Cecil John Rhodes (1853-1902). |
«Os mações Cecil John Rhodes (deste apelido procede o nome da Rodésia), multimilionário graças ao monopólio dos diamantes, e W. T. Stead fundaram em 1891 uma sociedade "secreta" denominada Association of Helpers. Em 1909, essa sociedade converteu-se na Round Tables, sob a direcção de Alfred Milner, Primeiro Vigilante da Grande Loja Unida de Inglaterra e representante da coroa britânica na África do Sul entre 1897 e 1905, que foi director da Távola Redonda até à sua morte, em 1925. A RT era e é uma sociedade "discreta", de natureza oligárquica, promotora das ideias e do Império Britânico. Chamou-se "Távola [Mesa] Redonda" numa evocação dos cavaleiros do lendário rei Artur. Os seus primeiros membros eram, na sua maioria, mações: Rothschild, o financeiro A. Beit (uma das lojas da Rodésia chama-se Alfred Beit n.º 25), Wickham Stead (secretário de Rhodes), entre outros. Os seus membros são pessoas que se notabilizam pelo seu muito dinheiro ou pelo seu talento, por vezes a soldo dos primeiros e dos seus negócios. Bill Clinton, mação e ex-presidente dos Estados Unidos, e a sua mulher Hillary foram alguns dos beneficiários das bolsas de estudo da fundação de Cecil Rhodes. Convencido do destino imperial ou dominador dos Britânicos, Rhodes procurou torná-lo realidade sobretudo na África Austral, visando a sua extensão a toda a África. No seu quinto testamento, Cecil Rhodes definiu a formação de uma organização estruturada "conforme o modelo da Companhia de Jesus e da Maçonaria". A RT está estruturada em dois ou três círculos concêntricos, cada vez mais internos, mais secretos e mais influentes, numa organização mais inspirada nos Illuminati da Baviera do que na maçonaria regular ou inglesa. A sua sede localizou-se sempre em Inglaterra. As suas ramificações estão enraizadas em mais de 17 países da Commonwealth e também nos Estados Unidos. Foi com base nos grupos da Távola Redonda que se estruturou a trama do Royal Institute of International Affairs».
Manuel Guerra («A Trama Maçónica»).
«O programa de paz no mundo, o único possível a nosso ver, é o seguinte:
(...) Convenções de paz, preparadas "às claras", após as quais não haverá mais acordos particulares e secretos; (...) a democracia agirá sempre francamente e à vista de todos.
(...) Liberdade absoluta de navegação nos mares, fora das águas territoriais, tanto em tempo de paz como em tempo de guerra...
(...) Supressão de todas as barreiras económicas e estabelecimento de condições comerciais iguais para todas as nações...
(...) Troca de garantias suficientes de que os armamentos serão reduzidos ao mínimo compatível com a segurança interna.
(...) Uma concertação livremente debatida de todas as reivindicações coloniais, baseada na estrita observação do princípio segundo o qual, na regulação destas questões de soberania, os interesses das populações em jogo terão o mesmo peso que as reivindicações equitativas do governo.
(...) É necessário que uma organização geral das nações seja constituída (...) tendo como objectivo assegurar as garantias mútuas de independência política e integridade territorial tanto aos pequenos como aos grandes estados».
Thomas Woodrow Wilson («Mensagem ao Congresso», 8 de Janeiro de 1918).
Edward Mandell House |
Parte das origens do CFR remontam a 1921 e a um dos fundadores, Edward Mandell House, principal conselheiro do Presidente Woodrow Wilson e alegada eminência parda da administração Wilson, de 1913 a 1921. É irónico que House fosse marxista convicto. Idealizava o Socialismo, e no seu tempo na Casa Branca, fez pressão para haver um banco central controlado pelo estado e com poderes para fazer dinheiro americano. Em 1913, o Congresso dos Estados Unidos ainda controlava a moeda do país mas, nesse ano, a Lei da Reserva Federal transferiu o poder do Congresso para um banco central privado. House também propôs a 16.ª emenda à Constituição dos Estados Unidos, que introduziu o imposto progressivo sobre o rendimento, mais uma ideia que tirou de Karl Marx.
House também escreveu o plano para a Liga das Nações, a estimada proposta do Presidente Wilson à Conferência de Paz de Paris de 1919. Charles Seymour, o biógrafo oficial de House, disse que Wilson "aprovou o projecto de House quase na totalidade, e a reformulação que fez dele resumiu-se praticamente à fraseologia".
No fim do mandato de Wilson, em 1921, House e simpatizantes criaram o Council on Foreign Relations. Desde o princípio, o compromisso para formar um governo mundial com base num sistema de financiamento global e centralizado atraiu a mescla mais estranha de capitalistas e socialistas, oportunistas e idealistas. Entre o pot-pourri de elitistas americanos na primeira reunião estavam os ricos e famosos.
No espaço de um ano, as Fundações Rockefeller e Canergie acordaram em financiar a agenda e o crescimento do CFR. O Presidente Franklin Roosevelt é o responsável por encher o Departamento de Estado com membros do CFR em 1940, e as gerações subsequentes de funcionários colocados pelo CFR têm-no gerido desde então.
A sede do CFR fica em Nova Iorque, na Harold Pratt House, uma mansão de quatro pisos na esquina da Park Avenue e da 68th Street. A viúva de um herdeiro da fortuna de Rockefeller da Standard Oil - Charles Pratt - doou o edifício ao CFR em 1929. Em 2006, mais de 4000 líderes do establishment americano são membros (a termo ou vitalícios) do CFR. Embora o CFR seja muito influente no governo, continua fora do radar da maioria dos Americanos. Só uma pessoa em cinco mil sabe da organização, enquanto ainda menos sabem dos seus verdadeiros objectivos.
Edifício do Council on Foreign Relations (CFR). |
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Nos primeiros cinquenta anos de existência, o CFR gozou de uma cobertura mediática rara. Tal anonimato poderá parecer estranho, até vermos uma lista de membros. Esta inclui executivos de topo do New York Times, Washington Post, Los Angeles Times, Wall Street Journal, da NBC, CBS, ABC, FOX, Time, Fortune, Business Week, U.S. News e World Report, entre muitos outros orgãos da comunicação social. Dado que estes fazem parte das sessões de reflexão de grupo, temos de questionar a sua "descrição". Se é exagerada, por que razão será? Porque haviam de se censurar a si próprios?
Quando lhe fizeram esta pergunta, num encontro da CIA há quase 25 anos, Katherine Graham, a lendária editora do Washington Post, disse ao público: "Há coisas que o público em geral não precisa de saber sobre nós, nem deve"».
Daniel Estulin («Toda a Verdade sobre o Clube Bilderberg»).
«(...) Os apoiantes financeiros de Wilson escolheram cuidadosamente os assessores jurídicos e financeiros do novo Presidente, destacando-se entre eles o Colonel Edward Mandell House, filho de um financeiro representante de importantes interesses britânicos nos Estados do Sul, que acabaria por se tornar na personalidade mais influente da administração do Presidente Wilson. À sua influência junto deste e à sua indiscutível capacidade de manobrar nos bastidores, se ficou a dever a criação do banco central e a aprovação do imposto gradual de rendimentos.
O Colonel House era elemento destacado da organização na América do norte, do projecto político global de Cecil Rhodes, então em franco desenvolvimento. O biógrafo e editor do livro The Intimate Papers of 'Colonel' House afirma que este era o anjo da guarda invisível do Federal Reserve System, estando em constante contacto com Paul Warburg, merecendo absoluta confiança aos Shifts, aos Khans, aos Rockefellers e aos Morgan.
Com a finalidade de contornarem a provável ofensiva dos opositores à criação do Federal Reserve System e de uma maneira geral de todos os que criticavam o desmedido poder de Wall Street, a apresentação do Federal Reserve Act foi mesmo precedida de uma campanha contra a sua aprovação, desencadeada pelos próprios banqueiros, para que a opinião o não pudesse identificar com os seus interesses. O objectivo desta aparente oposição, parece ter sido atingido, pois não se verificou uma significativa oposição por parte da opinião pública.
No dia 22 de Dezembro de 1913 o projecto foi aprovado na Câmara dos Representantes por 198 votos a favor e 60 contra e o Senado aprovou-a com uma maioria de 43 votos a favor e 25 contra.
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Bandeira do Sistema da Reserva Federal dos Estados Unidos, adoptada pelo Conselho de Governadores a 9 de Junho de 1987 na sequência da recomendação do Governador Administrativo H. Robert Heller. |
Fernando Pacheco de Amorim («25 de Abril. Episódio do Projecto Global»).
«Imagine o leitor um clube particular em que presidentes, primeiros-ministros, banqueiros internacionais e generais convivem, em que figuras régias graciosas e que servem de companhia garantem que todos se dão bem, e em que as pessoas que mandam nas guerras, nos mercados e na Europa dizem o que nunca se atrevem a dizer em público. Este é o Clube Bilderberg, a mais secreta de todas as organizações em todo o mundo. A razão de ninguém estar disposto a quebrar a conspiração do silêncio deste Clube, nem lhe fazer frente, nas palavras do locutor francês Thierry de Segonzac, é: "Os Bilderberg são demasiado poderosos e omnipresentes para serem expostos".
O sigilo dos Bilderberg tem inspirado a imaginação de escritores como, por exemplo, Robert Ludlum e Gayle Lynds. Os livros destes mostram organizações ocultas baseadas nos poucos factos publicados sobre o Clube Bilderberg. Estes enredos ilustram o facto de que, sempre que há necessidade de mudança de regime algures no mundo - quer para manter um estado providência quer para corrigir circulações de capital desestabilizantes - só acontece quando um organismo mundial de mediação do poder decide abordar as questões e incluí-las na sua ordem de trabalhos.
