quarta-feira, 5 de maio de 2010

Esgrima Lusitana (i)

Escrito por Nuno Russo







Introdução


O nosso primeiro contacto com o Jogo do Pau veio na sequência da prática do Kobudo em Portugal, prática essa iniciada em 1990 e liderada por um português, Elmano Jorge Caleiro, e por um espanhol, Juan Bish Lorenzo. O Kobudo, designando o reportório técnico de armas ancestrais (Ko: «ancestral»; Budo: «o caminho da guerra») importadas da China pelas escolas de Okinawa (Ryu Kyu), teve, pois, em Portugal um sucesso relativamente considerável, dada a «novidade» suscitada por um conjunto de armas (bo, tonfa, sai, nunchaku, jo, kama e sansetsukon).  A sua prática resultaria, naturalmente, da extensão do Karaté, mais particularmente do Karaté Shito Ryu, inspirado em Teruo Hayashi Ha. Nos primeiros anos contou, além disso, com a singular participação, na Escola Preparatória de Miraflores, de Sensei Kenyu Chinen, cuja demonstração de kama foi, em oportuno quão memorável momento, a prova cabal e experimentada de um dos mais altos representantes do Kobudo a nível mundial.

Como tal, contávamos mais de 15 anos de prática do Kobudo quando descobrimos o Jogo do Pau Português. Descobrir, significa aqui praticar, experimentar e conhecer o melhor jogo do pau do mundo. A escola escolhida foi a do Santo Condestável, liderada por Nuno Russo no Ginásio Clube Português.

Não há dúvida quanto à eficácia e à superioridade marcial do Jogo do Pau sobre o Kobudo, cujas origens, curiosamente, remontam ao repertório técnico da esgrima medieval. Para o efeito, basta compulsar o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela, d’el Rei D. Duarte, para confirmar a similitude terminológica na trajectória e técnicas de ataque entre a esgrima portuguesa de então e a actual prática do Jogo do Pau.

Com isto, não pretendemos, de maneira alguma, minorar o Kobudo, até porque a sua prática pode constituir uma mais valia para, com a devida transferência, melhor assimilar, nas suas diferenças, a prática simultaneamente empírica e táctica da esgrima lusitana. Entre uma e outra «modalidade», diferenças avultam, sem dúvida, a saber: os japoneses usam o bo rodando as mãos, de maneira que o mesmo pode e é, efectivamente, usado de ambos os lados, direito e esquerdo; no Jogo do Pau não se volteiam as mãos, quedando as mesmas na extremidade mais estreita do pau (à largura dos ombros), o que já não acontece no Kobudo, em que as mãos, de uma forma geral, se postam e configuram a meio do bo; para mais, no Jogo do Pau é a perna adiante posicionada que começa por recuar quando necessário, ao passo que no bo-jitsu o recuo principia com a perna posterior, etc.





Por conseguinte, podemos dizer que a prática do Jogo do Pau nos abriu o horizonte técnico e perceptivo implicado em tudo o que remeta para a extensão corporal que as armas, neste caso, dão e permitem como tal. Diremos até que a referida prática permite coroar, a nosso ver, disciplinas tão cruciais como o Kendo, o Kenjutsu e a Eskrima filipina segundo uma visão unívoca que a poucos lutadores será dado atender e vivenciar. Seja como for, fiquemos, entretanto, com o testemunho de Nuno Russo, personalidade com a qual, aliás, não só temos tido o privilégio de aprender, treinar e participar em demonstrações in loco, como ainda ficar com a certeza de que a superioridade da esgrima lusitana é um facto que qualquer um, do menos ao mais experimentado, pode experienciar e confirmar na hora.

Miguel Bruno Duarte




O Jogo do Pau


I – UM POUCO DE HISTÓRIA





Ver aqui

O chamado JOGO DO PAU é uma técnica de luta em que a arma é um simples pau direito e liso, da altura aproximada de um homem e manejado adequadamente por cada um dos contendores, que com ele procuram, por um lado, atingir o ou os adversários e por outro defender-se dos golpes por este ou estes desferidos. O JOGO DO PAU, nestes termos genéricos, foi praticado em todo o Mundo, conservando-se ainda hoje a prática desta técnica em vários países europeus, como, por exemplo, Portugal, França, Inglaterra (quarterstaff) e também na maioria dos países orientais, principalmente na Índia, China, Japão (bo-jitsu), Tailândia, Vietname e Afeganistão. Neste último, que ainda hoje conserva intactos costumes de combate medievais, qualquer turista que se aventure um pouco para o interior do país pode assistir a sangrentos combates com pau, tanto individuais como entre clãs.

