«A literatura degenera sempre que se submete a um realismo servil, incompatível com o pensamento criacionista. O êxito de uma obra meramente realista será tão efémero como o fenómeno observado. Nunca foi possível conciliar duramente o realismo com uma verdadeira filosofia da arte».
Álvaro Ribeiro
Em «Operação Saramago», já tivémos a oportunidade de dizer alguma coisa sobre a maior fraude literária imposta ao povo português. Cabe-nos, por agora, dizer algo mais sobre o completo domínio que a esquerda ocupa em todos os sectores políticos, económicos e culturais em Portugal. E como exemplo disso temos a “carta aberta” de mais um socialista - um tal de Vicente Jorge Silva - dirigida ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, para assim o pressionar perante uma das maiores operações vermelhuscas que já ocorreram no âmbito da cultura portuguesa e até estrangeira.
A “carta” em questão constitui um sinal deveras sintomático da animosidade doentia que permanentemente embota a mentalidade esquerdista infiltrada no ensino e nos centros de decisão do poder político, económico e jornalístico. Mas analisemo-la para demonstrar que assim é, procurando expor o que nela se afirma e sua respectiva refutação:
1. O Presidente da República - assim como a segunda figura do Estado, o Presidente da Assembleia da República -, não compareceu ao funeral do único Nobel da literatura portuguesa. Que, além do mais, deu justificações hipócritas para não comparecer, a ponto de nem sequer recorrer a um avião da Força Aérea para cumprir os seus deveres institucionais.
Refutação:
De resto, fazer crer que o Nobel de Saramago foi pura e simplesmente o resultado de um reconhecimento internacional é como sustentar um feitiço para todos os efeitos bem sucedido. É, pois, passar uma esponja sobre as instituições ditas culturais em Portugal, como o Instituto Camões, ao qual coube financiar as edições suecas de quem se denunciava a si próprio e à organização esquerdista que o apoiava em múltiplas e infindáveis ocasiões, como naquela em que, juntamente com Gabriel Garcia Marques, também internacionalizado pelo Nobel, festejou os 40 anos da revolução cubana em Santiago. Enfim, tudo isso aparece agora como sendo apenas o fruto espontâneo de um “talento miraculoso” que a esquerda pretende equiparar ao talento verídico e inquestionável de um Luís de Camões, de um Fernando Pessoa e de um Padre António Vieira.
Gabriela Canavilhas |
Depois, não menos relevante é o avião da Força Aérea pago com o dinheiro dos portugueses para que a sonsa da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, fosse à vulcânica terra de Lanzarote buscar o cadáver de quem verberara contra Portugal em jeito de represália para com as estruturas planificadas da cultura no tempo do Governo de Cavaco Silva (1). Por conseguinte, a esquerda insana engendrara a maior farsa em terra portuguesa, que o dito Nobel queria ver territorial, administrativa e culturalmente integrada em Espanha (na Ibéria como dizia), pelo que o melhor, o mais sensato e inteligente teria sido deixar nuestros hermanos ficar com o sinistro, assim se livrando Portugal de uma mancha vergonhosa para todo o sempre.
2. O Presidente da República, sem embargo «das divergências e conflitos políticos, de opinião ou de natureza pessoal», «é o Presidente de todos os portugueses (mesmo daqueles com quem possa divergir radicalmente)». Logo, por que não fora ao funeral «do único Prémio Nobel da Literatura de nacionalidade portuguesa»? Saramago podia não ser consensual «quer no plano literário quer no plano político e das ideias», mas, não obstante cultivar «frequentemente, sobretudo desde a sua “nobelização”, uma sobranceria, uma prosápia e uma vaidade tão destemidas que chegavam a ser patéticas e suscitavam uma compreensível aversão», o literato comunista, «apesar disso e contra isso», foi «um imenso escritor, com uma formidável irradiação em todo o mundo e a quem devemos algumas das páginas mais admiráveis escritas em português no último século». Mais: «Um romance como O Ano da Morte de Ricardo Reis é, sem sombra de dúvida, um dos maiores da literatura portuguesa de todos os tempos, um livro cuja magia ainda nos deslumbra – e supera todas as reservas levantadas pela personalidade humana, política e até literária do seu autor».
Refutação:
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Ressurreição de Lázaro (Giotto). |
Quanto ainda ao facto de o Presidente da República ser o Presidente de todos os Portugueses, seria preciso provar e demonstrar que Saramago tivesse sido português no verdadeiro sentido da palavra. Sim, porque ser português não é ofender, caluniar e denegrir o culto, a cultura e a civilização católica dos Portugueses com mais de oito séculos de existência. Mais: alegar as atrocidades da Inquisição, sempre condenáveis, não é nada perante as incomparáveis atrocidades do comunismo destruidor. Mas já lá iremos para contar, medir e pesar o que mais importa.
Convém, pois, notar que todo e qualquer Presidente da República Portuguesa que se preze como tal, e revele, acima de tudo, carácter e inteligência à altura do povo que representa e simboliza, não pode nem deve fugir ao acto de condenar energicamente toda a organização esquerdista responsável pelo ataque sem limites nem fronteiras ao sangue e à fisionomia espiritual de um povo já sacrificado no altar do mundo. Essa, pois, é que é e deveria ser a sua missão capaz de zelar pelo património histórico e sobrenatural dos Portugueses que percorreram e continuam percorrendo as Sete Partidas do Mundo.
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William Shakespeare |
(1) Era então Santana Lopes secretário de Estado da Cultura, com Sousa Lara no cargo de subsecretário.
Continua
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