!
Festa da Padroeira em Sua Ordem.
E os bancos de pinchar e a serpe de oiro
pesam com pompa no brasão ducal.
Mas o Palácio é mudo, - não n'o acordem.
Num sono que é sinal de mau agoiro
lá dentro está dormindo Portugal!
(in «A Epopeia da Planície, Poemas da Terra e do Sangue», Editorial Restauração, 1960, p. 69).
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