No momento em que o Homem se conhece como homem a habitar este planeta, ele tomou consciência que tinha de lutar para sobreviver e a sua inteligência logo lhe fez compreender que, se aproveitasse certos materiais que o rodeavam como instrumentos de trabalho, a vida lhe seria muito facilitada. Foi aí que o pau, utensílio simples e fácil de adquirir, começou a ser utilizado para os fins a que se propunha. E porque o homem primitivo era um ser rude e guerreiro e mesmo que o não fosse, outros dos animais seus contemporâneos o eram, o homem atacava e defendia-se também utilizando o pau. Com a evolução dos tempos e porque infelizmente havia necessidade de lutar com o seu semelhante, o homem criou uma série de movimentos específicos, ataques e defesas, próprios para combater com o pau. A partir desses ataques e dessas defesas feitas com esse pau e o constante contacto com esse mesmo pau, irão desenvolver-se, conforme as condições geográficas, as diferentes raças e outros aspectos, a formação de diferentes maneiras de luta de pau características. Esta nova técnica de luta é, em todos os países, própria das gentes e da cultura campesinas, variando não só de terra para terra, como também consoante as medidas do pau que em comprimento nunca ultrapassa os dois metros.

Mas se há países, como por exemplo o Afeganistão e a Índia, onde se utiliza para combate ou treino qualquer pau independentemente do tamanho ou da forma, outros há, como a Inglaterra, onde, como o nome indica – QUARTERSTAFF –, a sua arma específica é um pau robusto com cerca de dois metros de altura que se empunha e maneja com as duas mãos; e, tal como o Jogo do Pau Português, ele reveste a dupla forma de combate e desporto.



Ver aqui











No entanto, as diferentes técnicas utilizadas para os diversos tamanhos de paus são muito semelhantes tanto nos países Orientais cuja fonte inspiradora foi a técnica indiana, como na maioria dos países Ocidentais, como por exemplo na Inglaterra e França. Os diferentes jogos do pau e o complexo belicoso em que eles se integram (nomeadamente na forma que eles apresentam seja em que país for, sobretudo nas zonas rurais), por eles próprios criado ou alimentado e que lhes dá um tom característico, parece resultar de fundas tendências do homem em que a agressividade não se dissocia de um ludismo basilar, e que neles encontram um campo particularmente adequado para se expandirem. A grande diferença entre estes países do Ocidente e os do Oriente reside sobretudo na mentalidade com que praticam a sua técnica.

Contudo, em Portugal desenvolveu-se uma técnica muito rica, adaptada a um tipo de pau, «o varapau ou cajado», que não é, porém, apenas elemento específico de tal jogo ou luta, ele faz – e sobretudo fazia – parte da indumentária normal do homem do campo, associado essencialmente às suas deslocações a pé e também a cavalo como companheiro e apoio e, sobretudo, como arma elementar para se defender de eventuais agressões de gente e de animais.

Como arma de ataque ou de defesa, o pau é uma forma tão simples que a etnologia, em geral, não o inclui na categoria das «armas que se seguram com as mãos». No entanto, um bom jogador de pau não receia enfrentar qualquer adversário que use essas outras armas. Põe-se assim o problema de saber se o uso do pau como arma representa apenas um aspecto do uso do pau como implemento de carácter geral, ou se, pelo contrário, o uso do pau em geral representa a ampliação a outras funções daquilo que principalmente e basicamente era apenas uma arma.




Nuno Russo


No Norte de Portugal (sobretudo Minho), o pau era o companheiro dos moços rondadores, dos viandantes ao longo dos caminhos, dos pastores no cume das serras; o seu ofício era múltiplo: no caminho era uma ajuda, ora a subir as encostas ora a descê-las, descansando-se nele o peso do corpo; quando um regato cortava um caminho, saltava-se por cima dele apoiando-se no pau. O pastor no monte e o feirante na feira carregava nele o seu peso, aliviando assim deste as pernas; também o pastor tangia com ele o gado que lhe estava confiado; e «só se largava da mão enquanto o jovem conversava com a sua namorada na lareira da casa desta; então o pau ficava à porta, para indicar aos outros que nada tinham a fazer ali». Além disso, nessas terras o varapau era a arma por excelência, com ele se resolviam os problemas diários que provinham sobretudo de rivalidades entre aldeias, de namoros, desvios de água de irrigação, etc.

O rapaz tinha-se já por moço quando arranhava o seu varapau e ia de ronda com os outros: era uma coisa assim como ser armado cavaleiro.

Quem em Portugal não ouviu falar das lutas com paus em feiras (não só no Norte como em todo o país), onde aldeias inteiras se defrontavam em combates sangrentos e até mortais?

Também as romarias e festas rematavam sempre com paulada entre moços de freguesias diferentes.