O Príncipe Bernardo dos Países Baixos aprovou a crença de que as crises económicas graves, como a Grande Depressão, se podem evitar se houver líderes responsáveis e influentes a gerir os acontecimentos mundiais por detrás da sua postura pública necessária. Por esta razão, pediram-lhe que organizasse a primeira reunião de representantes "homólogos" de todas as facetas dos domínios económico, político e militar em 1954. Reuniram-se no Hotel Bilderberg em Oosterbeek, na Holanda, de 29 a 32 de Maio. No final da reunião, os participantes acordaram formar uma associação secreta.
A maioria dos relatórios alega que os membros originais chamaram à sua aliança Clube Bilderberg por causa do hotel onde firmaram o seu pacto. O autor Gyeorgos C. Hatonn, porém, descobriu que o Príncipe Bernardo, nascido na Alemanha, foi oficial no Corpo de Cavaleiros das SS, em princípios dos anos 30, e que fazia parte da direcção de uma subsidiária da I.G. Farben Bilder. No seu livro, Rape of the Constitution; Death of Freedom, Hatonn defende que o Príncipe Bernardo se inspirou na sua história nazi de gestão empresarial para encorajar "o super-secreto grupo de legisladores" a dar pelo nome de Bilderberg, por causa da Farben Bilder, em memória da iniciativa dos executivos da Farben de organizar o "Círculo de Amigos" de Heinrich Himmler - líderes na produção de riqueza que recompensaram amplamente Himmler pela sua protecção ao abrigo de programas nacionais-socialistas, desde os primeiros tempos de popularidade de Hitler até à derrota da Alemanha nazi. A família real holandesa enterrou discretamente esta parte do passado do Príncipe Bernardo quando, depois da guerra, este ascendeu a um alto cargo da Royal Dutch Shell, um conglomerado holandês e britânico. Hoje em dia, esta rica empresa petrolífera europeia faz parte do círculo mais íntimo da elite Bilderberg».
Daniel Estulin («Toda a Verdade sobre o Clube Bilderberg»).
The Keppler Circle originated as a group of German businessmen supporting Hitler's rise to power before and during 1933. In the mid-1930s the Keppler Circle came under the influence and protection of S.S chief Himmler and the organizational control of Cologne banker and prominent Nazi businessman Kurt von Schröder. Schröder, it will be recalled, was head of the J.H. Stein Bank in Germany and affiliated with the J. Henry Schröder Banking Corporation of New York. It is within this innermost of the inner circles, the very core of Naziism, that we find Wall Street, including Standard Oil of New Jersey and I.T.T, represented from 1933 to as late as 1944
Wilhelm Keppler, founder of the original Circle of Friends, typifies the well-known phenomenon of a politicized businessman - i.e., a businessman who cultivates the political arena rather than the impartial market for his profits. Such businessmen have been in promoting socialist causes, because a planned socialist society provides a most lucrative opportunity for contracts through political influence.
Scenting such profitable opportunities, Keppler joined the national socialists and was close to Hitler before 1933. The Circle of Friends grew out of a meeting between Adolf Hitler and Wilhelm Keppler in December 1931. During the course of their conversation - this was several years before Hitler became dictator - the future Fuehrer expressed a wish to have reliable German businessmen available for economic advice when the Nazi took power. "Try to get a few economic leaders - they need no to be Party members - who will be at our disposal when we come into power". This Keppler undertook to do.
Adolf Hitler e Heinrich Himmler no retiro de Berchtesgaden. |
In March 1933 Keppler was elected to the Reichstag and became Hitler's financial expert. This lasted only briefly. Keppler was replaced by the infinitely more capable Hjalmar Schacht, and sent to Austria where in 1938 he became Reichs Commissioner, but still able to use his position to acquire considerable power in the Nazi State. Within a few years he captured a string of lucrative directorships in German firms, including chairman of the board of two I.G. Farben subsidiaries: Braunkohle-Benzin A.G. and Kontinental Oil A.G. Braunkohle-Benzin was the German exploiter of the Standard Oil of New Jersey technology for production of gasoline from coal.
In brief, Keppler was the chairman of the very firm that utilized American technology for the indispensable synthetic gasoline which enabled the Wehrmacht to go to war in 1939. This is significant because (...) it suggests that profits and control of these fundamentally important technologies for German military ends were retained by a small group of international firms and businessmen operating across national borders.
Keppler's nephew, Fritz Kranefuss, under his uncle's protection, also gained prominence both as adjutant to S.S. Chief Heinrich Himmler and as a businessman and political operator. It was Kranefuss' link with Himmler which led to the Keppler circle gradually drawing away from Hitler in the 1930s to come within Himmler's orbit, where in exchange for annual donations do Himmler's pet S.S. projects Circle members receveid political favors and not inconsiderable protection from the S.S.
Baron Kurt von Schröder was, as we have noted, the I.T.T. representative in Nazi Germany and an early member of the Keppler Circle.
(...) [The] original Circle of Friends met with Hitler in May 1932 and heard a statement of Nazi objectives. Heinrich Himmler then became a frequent participant in the meetings, and through Himmler, various S.S. officers as well as other businessmen joined the group. This expanded group in time became Himmler's Circle of Friends, with Himmler acting as protector and expeditor for its members.
Consequently, banking and industrial interets - including American interests - were heavily represented in the inner circle of Naziism, and their pre-1933 financial contributions to Hitlerism which we have earlier enumerated were amply repaid. Of the "Big Five" German banks, the Dresdner Bank had the closest connections with the Nazi Party: at least a dozen members of Dresdner Bank's board of directors were among Keppler's expanded Circle of Friends, which never exceeded 40».
Antony C. Sutton («Wall Street and the Rise of Hitler»).
«Na primeira reunião dos Bilderberg, os fundadores estabeleceram a sua missão e objectivos. Segundo um observador, continuaram na mesma linha: "A intenção subjacente a toda e qualquer reunião Bilderberg era criar uma "Aristocracia de finalidades" entre a Europa e os Estados Unidos, e chegar a acordo sobre questões políticas, económicas e estratégicas ao governar o mundo em conjunção. A aliança da NATO foi a base de operação e subversão crucial porque lhes dava um substrato para os seus planos de "guerra perpétua", ou pelo menos para a sua "política de "chantagem nuclear".
(...) Na sua newsletter de Outubro de 1967, Les Documents, Politiques, Diplomatiques et Financiers, o investigador político Roger Mennevée analisou a relação dos Bilderberg com De Gaulle. Começou o seu relatório com uma observação espantosa em como "todas as personalidades que se associaram ao Clube Bilderberg como, por exemplo, Georges Pompidou, Antoine Pinay e Guy Mollet, também eram os opositores mais denodados à política de Charles de Gaulle", conhecida como force de frappe. Pompidou era Primeiro-Ministro. Pinay e Mollet, ministros do governo francês.
Porquê esta aliança? Porque um dos principais objectivos do Clube era submeter a soberania das nações livres da Europa a um Governo Único Mundial britânico e americano, controlado pelos Bilderberg, mediante ameaça nuclear como aríete contra o resto do mundo pertinaz. Ora, para controlar a Europa, era vital eliminar o dissuasor nuclear francês, mesmo que esse dissuasor fosse vital para conter a ameaça nuclear soviética. Jean Lacouture, biógrafo do General de Gaulle, disse: "de Gaulle teve de marcar uma posição de força indisputável na Europa contra a orientação britânica de livre mercado para uma Nova Ordem Imperial Mundial. Por isso é que a França teve de ser um dos três pilares do mundo livre, ao contrário de uma das colunas do Templo Europeu".
Se analisarmos os pontos da ordem de trabalhos das reuniões Bilderberg desde 1954, o que mais se destaca é a tentativa de gerir e controlar diferenças de ideologia entre as aristocracias americanas e europeias, no que toca ao modo como estes dois grupos devem saquear o planeta. Por exemplo, na página sete do Relatório Geral da reunião Bilderberg de 1995, temos a "remoção de incompreensões e possíveis suspeitas entre os países da Europa Ocidental e os EUA perante perigos, que assolam o mundo".
Desde 1954, os Bilderberg têm representado a elite e a riqueza absoluta de todas as nações ocidentais - banqueiros, industriais, políticos, líderes empresariais de multinacionais, presidentes, primeiro-ministros, ministros das finanças, secretários de estado, representantes do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, presidentes de conglomerados de comunicação social mundial, e líderes mundiais.
Em Setembro de 2005, num gesto que visava contrariar acusações de conspiração por parte do Clube Bilderberg, e que abriria um precedente, o presidente do Clube, Visconde Étienne Davignon, de setenta e três anos, deu uma entrevista a Bill Hayton da BBC. Apresentou uma finalidade mais benigna para as reuniões privadas do grupo: "Parece-me simplesmente que são pessoas influentes interessadas em falar com outras pessoas influentes, num fórum que lhes permita falar livremente e examinar as suas diferenças de opinião sem críticas e debates públicos sobre as suas opiniões". Davignon negou que os Bilderberg quisessem estabelecer uma classe dirigente global, "porque não me parece que exista tal coisa, uma classe dirigente global". Em contrapartida, alegou que: "Os negócios influenciaram a sociedade, e a política influencia a sociedade - trata-se de bom senso. Não é que os negócios contestem o direito de líderes democraticamente eleitos de liderar".
Têm-se travado guerras pela expansão do território, mas nesta nova era de globalização, em que os negócios e a política dependem um do outro para sobreviver, domina o controlo económico. Independentemente das alegações do presidente Bilderberg, não há dúvida de que o Clube exerce controlo económico sobre o comércio mundial. O facto é que o público não tem conhecimento das suas reuniões anuais. Encontram-se em segredo para debater estratégias globais e chegar a consenso sobre um vasto leque de assuntos. Tal sigilo é suspeito, e o meu objectivo é desvendar o segredo dos Bilderberg e demonstrar como este clube privado de líderes mundiais e agências interligadas continua a tentar subjugar todas as nações livres ao seu jugo mediante leis internacionais que manipulam e ordenam às Nações Unidas que administrem.
Os Bilderberg "mandam" nos bancos centrais e estão, por conseguinte, em posição de determinar taxas de desconto, níveis de disponibilidade de dinheiro, taxas de juro, o preço do ouro, bem como quais os países que recebem empréstimos. Ao manipularem o dinheiro acima e abaixo na cadeia empresarial, os Bilderberg criam milhões de dólares para si próprios. A ideologia de dinheiro e desejo de poder impele-os.
Todos os presidentes americanos desde Eisenhower pertencem ao Clube Bilderberg, embora nem todos tenham estado pessoalmente nas reuniões, mas todos mandaram representantes. Outro membro é o agora ex-Primeiro-Ministro Tony Blair, bem como a maioria dos principais membros do governo britânico. Até o anterior e prestigiado Primeiro-Ministro canadiano, Pierre Trudeau, foi membro. Dentre os anteriores convidados do Clube Bilderberg encontram-se Alan Greenspan, antigo presidente da Reserva Federal; Hillary e Bill Clinton; John Kerry; e Melinda e Bill Gates; e Richard Perle.
Outros membros são aqueles que controlam o que vemos e lemos - barões da comunicação social como David Rockefeller, Conrad Black (o agora caído em desgraça ex-proprietário de mais de 440 publicações periódicas em todo o mundo, do Jerusalém Post ao mais recente diário canadiano, The National Post), Edgar Bronfman, Rupert Murdoch e Sumner Redstone, e CEO da Viacom, conglomerado de comunicação social internacional que toca praticamente em todos os principais segmentos da indústria. Protegeram o segredo desta sociedade secreta, e pode ser por isso que o nome "Bilderberg" é novo para o leitor.
Para onde quer que se olhe - governo, grandes empresas e qualquer outra instituição em busca de poder -, a chave de controlo é o segredo. Reuniões como, por exemplo, da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico (OCDE), G8, Organização Mundial do Comércio, Fórum Económico Mundial, Bancos Centrais, Conselho de Ministros da União Europeia e Comissão Europeia, cimeiras da UE, gabinetes de governo, inúmeros grupos de reflexão, etc., são sempre conduzidas à porta fechada. A única razão possível para isso é que "eles" não querem que nós saibamos de que falam. A desculpa esfarrapada para encobrir as coisas - "não é do interesse público" - significa na verdade que não é do interesse das instituições no poder que o público saiba o que debatem e decidem.
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Além desta relutância comum em revelar os trâmites das reuniões, o princípio do segredo estende-se aos fóruns e às reuniões propriamente ditas; ou seja, e regra geral, nem sequer sabemos que as ditas reuniões se realizam, quanto mais o que se planeia e discute nelas. "Há o Fórum Económico Mundial em Davos em Janeiro/Fevereiro, as reuniões Bilderberg e G8 em Abril/Maio, e a conferência anual do Fundo Monetário Internacional/Banco Mundial em Setembro. Surge uma espécie de consenso internacional que se passa de uma reunião a outra, mas não há ninguém a conduzi-lo. Este consenso torna-se no pano de fundo para os comunicados económicos do G8; passa a ser o que condiciona o Fundo Monetário Internacional quando este impõe um programa de ajuste à Argentina, e redunda naquilo que o Presidente americano propõe ao Congresso".
Segundo o projecto de documento Bilderberg de 1989, a primeira reunião "nasceu da preocupação, expressa por muitos cidadãos de topo em ambos os lados do Atlântico, de que a Europa Ocidental e a América do Norte não trabalhavam tão estreitamente quanto deveriam, em matérias de importância vital. Sentia-se que a existência de debates regulares e oficiosos ajudaria a criar um entendimento melhor das forças complexas e principais tendências que afectam as nações ocidentais no difícil período do pós-guerra".
Lord Rothschild e Laurance Rockefeller, membros fulcrais de duas das mais poderosas famílias do mundo, escolheram a dedo 100 pessoas da elite mundial para o objectivo secreto de regionalizar a Europa, segundo Giovanni Agnelli, falecido presidente da Fiat, que também disse: "A integração europeia é a nossa meta, e onde os políticos falharam, nós industriais contamos triunfar".
"Aqui não se faz política; são tudo conversas, algumas banais e vulgares", disse Will Hutton, editor londrino do Observer, que participou na reunião Bilderberg de 1997. "Mas o consenso alcançado é o cenário em que se faz política no mundo inteiro".
Segundo o fundador, Príncipe Bernardo da Holanda, citado na biografia autorizada de Alden Hatch, cada participante Bilderberg é "magicamente despojado do seu cargo" quando entra numa reunião, e torna-se "um simples cidadão do seu país durante toda a conferência". O Príncipe Bernardo, que faleceu em 2004, era pai da Rainha Beatriz da Holanda e amigo íntimo e colega do Príncipe Filipe da Grã-Bretanha. "Quando estes representantes do establishment ocidental saem de uma reunião Bilderberg", disse ele, "levam o consenso do Clube com eles". Os energéticos debates Bilderberg destinam-se a edificar a união por resolução das diferenças, e como tal certamente que têm influência nos participantes".
Deveras, desde o momento em que a Conferência Bilderberg é encerrada, o que parece acontecer - "quase por acaso" - é que o consenso a que se chegou em diversas áreas de discussão na reunião anual Bilderberg é denodadamente fomentado por esses interesses políticos e comerciais todo-poderosos, pela imprensa instituída, enquanto se tornam política comum para as forças internacionais governantes de sensibilidades aparentemente diferentes».
Daniel Estulin («Toda a Verdade sobre o Clube Bilderberg»).
Príncipe Bernardo da Holanda |
Príncipe Bernardo da Holanda (in John Lawrence Reynolds, «Na Sombra. Breve História das Sociedades Secretas»).
«O 25 de Abril não poderá ser verdadeiramente compreendido senão através das exigências [do projecto utópico do Governo Mundial].
No fundo, não passou de um pequeno episódio num percurso que se pretende que conduza à formação de um Governo Mundial, de que já tem no seu activo um número elevado de vitórias e de vítimas.
(...) O Senhor Dr. Freire Antunes, muito recentemente, em artigo publicado no jornal Diário de Notícias, diz-nos que, segundo René Pélissier, investigador da História Angolana, "a UPA não tinha, em 1961, uma estratégia nacional, mas uma estratégia meramente tribal para os povos de Bacong e Dembos".
Não nos diz o Senhor Dr. Antunes, nem o Senhor Pélissier, quem financiou este grupo terrorista, mas sabem, com certeza, que foi especialmente a Fundação Ford sob o alto patrocínio dessa sinistra figura que foi a Senhora Eleanora Roosevelt, a mulher do Presidente que entregou metade da Europa ao goulag soviético.
A partir de todos estes auxílios e após muitos anos de luta armada sem conseguirem os seus objectivos — os grupos terroristas estavam na iminência de depor as armas — compreenderam que só com uma acção em Lisboa, conseguiriam alcançá-los.
A dificuldade, porém, com que tinham deparado, noutras tentativas fracassadas, era a de não terem encontrado, nem terem conseguido promover, um descontentamento, que é sempre o ponto de partida para qualquer acção de subversão política. Tinham tentado criá-lo, várias vezes, ao longo de anos, mas sem êxito. O aproveitamento do descontentamento entre os oficiais veio dar-lhes a oportunidade de, a partir dele, conseguirem em Lisboa o que não tinham conseguido com o terrorismo no Ultramar.
(...) As Forças Armadas, por outro lado, estavam na sua quase totalidade, nos territórios ultramarinos. Na Metrópole estavam sobretudo generais na Reserva, oficiais instrutores e recrutas.
Vejamos o que nos diz um órgão da imprensa estrangeira, sobre esta franja não operacional das Forças Armadas. "Resta apenas o problema da NATO: Spínola promove o contacto com o próprio Secretário da Nato, Joseph Luns, [através] de um dos seus amigos da Finança — o Director dos Estaleiros Navais Portugueses, Lisnave, Thorsten Anderson — que participa em Megève, França (de 19 a 21 de Abril) numa misteriosa reunião de importantes homens da política, da diplomacia e do mundo dos negócios internacionais reunidos num igualmente misterioso clube: o Clube de Bilderberg.
Joseph Luns |
De 19 a 21 de Abril, Megève é zona vigiada pela polícia francesa como se o visitante fosse um Chefe de Estado. De facto, no Hotel Mont Arbois, propriedade de Edmond Rothschild, reúne-se a flor e a nata da política e das Finanças ocidentais. A reunião é discreta, à porta fechada: os jornalistas não falarão dela; mas é ali que será decidido o destino do mundo ocidental. Desde 1954, e do dia da primeira reunião no Hotel Bilderberg, na cidade holandesa de Oosterbeek, sob a presidência do Príncipe Bernardo da Holanda, que os homens mais influentes do Ocidente se reúnem anualmente para estudar a situação 'política e financeira e estudar ou aprovar programas para o futuro'.
Bastam os nomes dos participantes daquele ano na reunião do Clube para que possa compreender-se a sua importância. São os seguintes: Nelson Rockefeller, Governador do Estado de Nova York; Frederick Dant, Secretário Norte-Americano do Comércio; General Andrew Goodpaster, Comandante das Forças Aliadas na Europa; Denis Healey, Ministro da Fazenda inglês; Joseph Luns, Secretário Geral da NATO; Richard Foren, Presidente da General Electric na Europa; Helmut Schmidt, Ministro da Fazenda alemão, actualmente chanceler, após a demissão de Brandt; Franz Joseph Strauss, definido como homem de negócios alemão; Joseph Abs, Presidente do Deutsche Bank; Guido Carli, Governador do Banco de Itália; Giovanni Agnelli, Presidente da Fiat; Eugénio Cefis, Presidente da Montedison e além destes Thorsten Anderson, homem de negócios português que sonda Joseph Luns sobre as possíveis reacções da NATO perante a possível mudança de regime em Lisboa. (...)