O varapau era sem dúvida uma arma eficaz. Bem jogado punha nas mãos do seu dono grandes vantagens na luta. Afirmam-no bem alguns casos que deixaram memória entre as gentes daquelas terras nortenhas. Eis aqui um sucesso já de fins do século passado que teve lugar numa feira da Galiza e que é narrado por um galego XANQUIM LORENZO FERNANDEZ, de Orense, num artigo enviado por ele para o jornal 0 «Comércio do Porto» em 1950, intitulado «O VARAPAU».

Diz Fernandez:

«passou-se a coisa na feira de Porqueiróz, feira de ano, em que se juntaram feirantes de toda a comarca e fora dela. Os das diferentes freguesias iam com o seu gado e com os seus frutos fazendo-se uma das melhores feiras da Galiza daquele tempo. Uma vez, ignora-se porquê, começou uma rixa entre os feirantes e dois Portugueses que, vizinhos moradores naquelas terras havia já em tempos, acudiram a Porqueiróz. A rixa assanhou-se e chegou, como sempre a hora dos paus. Um dos Portugueses ao ver o perigo berrou ao seu companheiro:






– «oh irmão! Junta costa com costa!!!» – Postos deste jeito, cada um com o seu varapau, defenderam-se os dois sozinhos dos que os atacavam. Durante muito tempo mantiveram-se firmes, a despeito dos muitos atacantes; pouco a pouco, foram-se desfazendo dos adversários; uns feridos e outros acobardados. O triunfo coube-lhes a eles, que sozinhos, «desfizeram a feira». Tal era a superioridade que lhes dava a sua perícia em «Jogar o Pau». E, Fernandez continua:

«no resto da Galiza, desconheço tal arma. E assim, parece-me evidente que se trata de um instrumento de origem portuguesa o facto do seu emprego preferente nas terras raianas, e não no resto da Galiza; o de este se encontrar pelo contrário, de uso muito corrente em Portugal; a nacionalidade dos seus mais famosos cultivadores».

O jogo do pau fazia, pois, parte da vida do Português do Norte. Por toda a parte havia escolas onde se juntavam grupos de rapazes novos ávidos de aprender, em volta de velhos mestres e que se faziam pagar bem alto pelas suas lições. Os próprios pais enviavam os filhos a esses mestres para que aprendessem essa disciplina que fazia parte da sua educação, tal era a importância dada ao jogo do pau nessa época.

Era vulgar nas longas noites de Verão ver-se nas eiras grupos jovens exercitarem-se desportivamente no manejo da vara em treinos que muitas vezes se prolongavam quase até ao romper da aurora.

Mas esses tempos de lutas de pau nas feiras e romarias são águas passadas.

Realmente, por volta dos anos 30, o jogo do pau no Norte foi atingido pela decadência. As razões desta quebra foram várias e estão intimamente ligadas entre si: depois de todas as lutas em feiras, a acção das autoridades policiais fez-se sentir, proibindo o uso do pau nos recintos de feira. Também a emigração para o estrangeiro e as migrações para as grandes cidades, feita geralmente pelos chefes de família que não conseguiam tirar o sustento da terra que cultivavam, originou um enorme desfalque nos que poderiam vir a ser futuros «puxadores» (nome pelo qual eram designados os jogadores nortenhos).

Por outro lado, a facilidade de aquisição de armas de fogo contribuiu também para a «desnecessidade» de jogar o pau, pois a justiça pessoal feita com a vara exigia um treino bastante moroso para realmente alguém poder confiar eficiência na sua arma.









Assim, por estas e por outras razões de menos peso, esta arte de combate no Norte de Portugal foi-se reduzindo deixando apenas a representá-la pequenas escolas onde pequenos grupos de antigos jogadores se treinavam apenas para jogos de exibição ou onde velhos mestres carolas preparavam um punhado de miúdos para o mesmo fim de demonstração.

Entretanto, o jogo do pau sofreu, também, uma migração importante. Partindo do seu núcleo original que foi o Minho, repousando francamente em Trás-os-Montes, ele parte em grande velocidade, passa na capital, atravessa o Tejo e vai-se fixando na zona Sul, principalmente na Estremadura e Ribatejo.

Nesta viagem ele expandiu-se pelas mãos de vários mestres profissionais que percorriam o País fazendo estágios em várias localidades, sendo entre eles os mais famosos: mestres Calado Campos, pai e filho, mais conhecidos pelos «pretos», que ensinaram desde o Minho até Setúbal. Neste meio do jogo do pau foi também conhecido o profissionalíssimo mestre Joaquim Baú que sempre montado na sua mula percorria Portugal vivendo única e simplesmente dos donativos que recebia em troca das lições que dava.

Também os jornaleiros vindos do Minho e Trás-os-Montes para fazer empreitadas no Sul do País foram grandemente responsáveis pela transmissão do jogo do pau para esta zona.

Desde os fins do século passado que o jogo do pau se alastrou a Lisboa, onde se veio implantar.