A resposta de Luns, certamente positiva, vem a ser confirmada pelo comportamento (...) dos navios da NATO defronte da capital portuguesa durante as primeiras horas do golpe de Estado. A sua presença actuou como um silencioso dissuasor contra quem, entre os generais ultras, tivesse tentado opor resistência a Spínola. Os generais sabem da presença dos navios e sabem muito bem interpretar a sua saída de Lisboa na madrugada de 25 de Abril. É evidente que a NATO julga saber quem são os iniciadores do movimento, conhece o seu programa e aprova-o. A reunião do Clube de Bilderberg cumpriu os seus objectivos e neste momento Spínola tem o caminho livre".
O Poder político, por outro lado, estava nas mãos de um homem fraco, hesitante e pressionado pelos que viam na Europa do mercado comum a solução para todos os problemas pessoais e nacionais, dominados por uma estranha mística de Terra Prometida, donde esperavam que um fácil maná viesse alimentar os seus apetites, insuficiências e vaidades. Para todos eles os territórios ultramarinos eram o único obstáculo à realização dos seus sonhos europeus. Muitas vezes me disseram que entre os marcelistas se afirmava que era preciso abandonar o Ultramar a qualquer preço. Não me surpreende que tenham vindo a desempenhar um papel de relevo na descolonização exemplar, como, impudicamente, alguém chamou ao vergonhoso e sangrento abandono do Ultramar.
Não me surpreende, na verdade, porque quando o chefe é fraco, tudo à sua volta enfraquece. Por isso mesmo não foi necessário derrubá-lo. Apenas caiu.
"O estudo das diversas informações disponíveis respeitantes aos acontecimentos do 25 de Abril permite uma curiosa contagem dos efectivos humanos reais mobilizados no Movimento das Forças Armadas: entre 160 a 200 oficiais, incluídos os de Complemento, e um número não muito superior a 2.000 homens e tropas. A debilidade destas Forças, o seu escasso apetrechamento em material blindado e móvel e o facto de que na mobilização inicial apenas estiveram implicados os oficiais das classes incorporadas na conspiração, fazem suspeitar de que se contava com a falta de resistência do Estado.
Apesar da sua minuciosa preparação, a execução do plano do MFA deixou muito a desejar na prática. Cedo se tornou evidente a inexperiência ou deficiente preparação dos oficiais para tal tarefa. Não se providenciou o armamento mais conveniente e as posições perante os quartéis não comprometidos ou fiéis em princípio ao Governo, foram tomadas de modo bastante incorrecto. Nem sequer se procedeu a uma ocupação sistemática dos pontos-chave.
Blindados do Regimento de Cavalaria 7, fiéis ao Governo de Marcello Caetano, impedem o avanço dos revoltosos liderados por Salgueiro Maia. |
Fragata Gago Coutinho posicionada frente ao Cais das Colunas. |
Contratorpedeiro Huron pertencente às forças da OTAN, posicionado-se entre a Gago Coutinho e o Cais das Colunas. |
Muito pouco tempo depois de conhecidos os efectivos dos sublevados e a sua distribuição na cidade, o Director Geral de Segurança pôs-se em comunicação via rádio com o Presidente do Governo refugiado no quartel da GNR, explicou a situação ao Prof. Caetano e informou-o da força real do MFA e das unidades afectas ao Governo ou que até então se não tinham manifestado e solicitou-lhe autorização para actuar, assegurando-lhe que a situação estaria dominada por completo até às 17 horas desse mesmo dia. No entanto o Prof. Caetano não lhe concedeu a autorização solicitada, desejoso, disse, de evitar derramamento de sangue. O Director Geral de Segurança insistiu com o Prof. Caetano por esse mesmo meio em mais duas ou três ocasiões, sem obter a resposta que ansiava. As conversações, emitidas por um posto de rádio de emergência da Direcção Geral de Segurança , puderam ser nitidamente captadas por um razoável grupo de pessoas, incluindo membros do Corpo Diplomático, através dos seus aparelhos de rádio normais. Foram também gravadas por um rádio amador que as passou de imediato para os oficiais do MFA. Essa gravação foi rapidamente levada ao Rádio Clube Português e outras emissoras que o MFA tinha sob o seu controle e ao longo de todo o dia a sua transmissão foi feita de modo ininterrupto.
Ao tomar conhecimento da passividade do Presidente do Governo, as unidades que se mantinham fiéis, ficaram abatidas, e o moral dos ministros do Governo não implicados na conspiração e de outros sectores políticos e administrativos ficou abalado, ao mesmo tempo que as unidades de Aviação e da Marinha que se mantinham na expectativa dos acontecimentos decidiram incorporar-se no MFA".
A má organização, a insuficiência de meios militares das forças que saíram para a rua, que mais pareciam bandos de arruaceiros do que forças disciplinadas, estão bem patentes em declarações do chamado estratego do 25 de Abril, o capitão Otelo, a um jornal espanhol, em que afirmou ter dado instruções aos seus subordinados para se renderem se encontrassem a mais pequena resistência.
Como se vê, a vitória do movimento não se deve, como é evidente, ao famoso estratego Otelo, pois é ele próprio a confirmar que não tinha a mais pequena hipótese de vencer se tivesse encontrado a mais pequena resistência.
Penso que, muito mais importante do que a contribuição deste ingénuo útil, foi, sem dúvida, a dada pelo Presidente do Conselho. Contrariando o que havia muitos anos estava estabelecido a nível do Estado, em caso de emergência, seria para Monsanto e não para o Quartel do Carmo que o Presidente do Conselho se devia ter dirigido. Quebrou, com a decisão tomada, a unidade do Governo, abrindo caminho a indecisões e interpretações que paralisaram qualquer hipótese de oposição à intentona que tinha saído para a rua com a face visível dos capitães e a invisível de interesses hostis aos nacionais.
Tive conhecimento, em Madrid, através de um oficial que na altura prestava serviço no Quartel do Carmo, que o Prof. Marcelo Caetano, logo que entrou, se dirigiu ao Gabinete do Comandante, que ocupou, dando ordens terminantes para que, em circunstância alguma, o interrompessem, tendo fechado a porta à chave. Esteve horas ali dentro, sem contactar com os ministros que o tinham acompanhado, até ao momento em que o General Spínola chegou ao quartel para o proteger de arruaceiros a soldo, que na rua o ameaçavam.
Soube depois, por outra via, que o Comandante Geral da Legião Portuguesa, General Castro, fora uma das pessoas por ele contactadas, tendo-lhe dado ordens para desarmar e dispersar o batalhão que estava no momento a ser municiado. É de presumir que tenha contactado outras entidades militares, dando-lhes instruções para não intervirem. Nesta altura ainda devia estar convencido de que o movimento se fazia a seu favor, o que lhe iria permitir libertar-se do Ultramar, ideia antiga que o obcecava e não conseguira até ali levar a cabo.
Mais tarde, em Espanha, viria a saber pelo Eng. Santos e Castro, que o Presidente do Conselho, quando o convidou para desempenhar as funções de Governador Geral de Angola, lhe dissera que ia com a missão específica de preparar, o mais brevemente possível, a independência do território, informando-o de que igual incumbência fora cometida ao Dr. Baltasar Rebelo de Sousa em relação a Moçambique.
Não tenho dúvidas de que na sua intenção estava a preparação de independências inspiradas no modelo da África do Sul.
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Simplesmente o projecto do Professor não estava de acordo com o plano americano-soviético, aprovado na Conferência de Bilderberg, pelo que não passou de um ingénuo útil, mais um, a servir interesses hostis aos de Portugal.
Pelo que ficou dito poderá o leitor melhor avaliar da importância que certamente teve aquela reunião do Clube de Bilderberg na eclosão e desenvolvimento do 25 de Abril e sobretudo tomar consciência das vezes sem conta, quando insuficientemente informados, em que tomamos a aparência pela realidade. Por isso não deve ter sido difícil ao embaixador do CFR, Carlucci e seus ajudantes, aconselhar os nossos aprendizes de feiticeiro a seguir-lhes as sugestões de que dependiam os seus futuros políticos que talvez se possam reduzir a uma só: não façam nada que contrarie o projecto do Governo Mundial, porque nele está a Esperança e fora dele a Tragédia.
O Partido Comunista, por outro lado, o único com quadros bem preparados, apesar da massa militante ser de terceira categoria, o que o impediu de ir mais longe na destruição do País, conseguiu, no entanto, em curto espaço de tempo, ocupar posições-chave que lhe permitiram lançar a confusão generalizada, utilizando técnicas bem conhecidas dos especialistas na manipulação de massas.
Tudo estava bem estudado e planeado para preencher com a desordem, a intimidação e a arbitrariedade, o vazio do poder.
Surpreenderam-se muitos comentaristas da imprensa internacional que num País com uma História tão antiga e tão rica como a portuguesa, fosse possível a desordem manter-se durante tanto tempo e durante ela os portugueses assistirem impassíveis à sua auto-destruição, se não mesmo a aplaudi-la».
Fernando Pacheco de Amorim («25 de Abril. Episódio do Projecto Global»).
«O caso do Ultramar português, bem como a revolução abrilina, estão para ele [Pierre de Villemarest] na sequência da cimeira dos Açores, entre Pompidou, Nixon e Marcello Caetano. Aí foram oferecidos muitos milhões de dólares ao Presidente do Conselho português, em troca da independência dos territórios ultramarinos. Mas a intriga internacional estava em curso e as cobiças capitalistas e marxistas precipitaram-se.
A reunião de Megève foi decisiva. Em 19, 20 e 21 de Abril de 1974, no Hotel du Mont d’Arbois, propriedade de Edmond Rothschild, reuniram-se muitos dos “grandes da 'Trilateral'"; participaram entre outros Joseph Luns, Nelson Rockefeller, General Goodpaster, Helmut Schmidt, Giovanni Agnelli, A. Chalandon, enviado por Giscar, E. Faure, Stoleru, enviado por Mitterrand, A. Fontaine e foi tomada a decisão de desencadear a revolução portuguesa de 25 de Abril, anulando ainda a parte atlântica das manobras aeronavais da “Dawn Patrol”, marcadas pela NATO para o dia 26.
Foi assim possível à Marinha de Guerra portuguesa estar em Lisboa no dia 24 de Abril, para assestar os seus canhões, o que, na opinião de alguns, foi decisivo para a demissão do Governo de Marcello Caetano.
Ano e meio mais tarde, Joseph Luns, Secretário-Geral da NATO, reconheceu que a revolução que tinha favorecido, estava dominada pelos comunistas, traindo o mais fiel aliado Atlântico.
Tudo isto foi suficientemente bem explicado por Villemarest na sua História Secreta das Organizações Terroristas, no tomo IV, inteiramente dedicado ao caso português».
Pierre de Villemarest («Autópsia do "25 de Abril"»).
«Disponibilidade sem posse do dinheiro detêm-na, por sua natureza institucional, a Banca e o Estado. A Banca detém a disponibilidade do dinheiro que os depositantes lhe confiam livremente, o Estado a do dinheiro que os contribuintes são obrigados a confiar-lhe. Com a Banca, faz o plutocrata, mediante os accionistas, um jogo que tem regras estabelecidas pela lei, pelo mercado e pelo costume. Com o Estado faz o plutocrata um jogo sem regras, mais propriamente um jogo com o político do que com o Estado. Descreve Ernesto Palma alguns exemplos ou casos deste jogo: o dos Mellos e M. Bullosa com Mário Soares, o do mesmo Bullosa com os "capitães de Abril", o de Champalimaud com Salgado Zenha e o Marechal Spínola, o da alta finança internacional (Nelson Rockefeller, Edmundo Rothschild entre outros) reunida na [França] para lançar a revolução socialista em Portugal».
Ernesto Palma (O Plutocrata»).
«O Bilderberg Group, também conhecido como Bilderbergconferentie ou Clube de Bilderberg (BG). Pertenciam ao CFR os elementos do núcleo que criou o BG por meio do jesuíta Joseph Retinger, nascido em Cracóvia em 1887 numa família de origem judaico-austríaca. Grau 33 na maçonaria sueca, assumiu a secretaria permanente do BG até à sua morte, em 1960. O nome deste grupo provém do Hotel Bilderberg, situado na localidade holandesa de Oosterbeek, local da sua assembleia constitutiva em Maio de 1954 sob a presidência do príncipe consorte Bernard de Lippe, também mação. É um grupo "privado", que assenta no talento pessoal, no dinheiro individual e familiar e na discrição ou, se se preferir, no segredo. O financiamento do BG está a cargo do grupo Rockefeller, da casa Rothschild, dos bancos Dillon Read, Warburg e Lehman e de duas instituições muito ligadas ao mundialismo: o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. A abastada família sueca Wallenberg tem financiado, até agora, as suas reuniões. Uma das suas filhas é a mulher de Kofi Annan, que foi membro do BG antes de ser secretário-geral da ONU.
Como aponta Martín Lorenzo em El Nuevo Orden Mundial, até 1976, o Bilderberg Group foi presidido pelo príncipe Bernard da Holanda. Os laços da casa real holandesa (titular de uma das maiores fortunas do planeta) com a alta finança são velhos e bem conhecidos, pelo que se torna desnecessário detalhá-los aqui. Por causa do escândalo suscitado pelos subornos da companhia Lockheed, em que se viu envolvido como principal implicado, o príncipe Bernard deixou a presidência do grupo, tendo sido substituído por Douglas Home, ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, que permaneceu no cargo até 1980. A Home sucedeu Walter Scheel, ministro dos Negócios Estrangeiros e, posteriormente, Presidente da República Federal Alemã, que assumiu a chefia até 1985, ano em que foi substituído pelo britânico Eric Roll, presidente do grupo bancário S. G. Warburg. Este último, em 1989, deu lugar ao actual presidente Peter Rupert, mais conhecido como Lord Carrington, ex-secretário-geral da NATO, ex-ministro de vários Governos britânicos e membro destacado da Fabian Society e do Royal Institute on International Affairs.
Entre os mais destacados membros da secção europeia do Bilderberg Group, é habitual a pertença simultânea à Comissão Trilateral, pertença que se estende ao Conselho de Relações Exteriores no caso dos membros mais destacados da secção norte-americana do grupo. Destes últimos poderia fazer-se uma breve relação de nomes que militam nos três organismos, como David Rockefeller, George Bush, Zbigniew Brzezinski, Robert McNamara, Henry Kissinger, Caspar Weinberger, Bill Clinton – todos eles dispensando apresentações -, George Ball, associado do banco Lehman Brothers, Cyrus Sulzberger, editorialista do New York Times, e Heddy Donovan, redactor-chefe da revista Time.
O Bilderberg Group está estruturado em três círculos concêntricos:
1. Em primeiro lugar, o círculo mais reduzido, decisivo e interno, o mais fechado de todos. Chama-se Bilderberg Advisory Committee ("comité consultivo"). O seu secretário-geral para os Estados Unidos é David Rockefeller; os membros pertencem todos ao CFR e, ao mesmo tempo, ao círculo seguinte. Serão todos mações?
2. Um círculo mais amplo, mas interno, o Steering Committee ("comité de direcção"), composto por 24 europeus e 15 americanos (Estados Unidos). Os 15 americanos pertencem quase todos ao CFR e todos são membros permanentes, e não meros convidados para uma ou mais assembleias.
3. O círculo mais exterior e numeroso. É composto por convidados ocasionais e por filiados permanentes. Segundo Lesta-Pedrero, reúnem-se geralmente cerca de 120 pessoas. Cerca de 70% são membros fixos ou permanentes, os restantes 30% são convidados circunstanciais. Todos são cidadãos prestigiados e influentes, com ou sem actividade oficial nos Governos dos respectivos países. Uma vez por ano, durante quatro dias, expõem de maneira informal os seus pontos de vista sobre os assuntos económicos e políticos internacionais para, com a sua experiência pessoal, chegarem a um entendimento acerca desses problemas e das suas implicações. Embora tratando-se de uma reunião (Conferentie) em que, segundo se diz, não se tomam decisões nem se publicam conclusões, as discussões influenciam tomadas de posição posteriores. De resto, consta que foram tomadas decisões importantes, como por exemplo em relação à Guerra das Malvinas, ao estabelecimento de relações com a China por parte de Nixon, à autorização para a Rússia bombardear a Chechénia, à formação de um Estado albanês independente e ao desmembramento da Jugoslávia (com a entrega da sua província mais setentrional à Hungria).
(…) A escolha dos convidados costuma fazer-se em Março. O comité directivo indica a data do encontro quatro meses antes da sua realização. O nome e a morada do hotel onde irá realizar-se a reunião só são comunicados uma semana antes. Os debates e conclusões são mantidos em rigoroso segredo. Surpreendentemente, os meios de comunicação não parecem interessar-se pelas assembleias do BG. A título de exemplo, nos arquivos do jornal El País desde a sua criação, em 1976, a palavra "Bilderberg" aparece escrita apenas 11 vezes neste diário "independente", uma num título e duas num subtítulo em 1977. Nos últimos 17 anos (1989, realização da reunião do BG em La Toja, Espanha) figura uma única vez e isto apesar do Juan Luis Celebrián, conselheiro delegado do grupo Prisa, ser membro assíduo do BG desde 2001. Os mesmos que não deixam os "famosos" do mundo cor-de-rosa dar um passo em sossego não se atrevem a incomodar de modo algum as personagens mais influentes da política, da banca e do comércio mundiais. Ninguém arrisca publicar o programa, as informações e os resultados das suas reuniões. O juramento de confidencialidade absoluta é feito pelos participantes e pelos jornalistas. Os directores dos principais jornais, bem como das mais influentes cadeias de rádio e televisão, são simultaneamente profissionais do jornalismo e convidados. A revista norte-americana The Spotlight é a excepção permanente nesta questão. Um ou mais dos seus enviados conseguiram infiltrar-se nas diferentes reuniões anuais do BG. Por ser considerada um perigo para a globalização, o Governo conseguiu que ela fosse encerrada por meio de um processo judicial. Mas ressurgiu com um novo nome, expressivo das suas intenções de liberdade: American Free Press. Graças às suas informações, sabe-se que os objectivos do BG convergem no enfraquecimento progressivo das soberanias nacionais e na sua transferência para as instituições de índole oligárquica e supranacional.
O interesse dos meios concentra-se na lista de participantes. Os convidados assistem sozinhos (sem mulheres/maridos, amantes, etc.). Os guarda-costas vigiam mas nunca entram na sala da conferência e comem num local separado. O BG é "uma sala secreta, satélite do CFR. Nada sabemos sobre os critérios utilizados para o recrutamento e o convite dos membros, que dizem que não assistem às reuniões a título privado, mas sim em virtude dos seus altos cargos… O BG, tal como a sua matriz, o CFR, é uma promoção maçónica" (R. de la Cierva, op. cit., p. 618). É verdade, embora digam que "assistem na qualidade de cidadãos privados e não como representantes oficiais" (D. Estulin, op. cit., p. 33).