Na cidade, sob condicionalismos muito diferentes dos da Província, o «espírito» do jogo do pau altera-se. Liberto que está dos imperativos de luta que o acompanhavam nas origens, em época e em região, vêmo-lo agora virado para o aspecto desportivo.

Os primeiros ginásios onde foi aberta a prática desta nova modalidade foram o então Real Ginásio, hoje Ginásio Clube Português, o Ateneu Comercial de Lisboa e o Lisboa Ginásio Clube. Além destes centros existiam ainda os chamados «Quintais», que eram recintos ladeados por um muro fazendo-se a prática do jogo no pátio interior. Os quintais encontravam-se espalhados por toda a Lisboa e neles treinavam centenas de jogadores que recebiam lições do mestre ou do contramestre da escola (estilo) que escolhiam.

Estes famosos Quintais não eram, longe do que muita gente da nossa burguesia supunha, frequentados por desordeiros, nem por criaturas de espécie pouco recomendável. Homens de trabalho, na sua maioria provincianos de Trás-os-Montes, Minho e outras províncias chegadas ao Norte, tinham um gosto especial por este exercício que era praticado com admiração nas terras das suas naturalidades. Era sempre grande o entusiasmo destes homens em aprender porque apreciavam o ensino, e sabiam dar o devido valor ao sacrifício que faziam para o pagar, pois apenas 10 minutos de lição correspondiam naquela época ao salário diário de um operário.






É fácil de compreender que um homem que às vezes não ganhava mais do que quatrocentos réis por dia, a arrancar pedra numa pedreira, ou quinhentos ou seiscentos réis diários em qualquer outro mister extenuante, não ia pagar ao mestre por snobismo.

Mas também aqui em Lisboa o auge desta arte pouco durou devido a variadíssimos factores, tais como o desenvolvimento de novos desportos trazidos do estrangeiro e que na altura faziam moda. Por serem novidade, vieram cativar as gerações mais novas, deixando um vazio de uma geração e, se não fosse carinhosamente conservado nas mãos de carolas apaixonados, o jogo do pau (que hoje está de novo a reviver com grande entusiasmo numa homenagem àqueles tempos heróicos dos velhos puxadores) teria visto em perigo a sua existência, pois praticamente nada havia escrito sobre o assunto, sendo toda a técnica transmitida por via oral (in Os Portugueses e o Mundo, Fundação Eng. António de Almeida, 1989, Vol. VI, pp. 119-123).


Continua


3 comentários:

  1. O jogo do pau ( esgrima lusitana ) é um excelente arte marcial com paus !

    mas acho que tambem devia ter no seu programa , algumas tecnicas de defesa pessoal à maos nuas , como por exemplo , algumas tecnicas à maos nuas , do krav-maga , juji-tsu e da boxe inglesa !

    Tambem devia ser organisado em Portugal e mesmo à nivel europeu , uma competiçao ( torneio ) entre varios estilos de esgrima com paus : jogo do pau (Port) , canne/baton de combat (Fran) , juego del palo (Esp) , e mais outras ...

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  2. No que toca à esgrima lusitana não há necessidade de integrar técnicas de defesa pessoal com mãos nuas, simplesmente porque:

    1. Trata-se de um jogo com paus contra um ou vários indivíduos; logo, quem quer que seja que entre no jogo confiante nas mãos nuas, por mais preparado que esteja, não tem a mínima hipótese contra esgrimistas experimentados.

    2. Alguns esgrimistas já são especialistas em outras artes marciais, e, no entanto, isso de nada lhes pode valer se não conhecerem as condições especifícas em que se desenrola a esgrima lusitana. Quando muito podem é transferir, segundo as capacidades de cada um, a percepção experimentada das distâncias e da capacidade de resposta adquiridas no passado. Além disso, também podem, em determinadas circunstâncias, absorver ou limitar o leque de pauladas que vão levar no curso da aprendizagem.

    3. A defesa pessoal, na esgrima lusitana, só tem sentido contra indivíduos armados de armas brancas, sejam elas paus, facas, katanas, lanças, etc. A esgrima lusitana tem resposta para isso tudo, só não podendo fazer frente a armas de fogo, como é óbvio. De resto, limpa tudo.

    4. Existe, sem dúvida, uma superioridade técnica da esgrima lusitana sobre todos os sistemas estrangeiros de jogo do pau: chinês, japonês, filipino, o que se queira. Uma superioridade, portanto, testada e comprovada ontem como hoje.

    Quanto a torneios, basta consultar o link para esgrima lusitana, do lado esquerdo do blog (Conexões).

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  3. Olá, Miguel, Também já estou no Jogo do Pau. Quando vieres ao Algarve vem treinar connosco! Um abraço, http://divinicultussanctitatem.blogspot.pt/2016/02/aprender-uma-arte-marcial-jogo-do-pau.html?m=1

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