Filipe González foi convidado para a reunião realizada em 1976 em Torquay, na Inglaterra, mas declinou o convite. Assistiu Manuel Fraga Iribarne. O novo PSOE, que conseguiu afastar o tradicional – o do exílio -, encabeçado pelo mação Rodolfo Llopis, não estava preparado para uma tão chamativa saída da clandestinidade fora de Espanha. Na reunião, realizada em Palma de Maiorca em Setembro de 1975, dois meses antes da morte de Franco, foram abordados três assuntos. Um deles foi "a necessidade de contar em Espanha com um grupo de Homens Novos capazes de assegurar a substituição do franquismo sem traumatismos". Abria-se o caminho a Felipe González, Adolfo Suárez e suas equipas. "Partido Socialista: o Partido da Maçonaria" é o título de um dos capítulos da obra citada de Manuel Bonilla Sauras. Assim foi e assim continua a ser. Na mesa redonda sobre a maçonaria na Universidade Ceu-San Pablo (Novembro de 2005), Ricardo de la Cierva respondeu a uma pergunta reconhecendo que, durante a Segunda República, não houve nenhum mação nos partidos de direita (CEDA de Gil Robles). Mas o mesmo não se pode afirmar acerca do actual Partido Popular.
Segundo parece, dos participantes ocasionais – alguns por apenas uma vez -, 30% são convidados porque, atendendo às circunstâncias sociopolíticas e económicas mundiais, servem os interesses dos círculos mais restritos e dos membros permanentes. O convite pressupõe uma excelente promoção dos convidados ocasionais. Deram-se "coincidências" curiosas. Bill Clinton, Tony Blair, George Robertson, Romano Prodi e Loyola de Palacios foram convidados pela primeira vez em 1991, 1993, 1998, 1999 e 2005, respectivamente. Presidente dos Estados Unidos, presidente do Partido Trabalhista e nas eleições seguintes (1997) primeiro-ministro, secretário-geral da NATO e presidente da Comissão Europeia, membro do European Advisory Council de Rothschild, o banco comprovadamente mais influente da Europa. A irmã de Loyola de Palacios, Ana Palacio, ocuparia o cargo de vice-presidente do Banco Mundial».
Manuel Guerra («A Trama Maçónica»).
«O principal medo do Clube Bilderberg é a resistência organizada. Os membros não querem que o povo descubra o que estão a arquitectar para o futuro do mundo; principalmente, um Governo Mundial Único (Empresa Mundial), com um único mercado global, policiado por um único exército mundial, e financeiramente regulado por um único "Banco Mundial" mediante moeda global única.
Segue-se uma lista das intenções dos Bilderberg para alcançarem a sua visão de Um Só Mundo. Querem eles:
- Uma Identidade Internacional. Ao dar poder a organismos internacionais para destruírem completamente toda a identidade nacional mediante subversão a partir de dentro, eles tencionam estabelecer um único conjunto de valores universais. Não poderá haver outros no futuro.
- Controlo Centralizado do Povo. Mediante controlo da mente, eles tencionam ordenar a toda a humanidade que obedeça à sua vontade. O plano encontra-se descrito de modo arrepiante no livro Between Two Ages: America's Role in the Technotronic Era, de Zbigniew Brzezinski. Doutorado em Harvard em 1953 e fundador da Comissão Trilateral controlada por Rockefeller, Brzezinski tem um currículo impressionante. Foi National Security Advisor Board de Ronald Reagan, e co-presidente da National Security Task Force de George H.W. Bush em 1988. Além disso, é sócio de Henry Kissinger e conhecido pelas apresentações que faz em várias conferências Bilderberg. Na Nova Ordem Mundial, não prevê lugar para qualquer classe média, apenas governantes e servos.
- Sociedade Crescimento Zero. Num período pós-industrial, será necessário crescimento zero para destruir quaisquer vestígios de prosperidade. Quando há prosperidade, há progresso. A prosperidade e o progresso impossibilitam a implementação da repressão, e é preciso repressão quando se espera dividir a sociedade em donos e escravos. O final da prosperidade trará o final da produção de energia eléctrica nuclear e de toda a industrialização (excepto para as indústrias informática e de serviços). As restantes indústrias canadianas e americanas serão exportadas para países pobres como, por exemplo, Bolívia, Peru, Equador, Nicarágua, onde o trabalho escravo é barato. Um dos principais objectivos da NAFTA será então concretizado.
North American Free Trade Agreement (NAFTA). |
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- Estado de Desequilíbrio Perpétuo. Ao orquestrarem artificialmente crises que sujeitam as pessoas a dificuldades contínuas - física, mental e emocionalmente -, é possível mantê-las num estado de desequilíbrio perpétuo. Demasiado cansadas e perturbadas para decidirem do seu destino, as populações ficarão confusas e desmoralizadas, a ponto de "confrontadas com demasiadas escolhas, [redundarem] numa apatia em massa".
- Controlo Centralizado de Toda a Educação. Uma das razões para a União Europeia, a "União Americana" e a futura União Asiática procurarem mais controlo sobre a educação em geral traduz-se em deixar os globalistas do Único Mundo esterilizarem o verdadeiro passado do mundo. Os esforços deles estão a dar frutos "fantásticos". A juventude de hoje é praticamente ignorante quanto às lições da história, liberdades individuais e o significado da liberdade. Da perspectiva dos globalistas, este estado de coisas simplifica o programa.
- Controlo Centralizado de Todas as Políticas Externas e Internas. O que os Estados Unidos fazem afecta o mundo inteiro. (...) O Canadá, porquanto pareça reter soberania, marcha segundo as exigências dos EUA. A Europa, claro, agora é influenciada pelo consenso da União Europeia.
- Poder para a ONU. Com a estrutura que as Nações Unidas já têm implementada, eles tencionam moldá-la num governo mundial de jure, e depois de facto, e cobrar um imposto directo aos "cidadãos do mundo".
- Bloco de Comércio Ocidental. Ao expandir a NAFTA por todo o Hemisfério Ocidental e até à América do Sul, formar-se-á uma "União Americana", semelhante à União Europeia.
- Expansão da NATO. À medida que a ONU intervém globalmente em mais pontos de conflito, como acontece no Afeganistão agora, a NATO torna-se no exército mundial das Nações Unidas.
- Um Sistema Jurídico. O Tribunal Internacional de Justiça será o único sistema jurídico do mundo.
- Um Estado Providência Socialista. Os Bilderberg prevêem um estado providência socialista, em que os escravos obedientes serão recompensados e os inconformistas isolados para extermínio.
Quartel-General das Nações Unidas em Nova Iorque |
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Bill e Melinda Gates com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. |
O Clube Bilderberg tem o poder e a influência de impor as suas políticas a qualquer nação do mundo. Já vimos aonde chegam os seus tentáculos - tentando controlar o Presidente dos EUA, o Primeiro-ministro do Canadá, todos os principais orgãos de comunicação social no mundo livre, todos os políticos e banqueiros mais importantes, bem como todos os banqueiros centrais em cada grande país do mundo, a Reserva Federal dos EUA, e como tal esse dinheiro, o FMI, o Banco Mundial, e até a ONU».
Daniel Estulin («Toda a Verdade sobre o Clube Bilderberg»).
«Os acontecimentos mundiais não acontecem por acaso: são arquitectados, quer tenha a ver com questões nacionais quer com o comércio; e a maioria deles é encenada e organizada por aqueles que abrem os cordões à bolsa».
Denis Healy, antigo Ministro da Defesa Britânico
«Segundo uma fonte bem informada, na reunião Bilderberg de 2004 em Stresa, Itália, montou-se uma promoção por grosso aos Bilderberg portugueses. Na sequência dessa sessão, ocorreram grandes alterações na liderança em Portugal.
- Pedro M. Santana Lopes, o pouco conhecido presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foi subitamente nomeado Primeiro-Ministro pelo Presidente da República.
- José M. Durão Barroso, anterior Primeiro-Ministro, foi nomeado Presidente da Comissão Europeia.
- José Sócrates, deputado, foi eleito líder do Partido Socialista depois de Eduardo Ferro Rodrigues se demitir a 25 de Maio de 2003, numa crise social e política decorrente de uma investigação policial, que comportava quinze casos e que alegadamente o implicava, de abuso sexual de menores em orfanatos do estado entre 1999 e 2000 (as fontes próximas da investigação confirmaram-me que a crise foi encenada dos bastidores por membros do Clube Bilderberg). Sócrates tornou-se Primeiro-Ministro de Portugal em 2005».
Daniel Estulin («Toda a Verdade sobre o Clube Bilderberg»).
Santana Lopes na reunião de Bilderberg em Stresa, Itália (Junho de 2004). |
José Sócrates na mesma reunião de Bilderberg |
As ingerências do Clube Bilderberg em Portugal
No Sábado dia 22 de Novembro começou o terramoto político em Portugal. Nesta conjuntura de grave crise económica, o povo português sofria o impacto psicológico de assistir a pessoas a quem havia confiado a governação do país acabarem detidas ou indiciadas por alegados crimes. Entre elas destacava-se a figura de José Sócrates, ex-primeiro-ministro, detido por suposta implicação em fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
A história da ascensão de Sócrates ao poder começa a 9 de Julho de 2004, quando Ferro Rodrigues renuncia à liderança do Partido Socialista, justificando-a pela atitude do Presidente da República, Jorge Sampaio, de recusar convocar eleições antecipadas. É então que Sócrates ganha as eleições no Partido Socialista, com oitenta por cento dos votos, e poucos meses depois vence as legislativas, assumindo o cargo de primeiro-ministro a 12 de Março de 2005.
Mas, olhando para trás, será mesmo que o grande momento de Sócrates aconteceu a 9 de Julho de 2004? Poderia ter sido assim, não fora um pormenor muito significativo e desconhecido da maior parte dos cidadãos portugueses. É que justamente um mês antes do início do processo que o levou ao comando do governo um ano depois, Sócrates assistiu à conferência internacional mais exclusiva e influente do Ocidente: a organizada anualmente pelo Clube Bilderberg. Da mesma forma que Bill Clinton, Tony Blair ou Barack Obama encontraram neste conclave elitista os apoios imprescindíveis que alteraram para sempre as suas histórias pessoais e profissionais, Sócrates receberia o beneplácito do poder financeiro, mediático e político na reunião do Clube realizada um mês antes de assumir a liderança do Partido Socialista e um ano antes de ser eleito primeiro-ministro.
Durante o primeiro fim-de-semana de Junho de 2004, na bela localidade italiana de Stresa, o futuro primeiro-ministro conviveu com reis, políticos, militares, académicos e com a nata do poder mediático mundial, indispensável para se ser levado ao altar. Dez anos depois de ter tocado o Olimpo com as suas mãos, chegaram às páginas dos jornais e aos espaços informativos das televisões alegados crimes de corrupção praticados por este político ambicioso. É a outra face da moeda, pois se Bilderberg tem a capacidade de fazer elevar aos céus, pode também converter-se no maior pesadelo se se cai em desgraça. Não quero dizer com isto que por detrás deste caso em concreto esteja o braço comprido desta entidade, o que obrigaria a uma investigação adicional. Mas apenas constatar que Bilderberg deixa cair; quando alguém já não interessa não vai em seu auxílio.
Desde o início das minhas investigações, há dez anos, verifiquei e defendi que nem sempre as coisas correm bem a Bilderberg e que a atitude e o comportamento de profissionais honestos de todos os sectores - da justiça, da imprensa, das universidades, da política - são essenciais para fazê-lo fracassar. Neste caso, surge ainda um facto interessante exposto por um cidadão português durante uma entrevista realizada pela jornalista Belén Rodrigo, do diário espanhol Abc.
Ao longo dos meses de Novembro e Dezembro, nas conversas nos cafés em Portugal não havia outro tema em discussão, pois Sócrates não era o único contaminado com o vírus da corrupção. As investigações da Polícia Judiciária desenvolveram-se também nas residências dos administradores do Banco Espírito Santo, enquanto o ex-deputado social-democrata Duarte Lima era condenado a dez anos de prisão por fraude qualificada no antigo banco BPN e posterior branqueamento de capitais.
Os cidadãos portugueses assistiram estupefactos ao tsunami criminal que abalava as estruturas do país e sentiram-se perturbados com o que estava a acontecer. As suas preocupações não eram diferentes das de milhões de europeus que sobreviviam a duras e desumanas medidas de austeridade enquanto viam cair a máscara a políticos, empresários e sindicalistas corrompidos que, durante décadas, receberam a presunção de pessoas honestas. Deste modo, Portugal unia-se a Espanha, Grécia ou Itália, os países mais afectados pelas mentiras dos seus líderes que enriqueceram ilicitamente. Tratavam-se, precisamente, dos países do Eurosur, os melhores e maiores alvos do ataque financeiro do Bilderberg.
Como já adiantei, o jornal espanhol Abc recolhia reacções naqueles dias de incredibilidade em que Portugal despertava de uma crua realidade. Para alguns dos entrevistados fora muito suspeito que o dia da detenção de Sócrates coincidisse com a véspera da eleição de António Costa para secretário-geral do Partido Socialista. Outro dos entrevistados, Manuel Bento (engenheiro de 50 anos), aflorava um aspecto interessante: «Estas detenções dão-se quando, pela primeira vez, a maçonaria não está em maioria no supremo Tribunal de Justiça». Aqui está o facto a que aludia atrás: a maçonaria, uma entidade discreta e invisível, presente em Bilderberg desde o começo através de determinadas pessoas que fazem parte de ambas as instituições. Em Portugal, como nos restantes países, também se dá a coincidência maçónica.
Numa destas entrevistas ao Abc, Miguel Teixeira (39 anos, engenheiro) defendia que o caso Sócrates estava relacionado com o de Ricardo Salgado, o ex-presidente do Banco Espírito Santo, que depois de estar umas horas detido pagou uma caução de três milhões de euros para sair em liberdade. «É um homem muito poderoso que muito influenciou o mundo da política». Não escapou a este entrevistado a relação entre Sócrates e Salgado, embora eu desconheça se ele sabia que Salgado era outro bilderberg português.
Chegados a este ponto, que têm em comum os nomes que vão aparecendo neste relato? Que, em algum dia, todos foram convidados a comparecer nas exclusivas reuniões Bilderberg, onde analisaram as suas capacidades para tomar parte da estratégia da entidade. Todos, e mais alguns que iremos ver, passaram pelo conclave antes de alcançarem postos-chave no seu país ou a uma escala global.
O Clube Bilderberg em Portugal
Penha Longa Resort |
Em Sintra, os convidados portugueses cruzaram-se com David Rockefeller; Pedro Solbes, o eurodeputado espanhol que viria a ser ministro da Economia de Rodríguez Zapatero; Giovanni Agnelli; Jaime Carvajal y Urquijo, amigo íntimo e companheiro de golfe de Bill Clinton, durante 13 anos director da segunda tabaqueira mais importante dos Estados Unidos, a RJR Nabisco; James Wolfensohn, presidente do Banco Mundial; Peter Mandelson, amigo de Blair, nomeado comissário europeu do Reino Unido em 2004 e conhecido como «O Príncipe das Trevas» pela sua fama de conspirar e manipular na sombra; Richard Holbrooke, representante das Nações Unidas e, claro, Henry Kissinger. Também se encontravam em Sintra CEOs de gigantes empresas e grupos dos sectores farmacêutico, do tabaco, da indústria automóvel, etc.
Também lá estava Lord Conrad Black, o magnata do terceiro maior grupo de comunicação do mundo, que pouco tempo depois caía em desgraça. Ele próprio comentou em dada ocasião a propósito de a imprensa estar proibida em Bilderberg: «O facto de não haver jornalistas torna o debate mais íntimo. Não se criam indiscrições massivas». Ou seja, sentem-se com a liberdade absoluta de falar abertamente acerca dos seus planos de conquista do mundo com toda a tranquilidade e sem passar pelo crivo da opinião pública.
Como sempre acontece nestes encontros, a reunião de Bilderberg em Sintra esteve rodeada de fortes medidas de segurança. Entre os portugueses convidados estava o então Presidente da República Jorge Sampaio e o primeiro-ministro Durão Barroso, cuja vinculação a Bilderberg desde o ano de 1994 o catapultou para as mais latas instâncias europeias. Entre os restantes portugueses destacavam-se:
Francisco Pinto Balsemão. É o único membro permanente do Clube Bilderberg, pelo menos desde 1988, ano em que está identificada a sua presença - embora possa ter comparecido ainda antes -, e a fazer parte do Comité Directivo, orgão encarregado de definir a agenda de temas a debater e as personalidades a convidar. Teve, assim, a incumbência de seleccionar os convidados portugueses para a reunião de Sintra. Pinto Balsemão vem de uma família abastada e é trineto de Rodrigo Delfim Pereira, filho ilegítimo do imperador Pedro I do Brasil. Durante as suas férias de verão no Estoril conviveu com Juan Carlos de Borbón, futuro rei de Espanha. Após a Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974 - acontecimento que inquietou enormemente Bilderberg pelo receio de influenciar primeiro a Espanha e depois outros países europeus -, esteve na fundação do Partido Popular Democrático (actual Partido Social Democrata, PSD).
Em Janeiro de 1981 foi eleito primeiro-ministro, cargo que deixou em 1983 por falta de apoio popular e pela crise na coligação com o CDS (Centro Democrático Social) liderado por Freitas do Amaral. Em 2005 foi convidado para membro do Conselho de Estado pelo Presidente Aníbal Cavaco Silva. É também membro do Conselho Assessor Internacional do Banco Santander, outra entidade com vínculo a Bilderberg.
Em 1988, quando assistiu ao conclave, Pinto Balsemão estava concentrado na sua empresa de comunicação social. Anos mais tarde, o grupo Impresa a que preside estreou a primeira televisão privada em Portugal, a Sociedade Independente de Comunicação (SIC), que começou a emitir a 6 de Outubro de 1992, depois da liberalização do sector audiovisual pelo Governo de Cavaco Silva. O dossier não esteve isento de polémicas, com divisões no Conselho de Ministros, pois o grupo liderado por Proença de Carvalho ficou em desvantagem.
Em 21 de Novembro de 2005, dois meses antes das eleições presidenciais em Portugal, Pinto Balsemão foi entrevistado pelo diário espanhol Abc. O jornalista Romualdo Maestre perguntou-lhe acerca da sua presença nas reuniões do Clube Bilderberg e das possibilidades eleitorais do seu candidato Cavaco Silva.
« - Acredita que o candidato do seu partido Cavaco Silva possa ganhar?
- Penso que tem possibilidade de ganhar logo na primeira volta.
- Como encarar a crítica dos seus opositores sobre o facto de o senhor pertencer ao exclusivo e por vezes opaco grupo de pressão Bilderberg?
- Encaro-a como inveja. Bilderberg é um grupo da sociedade civil que junta uma vez por ano norte-americanos, canadianos e europeus para falar ao alto nível sobre os problemas actuais, que tanto podem ser as relações entre os dois continentes, a guerra no Iraque ou a economia na China. Está muito bem organizado e ao não estar lá a imprensa, não haver conclusões nem comunicados finais, as pessoas podem falar de forma muito livre. Muita gente que o critica gostaria de fazer parte dele».
Creio que estas respostas não precisam de comentários.
Outra das polémicas em que esteve envolvido devido à sua vinculação com Bilderberg - cujas reuniões têm um custo aproximado de dois milhões de euros -, teve a ver com o facto de se ter descoberto que o grupo Impresa suportou parte das despesas da reunião de Sintra. A Sojornal, empresa que detém a maioria das acções do semanário Expresso e da revista Visão, recebeu cerca de 40 mil contos (200 mil euros) do Ministério dos Negócios Estrangeiros para organizar o encontro dos líderes mundiais no luxuoso complexo da Penha Longa, em Sintra. Foi uma notícia veiculada pelo semanário O Independente.
O que significa que os contribuintes portugueses contribuíram para pagar os quatro dias de luxo num dos hotéis mais caros do País, precisamente àqueles que zombavam da democracia e do parlamento. Resta dizer que o presidente da Sojornal não é senão outro que Pinto Balsemão. Segundo indicou fonte da Sojornal, o dinheiro recebido do Estado para organizar o evento não devia ser visto como uma subvenção mas sim como um patrocínio.
Willy Claes (à esquerda), junto de Francisco Pinto Balsemão nas imediações da reunião de 2003 em Versailles (Paris). Ver aqui |
No encontro em solo britânico também estiveram o ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas e o secretário-geral do Partido Socialista António José Seguro, que afirmou aos jornalistas: «Tratou-se de um convite para eu participar numa reunião, onde vou reafirmar as minhas posições, quer em matéria de globalização, quer em matéria europeia. Defendo o fim dos paraísos fiscais, a taxação sobre as transacções financeiras, a dimensão económica e política da União europeia».
(...) José Manuel Durão Barroso. Teve a sua primeira presença numa reunião Bilderberg em 1994, quando era ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco Silva. É significativo que um ano mais tarde entrasse na direcção do PSD, tornando-se líder social-democrata em 1999. Nesse ano perdeu as eleições legislativas para António Guterres e proferiu a frase que se tornaria famosa: «Estou certo que irei ser primeiro-ministro, só não sei quando». Por acaso seria uma referência subtil e desconhecida para cidadãos ao apoio dos seus amigos biderbergs para conseguir esse objectivo? A verdade é que se tornaria primeiro-ministro em 2002 e um ano depois assistia à reunião Bilderberg como chefe do Governo. Foi nomeado presidente da Comissão Europeia em meados de 2004, cargo que preferiu ao que ocupava, de primeiro-ministro. Quando em 2012 recebeu o Prémio Nobel da Paz atribuído à União Europeia (uma entidade criada no seio de Bilderberg), declarou que a UE, «apesar das suas imperfeições, pode ser e é uma fonte de inspiração para o mundo».
Durão Barroso foi anfitrião do «trio dos Açores» que precedeu à guerra do Iraque e um dos subscritores da «United We Stand», em que oito chefes de Estado da UE se posicionaram do lado de George W. Bush e contra Jacques Chirac e Gerhard Schröder na polémica sobre se se deveria destronar ou não Saddam Hussein.
Em Sintra também esteve António Guterres, reeleito nesse mesmo ano e que veio a ocupar de Janeiro a Julho de 2000 a presidência do Conselho Europeu. [Foi ainda o] Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados e, segundo todas as previsões, poderá ser o próximo [secretário-geral das Nações Unidas].
António Guterres na reunião de Bilderberg em Rottach-Egem, na Alemanha (Maio de 2005 antes de ser indigitado para Alto Comissário da ONU). |
Ricardo Salgado. Um dos mais importantes banqueiros portugueses, à frente do Banco Espírito Santo até ao último verão, um mês antes de o Banco de Portugal anunciar um resgate de 4.900 milhões de euros. Depois de 22 anos à frente da entidade, o sobrinho-neto do fundador do BES é suspeito de procedimentos ilegais que ocultaram perdas de mais de dois milhões de euros. Durante anos foi admirado, galardoado e temido por muitos, mas agora que está indiciado como criminoso sofreu a humilhação de ter sido detido em público. Esteve na reunião de 1997 e de novo em Sintra. Manteve relações privilegiadas com todos os governos, embora tenha sido mais próximo de José Sócrates.
Também foram convidados para a reunião de Sintra o então ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo; Vasco de Mello, um dos mais importantes empresários portugueses, vice-presidente e CEO do Grupo José de Mello; Francisco Murteira Nabo, presidente e CEO da Telecom Portugal; Artur Santos Silva, presidente do Grupo BPI; e João Estarreja, membro da organização portuguesa da conferência.
Entre os jornalistas, assistiram à reunião Nicolau Santos, especialista em assuntos económicos, e Margarida Marante, que também esteve em 1996, justamente na altura em que vivia o pico da sua carreira na SIC. Dava-se a circunstância de ambos trabalharem então no grupo de Pinto Balsemão, Nicolau Santos no Expresso e Margarida Marante na SIC.
Os debates que se realizaram em Sintra tiveram como temas o Kosovo; a genética e as ciências da vida; o cenário político na Europa; o redesenho da arquitectura financeira internacional; os impactos sociais e políticos nos mercados emergentes dos recentes eventos económicos; a relação entre a tecnologia de informação e a política económica; a política externa russa; o futuro da NATO. Como se vê, temas que 16 anos depois estão em plena actualidade. O que Bilderberg sempre procurou foi adiantar-se, no tempo, ao futuro do mundo.
Mais portugueses na história de Bilderberg
Outras personalidades portuguesas estiveram presentes nas elitistas e privilegiadas reuniões antes e depois de Sintra.
No ano de 2004 assistiram Santana Lopes e José Sócrates, convidados pelo único português membro do Conselho Directivo da entidade, Pinto Balsemão. A reunião teve lugar em Itália três semanas antes da crise política aberta pela demissão de Durão Barroso (ocorrida a 29 de Junho de 2004) do cargo de primeiro-ministro de Portugal, ao ser chamado pelo Conselho Europeu a presidir à Comissão Europeia. Nesse cargo sucedeu a outro participante de Bilderberg e membro do seu Conselho Directivo, o ex-primeiro ministro italiano Romano Prodi. Como se vê, Durão Barroso é um velho conhecido de Bilderberg, desde 1994 não tem faltado aos encontros, com a sua carreira a ser notoriamente impulsionada até à presidência da Comissão Europeia.
Ver aqui |
Dois meses depois do conclave, Santana Lopes tornava-se primeiro-ministro. Outro facto chamativo, pois o poder, tanto nacional como europeu, cairia em mãos de bilderbergs. E apenas um ano depois, como referi atrás, José Sócrates liderava o Governo.
Outras personalidades fundamentais na crise política que afectou o País em 2004 estiveram presentes na reunião de Stresa: o Presidente da República Jorge Sampaio e o líder do PS Ferro Rodrigues.
Quatro anos mais tarde, em 2008, os presidentes das duas principais câmaras municipais foram convidados a assistir à reunião que teve lugar na Virgínia, Estados Unidos. Eram eles Rui Rio no Porto (PSD) e António Costa em Lisboa - que se tornou o sucessor de José Sócrates à frente do PS, um dia depois da detenção deste último.
Em 2009, a reunião de Atenas juntaria na mesma sala a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, e o então ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho. O ex-governante manifestou aos jornalistas que o balanço do debate «foi muito interessante».
Outros nomes com relevância em Portugal que assistiram a reuniões do Clube Bilderberg:
António Borges. O falecido economista e banqueiro foi o homem em Portugal da Goldman Sachs, uma das empresas Bilderberg por excelência. Esteve presente em 1997. Regressou a Bilderberg em 2003. Em 2004 foi um dos principais críticos de Santana Lopes como substituto de Durão Barroso. Era íntimo do primeiro-ministro Cavaco Silva.
Manuel Maria Carrilho. Professor e político vinculado ao PS. Foi parlamentar europeu e é especialista em temas de defesa, uma área prioritária nas conferências Bilderberg. Esteve presente em 1995, no ano da chegada ao poder de António Guterres, de cujo Governo foi ministro da Cultura.
Vasco Pereira Coutinho. Um dos principais empresários mais importantes de Portugal, que criou a sua fortuna com o negócio da Autoeuropa. Assistiu à reunião de 1998. Quando era primeiro-ministro, Durão Barroso viajou de férias ao Brasil, no seu avião privado e ficando em sua casa, o que na altura causou polémica. É próximo de Cavaco Silva.
José Cutileiro. O embaixador português assistiu à reunião de Bilderberg em 1994, tornando-se nesse mesmo ano secretário-geral da União da Europa Ocidental (UEO), a estrutura de defesa e segurança da União.
Faria de Oliveira. Ministro do Comércio e Turismo de Cavaco Silva, assistiu em 1993 e foi uma peça-chave na ligação entre o então primeiro-ministro e o mundo dos negócios, tanto públicos como privados.
Vasco Graça Moura. Político, poeta e erudito. Assistiu à reunião de 2001. Era um destacado intelectual, cujas opiniões eram escutadas pelos políticos. Faleceu [em 2014].
Vítor Constâncio. O ex-governador do Banco de Portugal e vice-presidente do Banco Central Europeu (BPI) esteve presente em 2010.
À reunião de 2014 assistiram o sempre eterno Francisco Pinto Balsemão, o ministro da Saúde Paulo Macedo e a actriz e deputada socialista Inês de Medeiros.
Paulo Macedo e Inês de Medeiros. Ver aqui |
O bilderberg Marcelo Rebelo de Sousa. Ver aqui |
O que se observa aqui é que, na realidade, o poder político e empresarial português tem vindo a ser repartido entre poucos nomes. E que, para Bilderberg, é essencial que os presidentes e funcionários de um país possam ser manipulados como fantoches da sua nova ordem mundial.
É importante sublinhar que, através do resgaste a Portugal, Bilderberg conseguiu tirar soberania ao País e passá-la para uma entidade supranacional: a Troika, formada pela Comissão Europeia, o FMI e o BCE. À frente dos três organismos Bilderberg colocou os seus membros: Durão Barroso - substituído em Novembro de 2014 por Jean Claude Juncker -, Christine Lagarde e Mario Draghi.
Desta forma, comprovamos que o atentado à democracia, que deveria passar pela representação e gestão da causa pública nos parlamentos, é tão evidente em Portugal como no resto das nações que fazem parte do Clube (in O Clube Secreto dos Poderosos. Os Planos Ocultos de Bilderberg, Matéria-Prima Edições, 2015, pp. 197-209).
Esta a mais completa compilação(neste post)da trama globalista(só lhe falta uma referência ao fabianismo se é que eu li bem) planeada e construida desde há mais de cem anos.
ResponderExcluirA Fabian Society também já foi, neste blog, objecto de referência noutros posts.
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